Avô ensina neto a pescar
Conta-nos uma estória que, certa vez, o avô convidou o seu neto para uma pescaria. O riacho não era longe nem muito fundo, mas a altura do barranco tinha em torno de dois metros de altura. A uma distância de cerca de dois metros atrás dos dois, havia algumas árvores e arbustos. Sentados um ao lado do outro no barranco, o avô ensinava ao neto como usar o caniço.
- “Não jogue muito para o alto nem para trás, pois o caniço pode enroscar-se nas árvores”, ensinava o avô.
Como não se aprende tudo no primeiro ensinamento, logo estava o anzol do neto enroscado numa árvore e o menino puxava com força para tentar desenroscá-lo.
- “Não puxe tão forte”, disse o avô.
Mas já era tarde. O caniço de bambu quebrou pela força que o menino fazia e lá caiu ele barranco abaixo para dentro do riacho. Foram gritos de susto e de socorro.
- “Vô, me ajuda, me ajuda.”
Ao que o avô diz:
- “Calma. O poço não é fundo. Vá caminhando para este lado e logo ali o barranco não é mais tão alto e você pode subir.”
Quando o neto chegou no local indicado pelo avô, lá estava ele a estender-lhe a mão para ajudá-lo.
- “Não foi nada grave”, disse o avô. “Logo estarás seco. Prepara-te para a próxima.”
Até aqui esta história. E eu gostaria justamente de compará-la com nossa vida. A nossa vida também é assim: ela é feita a cada dia de novas experiências, de recomeçar, de aprender, de erros, de novamente acertar os caminhos. Assim é a nossa vida. Aprendemos com os nossos erros e nossos tropepos a caminhar, a seguir adiante.
E nós sabemos como a nossa vida é feita de rros e tropeços e dificuldades neste tempo de pandemia. Nunca pensamos que houvesse uma pandemia de tal magnitude na história da humanidade. E nós tropeçamos e caímos barranco abaixo. Sofremos e ainda estamos sofrendo muito.
Mas, nesta etapa da pandemia, nesta fase onde nós já estamos mais de um ano nela, nós estamos ainda agindo como aquele neto que não sabia como atirar o caniço. Não aprendemos a pescar ainda. Estamos agindo como se a pandemia não existisse.
No sul do país, nós estamos tendo uma nova fase que está chegando num ponto incontrolável. Também em São Paulo, também ao norte do país. E continuamos agindo como se não soubéssemos pescar.
Não estamos tomando os cuidados adequados para que a contaminação não aconteça. Não estamos usando máscara de forma adequada, não estamos mantendo distanciamento, não estamos usando álcool gel. Quando chegamos em casa, não estamos deixando o sapato do lado de fora, higienizando as roupas.
Deus quer que nós cuidemos da vida. Deus nos ensinou como devemos agir através dos cientistas, dos médicos – que todos dizem como nós devemos agir. Mas nós parece que não aprendemos.
Assim como aquele menino, estamos caindo barranco abaixo dentro da água. Depois, quando nós nos afogarmos, quando não houver mais possibilidade, quando perdermos o emprego, quando perdermos a vida, quando estivermos doentes de forma irreversível, o que iremos fazer?
Aprenda da vida. Faça a sua parte. Ore a Deus para que nos ajude. Façamos como aquele netinho. Ele aprendeu. Provavelmente na segunda vez que ele foi pescar, ele não enganchou mais o anzol no arbusto atrás dele. Que nós também aprendemos e saibamos fazer aquilo que é correto e é necessário para defender a vida da humanidade. Amém.