“A minha alma se consome de tristeza;
fortalece-me segundo a tua palavra” (Salmo 119.28)
“Cura-me, Senhor, e serei curado;
salva-me, e serei salvo; porque tu és o meu louvor” (Jeremias 17.14)
As Igrejas cristãs no Brasil vivem dias de angústia e apreensão com a disseminação da covid-19, com mais infectados a cada dia e um número assustador de mortos, já passando da casa dos 200 mil óbitos, algo impensável pouco tempo atrás. Não se trata de apontar culpados, pois a pandemia grassa no mundo inteiro. Mas neste país desgovernado houve incúria e falta de seriedade por parte das autoridades maiores, como disse o Dr. Gonzalo Vecina, o primeiro presidente da ANVISA. Felizmente, a agência federal aprovou no domingo 17/01 as duas primeiras vacinas que passaram por sua análise: a Astrazeneca-Oxford (Fiocruz) e a Coronavac (Butantan), o que permite que o país comece a vacinar, mesmo que este processo demore meses, quem sabe até o próximo ano, para atingir toda a população.
Várias manifestações das Igrejas vem saindo a público para alentar suas comunidades, mas ao mesmo tempo, para cobrar dos órgãos públicos sua responsabilidade, que numa pandemia se torna ainda mais crucial. A Presidência da IECLB – Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, representada por sua Pastora Presidente, Silvia B. Genz, emitiu nota no dia 08/01 em que se solidariza com as famílias que perderam seus entes queridos, suplicando vicariamente pelo consolo do Deus vivo (*).
A nota é enfática, porém, pois pergunta: “Quantas mortes são necessárias para sensibilizar uma pessoa, para comover uma nação? Quais pessoas precisam morrer para que um coração sinta a dor causada pela morte? Quais sintomas e sequelas são capazes de convencer alguém sobre a gravidade de uma doença? Quantas mortes ainda virão?” Em seguida, ao comentar que houve omissões graves, lembra que muitas mortes poderiam ter sido evitadas. O caso dramático da falta de oxigênio nos hospitais de Manaus nos últimos dias o atesta. Por isto, como milhões de pessoas país afora, aguarda e aponta como uma primeira e ampla medida de saúde pública a importância da vacinação.
A nota termina afirmando que é dever do poder público garantir o acesso universal e gratuito da vacina para toda a população. Até porque só com mais de 70% de pessoas vacinadas é que teremos um controle eficaz da pandemia. “Sabemos que o processo é complexo, requer planejamento, recursos e tempo. Justamente por isto não podemos nos conformar com negligências e justificativas enganosas. Agilidade e eficiência determinam a vida ou a morte”.
Como pessoas cristãs comprometidas com a vida digna, nossas igrejas irão convocar todas as comunidades a se engajarem na vacinação de todas as pessoas. Assim, talvez mais adiante, poderemos retornar aos encontros presenciais com mais segurança e alegria. Que Deus nos ajude nessa jornada!
(*) Fonte: https://www.luteranos.com.br/textos/200-mil-mortes-por-covid-19 - 08/01/2021