Quero iniciar a minha reflexão convidando os leitores para buscar na memória a sua própria infância. Onde foi? Como foi? O que você lembra de mais marcante? Foi uma experiência positiva ou negativa? Tem boas recordações da sua infância? Gosta de lembrar-se dela? De que mais gostava de brincar?
E hoje, como é a infância de nossos filhos, netos, sobrinhos, afilhados? O que se tem para oferecer para eles nesta era globalizada e que seja prazerosa?
Eu cresci numa localidade do interior, perto de um rio. Não havia a preocupação se a água estava poluída. Os banhos no rio faziam parte da diversão dominical. E as crianças de hoje tomaram banhos em rios? Ou será que vão crescer sem saber o que é tomar banho num rio porque a água é poluída? O que se podia fazer no passado e hoje já não se pode mais?
Em algumas situações a infância é bem longa, em outras é encurtada e ou quase inexistente, porque as crianças precisam ajudar na renda familiar através de diversas maneiras. E em outros lares as crianças têm acesso a muitas ocupações (aula de bale, inglês, violão, piano, judo, reforço escolar etc.), e será que sobra um tempo para essas crianças poderem brincar e ocupar-se do jeito que quiserem?
Nisso nos ajuda o Estatuto da Criança e do Adolescente em seu artigo 71°:
As crianças e os adolescentes têm direito à informação, cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. Mas atenção: com EQUILÍBRIO!
Deixem e proporcionem que a infância dessa geração e das próximas seja bem aproveitada e usufruída plenamente.
Querido Deus, 'deixem que as crianças venham a Mim', disse Teu Filho e sentou-os em Seu colo. Toma conta dos Teus pequeninos, Senhor. Coloca juízo na cabeça das pessoas responsáveis, para que os direitos da criança sejam respeitados e se crie um mundo digno de se viver. Amém.
Leia também: Marcos 10.13-16 (Jesus e as crianças)
Diácona Valdineia Bull
Publicado na edição 77 do Informativo dos Luteranos - outubro/2008