Olá,
Você já ouviu ou leu em algum lugar a palavra aporofobia?
A aporofobia é uma atitude ou um discurso, até mesmo um movimento que repudia, que despreza, que manifesta ódio e aversão à pessoa pobre, à pessoa que está em posição social de extrema desvantagem.
Exemplos não faltam por aí. Piadas sobre pobres, abuso de autoridade em relação a essas pessoas, vemos em propagandas de governo alertando para não dar esmolas às pessoas em situação de rua, vemos na arquitetura urbana, em certos ambientes, obstáculos instalados para dificultar a acomodação de quem não tem um teto. Pedras pontiagudas em viadutos, enfim. Exemplos não faltam.
É um problema extremamente complexo esse, estrutural e que não vai ser resolvido combatendo a pessoa pobre, mas combatendo a pobreza. Isto exige um esforço coletivo, políticas públicas, emprego, acesso à tratamentos diversos, educação. De fato, é complexo.
Mas e aí, o que fazer quando encontramos uma pessoa precisando de ajuda, ou quando somos abordados e abordadas por alguém pedindo dinheiro? Neste momento, pensemos bem qual será a nossa reação. Não é combatendo a pessoa pobre que o problema será resolvido.
Sendo assim, “não deixemos de ajudar alguém que precisa: as nossas mãos são como as mãos de Deus para aquela pessoa. Não falemos ao próximo: ‘Talvez outro dia’; Ou: ‘Passe amanhã’, quando o dinheiro está na nossa carteira”. (Provérbios 3.27-28 – Tradução da Bíblia A Mensagem).
Não vejo problema em dar dinheiro. Estaremos possibilitando um mínimo de dignidade para aquela pessoa escolher o que fazer com o dinheiro recebido. Não é momento de dar lição de moral.
Pode acontecer, no entanto, de não termos dinheiro em espécie naquele momento. Mesmo assim, podemos oferecer atenção, uma conversa, dar uma refeição, direcionar para assistência social, propor algum trabalho. Importa nessas ocasiões não esquecer que nossas mãos são como as mãos de Deus para aquela pessoa!
Convido para uma palavra de oração:
Bondoso Deus, nós agradecemos pelo teu serviço a favor das pessoas excluídas. Vemos essa atuação em teu filho Jesus, nosso salvador e amigo dos pobres. Renove a nossa fé e caridade. Concede que vivamos em comunhão com a simplicidade e a humildade, que às vezes se apresenta com rosto, corpo e coração vulneráveis. Amém!
Paz e bem seja contigo.
Felipe Milani – Missionário da IECLB - Valinhos/SP