A Igreja em Tempos de Coronavírus



ID: 3207

As 3 notícias da Páscoa | Marcos 16.1-8

Domingo da Páscoa - Ressurreição do Senhor

04/04/2021

 

Amados irmãos e amadas irmãs,

na sexta-feira da Paixão tivemos um culto impactante. Tivemos a oportunidade de entrarmos (mesmo online) nas cenas da traição, condenação e morte de Jesus. Pouco a pouco as sete velas que estavam acesas sobre o altar foram se apagando, sinalizando que a morte de Jesus Cristo estava perto. Nós não matamos Jesus novamente, mas, através daquele gesto, lembramos que ele assumiu toda a escuridão para nos doar a sua luz.

Assim devem ser a Sexta-feira da Paixão e o Sábado da Paixão. São dias de luto. Devemos nos colocar no lugar das mulheres e dos discípulos, pois eles não sabiam que haveria a ressurreição. Estavam de luto. Toda a esperança construída ao longo de três anos de caminhada findou quando viram o mestre pendurado em uma cruz, quando viram seu sangue verter e o ar sair pela última vez de seus pulmões fragilizados. Havia acabado!

A Sexta-feira da Paixão e o Sábado da Paixão devem ser dias de silêncio, dias de vazio, dias de muita reflexão. São dois dias para olharmos bem para dentro dos nossos corações e conhecermos mais a nós mesmos a partir da imagem do crucificado. São dias de interioridade. Devemos ficar tão vazios ao ponto de receber o Domingo de Páscoa como a única coisa capaz de nos preencher e nos conceder esperança novamente. Na sexta-feira da Paixão e no Sábado da Paixão devemos tornar a nós mesmos uma terra seca, ferida e que anseia por água, para que Domingo nos seja doada a vida que é vida em abundância, pois não só preenche, mas também transborda. Um copo cheio não pode ser enchido. Também nós precisamos ser esvaziados de toda esperança para que no Domingo possamos ser preenchidos ao ponto de transbordarmos dela.

O problema é que o hoje o mundo nega a interioridade e a profundidade. Na inversão de valores do séc. XXI, bom é aquilo que é superficial e fácil de entender. Bons são os atalhos. A superficialidade é exaltada e a profundidade é negada. O que importa é posar bem para as mil fotos das quais apenas uma será escolhida para ser postada nas redes sociais. Se o meu interior está ferido, não é isso o que importa. O importante é aparecer e aparecer bem!

Vivemos uma época em que quase somos obrigados a sermos semideuses. Precisamos estar bem o tempo todo; precisamos demonstrar que somos fortes; precisamos mostrar que somos capazes. Aí de quem não é capaz! Aí de quem comete um erro! Aí de quem chora! Nós negamos a fraqueza, o sofrimento, a angústia. A questão é que esses elementos também fazem parte da vida humana e são exatamente o que torna a vida humana: temos momentos de muita alegria; outras vezes precisamos mesmo é chorar e chorar muito, como na última semana que tivemos. Não precisamos ser uma máquina de bem-estar para os outros. Podemos ser o que somos com os sentimentos que nós temos.

Por isso, a sexta-feira da Paixão e o Sábado da Paixão foram um convite a olharmos de maneira mais impactante para o Cristo sofredor, para o Deus que morre na cruz. Foi um convite a nos esvaziarmos tanto de nós mesmos, da nossa própria autocrença, das nossas próprias esperanças fajutas, do nosso próprio egoísmo para que, ao nos tornarmos tão vazios, possamos ser preenchidos pela esperança da ressurreição. É assim que chegamos aqui hoje: vazios, tristes e desesperados, como pessoas que tiveram uma semana muito difícil. Além de lembrarmos do sofrimento de Deus na cruz, na última semana perdemos também humanos queridos e que importavam muito a cada um de nós. Chegamos assim, hoje, diante de Deus e oferecemos a ele a nossa vida, clamando que ele nos preencha com a esperança da vida e vida em abundância.

Esta é a realidade. O que podemos nós fazer por nós mesmos? Se olharmos apenas para as nossas capacidades, sempre teremos que desesperar. O que somos nós seres humanos para que sejamos lembrados por Deus? O que somos nós seres humanos para dele recebermos esperança e misericórdia? O que somos nós seres humanos para que possamos receber a doação da vida? Somos amados! Ele nos ama! Temos o Deus que nos ama ao ponto de morrer para nos doar o perdão e ressuscitar ao terceiro dia para nos doar a vida. Amor é a palavra-chave!

Diante da morte de Jesus, tudo o que poderia ser feito se fez. José de Arimateia doou um túmulo. O corpo de Jesus foi retirado da cruz e sepultado. Maria Madalena e a Maria, mãe de Jesus, juntaram o pouco que tinham para embalsamar o corpo de Jesus. Tudo o que podiam fazer, fizeram. Não havia mais nada a ser feito, nada!

Da mesma forma, nós temos orado o quanto conseguimos e os profissionais da saúde tem lutado o quanto podem tanto em relação ao covid-19 quanto a outras doenças ou até acidentes que também não encontram leitos de UTI. Tudo é feito com muita responsabilidade e cuidado para que a vida seja preservada. Fazem tudo o que está ao alcance. Colocam no oxigênio (quando há oxigênio), viram de bruços, fazem a intubação, dão remédios e medicamentos, exercem todo o cuidado necessário, cansam-se e se esgotam para que outros não cansem e não desistam. Contudo, todo esforço se vai quando se chega ao limite de não haver mais o que fazer. Faz-se massagem cardíaca, dão-se os choques, tenta-se reanimar o corpo. Muitas vezes as últimas tentativas funcionam. Em outras, infelizmente, não.

Isso me lembra João, Maria Madalena e Maria, mãe de Jesus. Tudo o que podiam fazer, fizeram. Porém, não havia mais nada que poderiam fazer para que Jesus estivesse novamente entre eles. As suas possibilidades se esgotaram. As suas capacidades não eram suficientes. O inevitável aconteceu e agora estavam na escuridão do luto, da dor e da saudade. Ainda procuram embalsamar o corpo de Jesus antes da sepultura ser fechada. Era a única coisa que ainda poderiam fazer, para que Jesus não fosse sepultado como indigente ou em uma vala comum, mas para que tivesse um sepultamento com dignidade.

Entretanto, no decorrer daquele dia, viriam três notícias maravilhosas que estão no centro da esperança cristã. Diante da impossibilidade de fazer alguma coisa, Deus foi e fez o que nenhum de nós podemos fazer. Portanto, vamos às três notícias da Páscoa. Elas são também para você que hoje está triste, de luto e talvez até desesperado:

1. NÃO TENHAM MEDO

Aconteceu uma surpresa. Maria Madalena, Maria, mãe de Jesus, e Salomé vão visitar a sepultura de Jesus. Havia no coração delas uma preocupação. Diz-nos o v. 3: “Diziam umas às outras: Quem nos removerá a pedra da entrada do túmulo?” E então, “olhando, viram que a pedra já estava removida; pois era muito grande.” (v. 4). Pois, era só o que faltava! Já não bastasse toda a humilhação e todo o sofrimento de Jesus, agora teriam também invadido sua sepultura? Houve algum tipo de baderna? O que fizeram?

Quando elas entram no túmulo, havia ali alguém vestido de branco que diz: “Não tenham medo; buscais a Jesus, o Nazareno, que foi crucificado; ele ressuscitou, não está mais aqui; vede o lugar onde o tinham posto.” (v. 6). Qual a primeira notícia anunciada pelo Anjo? Não tenham medo! Não temais! Não vos atemorizeis! No grego original, essa palavra expressa uma grande atemorização, um assombro muito grande diante de um acontecido. O interessante é que a mesma palavra é usada diante dos milagres que também causam espanto e admiração1. Aqui, o verbo é aplicado para interromper a ação que vinha acontecendo2. Findou-se o temor e o pavor! Ele não está aqui, mas ressuscitou! O que vinha acontecendo? O pavor diante da humilhação e morte de Jesus, bem como o pavor ao ver o túmulo vazio e aquele jovem vestido de branco dentro da sepultura que era como uma caverna.

Esta é a primeira e maravilhosa notícia de Páscoa: Não tenham medo! Mas, como não ter medo? Somos humanos e temos medo muitas vezes. O que isso significa? Não estamos falando aqui dos medos do cotidiano que são, inclusive, bons quando preservam a vida. Há poucos dias mencionei em um dos Devocionais Diários os dois tipos de medo: aquele que é normal e que, ao vermos um perigo, nos prepara para lutar ou fugir, e o outro que é crônico, recorrente e que, misturado à ansiedade, pode acabar paralisando a pessoa ao ponto de não encontrar mais saída para si mesma. É deste segundo medo que estamos falando.

Nós temos medo. Parece que o cerco está se fechando. Parece que os sinais da vida passageira chegam cada vez mais perto de nós. Então, o primeiro medo nos ajuda a lutarmos e nos cuidarmos para que a vida seja preservada, para que os cuidados com a pandemia sejam ainda mais intensificados; porém, precisamos enfrentar o segundo medo que quer nos paralisar ao ponto de desistirmos, inclusive, de lutar.


A primeira notícia da Páscoa é que Jesus assumiu o medo crônico na cruz para que sejamos livres das nossas ansiedades. A nós todos que tivemos uma semana difícil, ouvimos o jovem de branco nos dizer: “Não tenha medo”. Pare de ficar alimentando o medo crônico que se torna cada vez mais recorrente. Pare!

Além disso, é aqui que está o poder de Deus que é força na fraqueza. Quando sou fraco é que sou forte, testemunhou o apóstolo Paulo. Ele assumiu o nosso medo para nos dar fé; ansiedade é um medo muito grande em relação ao futuro em que duas partes importantes do cérebro – a amídala (especialmente o hipocampo) e o córtex pré-frontal – se ligam. A amídala é uma parte bem primitiva do nosso cérebro e é responsável por aquele primeiro medo que nos leva a lutar ou fugir do perigo. No caso, o “medo bom”. Já essas palavras córtex pré-frontal dão nome para a região frontal do nosso cérebro que é responsável pelo planejamento e pelo futuro. Quando sentimos medo, alguma coisa acontece na nossa amídala; quando planejamos o futuro, estamos usando o córtex pré-frontal. O que é a ansiedade? É exatamente a combinação destas duas áreas do nosso cérebro: a área do medo juntamente com a área dos planos para o futuro. Como o amanhã está incerto, o planejamento é misturado com o medo.

Isso pode gerar o que é chamado de transtorno de ansiedade que é um medo crônico e recorrente em relação ao futuro. Infelizmente, o nosso cérebro tem a capacidade de se acostumar a esse ciclo malicioso, colocando-nos cada vez em mais ansiedade e em mais medo. No dia 25 de Novembro do ano passado tivemos uma live com um especialista só sobre isso. Caso queira ver, dá uma conferida3. O link está na descrição.

Qual é a primeira notícia de Páscoa? Deus quer quebrar esse ciclo! Ele quer tirar de nós o medo, a ansiedade, a preocupação. Deus quer nos dar paz. O Filho já sofreu a luta para que tenhamos paz. Ele assumiu o nosso pecado, a nossa dor, a nossa tristeza, o nosso desespero, o nosso medo, a nossa ansiedade, para que vivamos em paz! Portanto, receba essa boa notícia: Não tenha medo! Em outras palavras: não deixe o medo dominar você, mas domine você o medo e diga você quando ele é bom para preservar a vida e quando ele não é bom e deve ser deixado de lado.

Entrega a Jesus os teus medos, pois ele sofreu tudo por ti. Não lute contra si mesmo sozinho. Busque ajuda técnica se for, inclusive, necessário. E saiba que você não está sozinho: estamos com você! Deus está com você e não te abandonou! Não tenha medo é a primeira e maravilhosa notícia de Páscoa. Vamos à segunda:

2. ELE RESSUSCITOU

Se a primeira notícia já era maravilhosa, essa então é melhor ainda: ele não está mais morto! Ele está vivo! Ele ressuscitou! Aquele jovem de branco testemunha que Jesus não estava mais ali. Bastava olhar para o lugar onde o tinham posto para que fosse percebido que ele, de fato, ressuscitou. E o mais importante: ressuscitou com o corpo, pois Deus não nega o corpo como faziam os gregos. Jesus ressuscitou com o seu corpo e, inclusive, com as marcas da crucificação. Lucas irá testemunhar que o Jesus ressurreto chegou a fazer uma refeição com os discípulos. Jesus disse a eles: “Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e verificai, porque um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho.” (Lucas 24.39). Ele, de fato, venceu a morte e Lucas que era médico e historiador irá testemunhar a veracidade dos fatos, pois Lucas não havia caminhado com Jesus por três anos. Porém, ao verificar as fontes, concluiu a verdade sobre a ressurreição.

Há quem diga que Jesus não havia morrido de fato e que por isso teria aparecido vivo após três dias aos discípulos. Oras, os Romanos eram impiedosos nas suas punições e certamente ninguém poderia ser crucificado e fingir que estava morto; outros dizem que o corpo de Jesus foi roubado e escondido para que então os discípulos pudessem simular a ressurreição. Oras, havia guardas o tempo todo na sepultura; aliás, aquilo que poderia ser a maior prova de que a ressurreição era falsa nunca apareceu. Qual prova? O corpo morto. Se fosse tudo forjado, os romanos certamente encontrariam o corpo morto de Jesus. Mas não o conseguiram. Por quê? Porque de fato ele ressuscitou!

Pedro testemunha disso em sua pregação após o Pentecostes, conforme Atos 2.23-24 que diz: “sendo este entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos; ao qual, porém, Deus ressuscitou, rompendo os grilhões da morte; porquanto não era possível que fosse ele retido por ela.” A morte não poderia segurar o Salvador. O apóstolo Paulo irá testemunhar em 1 Coríntios 15.3-6: “Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E apareceu a Cefas e, depois, aos doze. Depois, foi visto por mais de quinhentos irmãos de uma vez só, dos quais a maioria sobrevive até agora; porém, alguns já dormem”. Quinhentos irmãos foram testemunhas da ressurreição de Jesus. Podem-se tentar os maiores malabarismos para tentar anulá-la, mas as provas são incontestáveis. E há provas não apenas na Bíblia, mas também nas palavras de Flávio Josefo, um historiador judeu.

Que notícia maravilhosa! Ele ressuscitou! Não está mais na sepultura! A sepultura é deixada vazia! O vazio que tínhamos em relação à sexta-feira da Paixão agora foi preenchido, pois o vazio foi transferido para a sepultura. Toda a nossa tristeza e luto em relação à crucificação de Jesus agora são trocados pela alegria e a esperança da ressurreição do corpo. Se a partir da sexta-feira da Paixão estávamos como uma terra seca, ferida e rachada por causa do luto, agora somos curados pela vida e vida em abundância.

Ele está vivo. Através da ressurreição, temos a presença do crucificado conosco. E porque ele vive, podemos crer no amanhã! Porque ele vive, não precisamos misturar o medo com o futuro, pois o amanhã está garantido: se cremos em Jesus e o temos como nosso único e suficiente Senhor e Salvador pessoal, viveremos para sempre nos átrios do Senhor. Veremos a Jesus pessoalmente, face a face. Estaremos diante daquele que morreu e ressuscitou e poderemos agradecer a ele, dizendo: “Obrigado por também me tirar da morte e me ressuscitar. Agora quero viver eternamente na alegria do teu reino”.

A morte não tem a última palavra sobre a vida do cristão. Ela foi vencida! Romanos 6.23 diz que “o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.” Jesus assumiu na cruz o salário preparado a nós por causa do nosso pecado para nos conceder o dom gratuito de Deus que é a vida eterna. Quanto amor! O que era nosso ele pegou para si para nos dar o que é dele: ele assumiu o nosso pecado para nos dar o seu perdão, assumiu a nossa morte para nos dar a sua vida, assumiu o nosso medo para nos dar a sua esperança.

Tenhamos isso em mente também em relação ao luto que estamos enfrentando pelas tantas perdas que estamos tendo, desde as mais recentes até as mais antigas: Jesus está vivo e quem crer nisso também viverá para sempre. A morte é debochada por Jesus, pois Jesus venceu o aguilhão da morte passando pela morte e ressuscitando. E, assim, vamos à terceira e última notícia:

3. IDE E DIZEI

A terceira notícia é uma missão: ir e dizer! Ir e comunicar! Ir e anunciar! Movimento e Palavra! O jovem de branco diz às mulheres, conforme o v. 7: “Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele vai adiante de vós para a Galileia, lá o vereis, como ele vos disse.” Elas, porém, ainda tinham medo, como testemunhará o v. 8. Foi um grande susto. Mesmo a ressurreição pode causar um susto, afinal de contas, foi um verdadeiro milagre e milagres podem causar assombro e temor.

Esta é também a nossa missão: anunciar a vitória sobre a morte, a vida que dura para sempre, a esperança que não é a última que morre. É nossa missão testemunhar do Evangelho para que assim como Jesus foi liberto da morte, haja também libertação nas estruturas de nossa sociedade que nos escravizam e instrumentalizam como se fôssemos apenas máquinas de produção e não pessoas com identidade, memória e relacionamentos. É ali onde reina a morte que a luz da mensagem da ressurreição pode entrar e causar uma grande diferença.

Esta é a nossa verdadeira esperança. Sem a esperança na vida eterna, a fé cristã não faz sentido algum. Paulo diz em 1 Coríntios 15.14: “E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé.” O que isso significa? Se você não crê que Jesus está vivo e que você mesmo um dia ressuscitará, então por que está assistindo a este culto? Então, por que é membro de uma igreja? Se Jesus não ressuscitou, fechemos as nossas duas comunidades e aluguemos para restaurantes ou para qualquer outra coisa, pois não faz mais sentido ser igreja sem ressurreição. Tudo é em vão sem a ressurreição.

Mas, se cremos que, de fato, ele ressuscitou, então tudo faz sentido. Aí faz sentido ter fome e sede de ler e ouvir a Palavra de Deus, de orar, de ter comunhão, de ser igreja! É a ressurreição que amarra e dá sentido à nossa existência como cristãos. Sem ressurreição, não há fé cristã! O verdadeiro cristão confia no testemunho das Escrituras e sabe que mesmo morrendo, viverá para sempre a partir da ressurreição dos mortos. O verdadeiro cristão confia nas promessas de Deus mesmo não vendo, hoje, ressurreição alguma. É entregar-se e confiar naquilo que Deus prometeu.

Porque ele vive, posso crer no amanhã. E por isso, posso testemunhar da vida que dura para sempre, da vida em abundância, da ressurreição, da esperança cristã, mesmo em tempos sombrios como o que estamos vivendo. Ide e dizei isso ao mundo sombrio, sem sentido e sem esperança. Creia e fale disso! Seja como Paulo que não deixou de anunciar a ressurreição de Cristo mesmo correndo risco de vida, sendo açoitado, apedrejado, preso e, no fim, até morto por causa do Evangelho. Precisamos de mais “Pedros” e “Paulos” que testemunhem do amor de Deus e da vida que dura para sempre sem nenhum tipo de vergonha.

Amados irmãos, amadas irmãs,

hoje é Páscoa. Recebamos as três notícias com muito alegria em nosso coração:

1. Não tenha medo;
2. Ele ressuscitou;
3. Ide e dizei.

Guarde essas três notícias no fundo do seu coração e viva essas três notícias o ano inteiro, pois não sabemos o que virá pela frente. Venha o que vier, que a nossa fé e o nosso amor estejam firmados no Senhor. Se não podemos a sua face agora ver, vamos viver na sua graça. E quando chegar a nossa hora, estejamos confortados e em paz através daquele que sofreu a nossa morte para vencer a nossa morte.

Termino citando a última estrofe do hino Deus é Castelo Forte e Bom de Martinho Lutero, que diz: “Se a morte eu sofrer, se os bens eu perder, que tudo se vá! Jesus conosco está! Seu Reino é nossa herança.” Diga isso de sua casa: Seu Reino é nossa herança! Outra vez: Seu Reino é nossa herança!

Amém.


DOMINGO DA PÁSCOA | BRANCO OU DOURADO | CICLO DA PÁSCOA | ANO B

04 de Abril de 2021


P. William Felipe Zacarias


1 Cf. WUNDLE, Wilhelm. “Θαυμα”. in: BROWN, Colin; COENEN, Lothar. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento. 2. ed. São Paulo: Vida Nova, 2000. p.1282-1287.

 

2 Cf. RIENECKER, Fritz. Chave linguística do Novo Testamento grego. São Paulo: Vida Nova, 1995. p. 100.

 

3 Cf. palestra de Claudiomir Selner em: <https://youtu.be/cNdq1y7EpWE>. Acesso em: 03. abr. 2021.


Autor(a): P. William Felipe Zacarias
Âmbito: IECLB / Sinodo: Rio dos Sinos / Paróquia: Sapiranga - Ferrabraz
Área: Missão / Nível: Missão - Coronavírus
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Prédicas e Meditações
Área: Celebração / Nível: Celebração - Ano Eclesiástico / Subnível: Celebração - Ano Eclesiástico - Ciclo da Páscoa
Testamento: Novo / Livro: Marcos / Capitulo: 16 / Versículo Inicial: 1 / Versículo Final: 8
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Prédica
ID: 61888
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O verdadeiro arrependimento inicia com amor à justiça e a Deus.
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