Primeiro é preciso dizer que Rembradt interpreta o texto de Lucas 15.11-32. No Evangelho, a parábola de Lucas não relata a presença do filho mais velho no momento do regresso. O filho mais velho só aparece mais tarde, no momento da festa.
O filho mais novo aparece em estado decadente e miserável. O centro dramático é o abraço do pai ao filho que acaba de chegar. As costas curvadas do pai sobre o filho, mostram que se trata de um homem envelhecido. As duas mãos sobre as costas do filho ajoelhado, revelam a mão direita com traços delicados e finos (mão feminina) e a mão esquerda mais musculosa (mão masculina).
O filho mais novo tem a cabeça rapada, como um escravo, uma pessoa sem identidade. Está ajoelhado, isto é, sem forças, com a roupa rasgada e suja e sem manto nenhum. A planta dos pés fala de seu trajeto humilhante. Suas sandálias já não servem mais. O pé esquerdo (com a sandália ao lado) dá a ideia de que o pé está machucado.
O rosto desviado, revela vergonha da sua condição miserável. Vergonha que ele esconde no abraço (colo) do pai. Vergonha não pelo que perdeu, mas pelo que fez: Pai, pequei contra o céu e contra ti (v.21).
O filho mais novo está desposjado de tudo, menos de uma coisa: a sua espada. Esta simboliza a sua origem nobre concedida pelo pai.
O pai e o filho mais velho são muito parecidos: os dois tem uma longa barba, ambos estão vestidos com roupas finas e cobertos com um manto vermelho. No entanto, as posturas, as atitudes e as condutas são totalmente opostas. O pai abraça; o filho mais velho fica voluntariamente afastado de ambos, num nível mais alto, com os lábios apertados, de pé, rígido, postura realçada pelo bastão reto que segura nas mãos e que chega até o chão. As mãos do filho mais velho estão presas uma na outra, sem nenhum gesto de abertura, de acolhida, de reconciliação.
Mas também há uma simbologia nesses personagens: Parece que Rembrandt introduz personagens de outras parábola. O homem sentado batendo no peito e olhando para o filho que volta é um cobrador de impostos, representando os pecadosres (pode ser visto também como o auto-retrato do pintor por causa do chapéu), enquanto o filho mais velho também poderia representar os escribas e fariseus.
As duas pessoas que aparecem na sombra ao fundo do quadro, parece que são convidados pelo pintor para que tomem sua decisão sobre – voltar para sua própria casa.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Par%C3%A1bola_do_Filho_Pr%C3%B3digo#/media/File:Rembrandt_Harmensz_van_Rijn_-_Return_of_the_Prodigal_Son_-_Google_Art_Project.jpg