Finalmente, sede todos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos, humildes, não pagando mal por mal ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, pois para isto mesmo fostes chamados, a fim de receberdes bênção por herança. (1 Pedro 3.8,9)
Eis um desafio para cada cristão e toda a Igreja no mundo: dar um testemunho autêntico da fé em meio a uma sociedade marcada pelo individualismo consumista, potencializado pelas novas formas de tecnologia. Esse testemunho passa pela correta pregação do Evangelho e uma conduta que dê respaldo à mensagem anunciada. Pecadores justificados por Cristo podem sim, a partir da Graça recebida do Senhor, viver uma nova vida; marcada pelos valores autênticos da fé cristã. A saber: amor, honestidade, fidelidade, transparência, mansidão, paciência, verdade, responsabilidade e serviço.
Afinal, o perdão recebido de Cristo liberta a pessoa de uma vida escravizada pelo egoísmo. O foco da vida deixa de ser o eu , e passa a ser servir a Cristo e ao próximo. Sobre isso as Sagradas Escrituras dizem: “Nós amamos porque ele nos amou primeiro” ( 1 João 4.19). Sobre a liberdade cristã, as Escrituras sempre lembram que ela é responsável. Em Gálatas 5.13, por exemplo, está escrito: “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade: porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne: sede, antes, servos uns dos outros , pelo amor.”
A vivência do autêntico amor cristão, que não tem nada a ver com paixão egoísta, sempre vai beneficiar o próximo em qualquer contexto ou circunstância. Seja na família, no trabalho, nas repartições públicas, na política, na comunidade ou no convívio social. E assim, inclusive, o cristão consegue adquirir credibilidade diante das pessoas. Portas vão se abrir para a pregação do Evangelho. As pessoas ouvem e respeitam quem é íntegro.
Eis a grande oportunidade que temos como cristãos, de fazer uma grande diferença na sociedade atual, tão marcada pela corrupção generalizada. Podemos, e devemos, a partir dos maravilhosos benefícios recebidos do Evangelho de Cristo, dar um testemunho real da fé cristã. Assim mais pessoas também chegarão à fé e louvarão ao Senhor. Como disse o Senhor Jesus: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5.16).
Em seu tempo, Nikolaus Ludwig von Zinzendorf, que viveu de 1700 a 1760, soube expressar isso de uma forma bem clara no hino “Corações em fé unidos” (hino 94 do HPD 1, da IECLB). No verso 3 ele escreveu “Seja o vosso amor tão forte, tão intensa a comunhão, que enfrenteis a própria morte, por amor de algum irmão. Cristo assim nos tem amado que seu sangue deu por nós; como ficará magoado, se há discórdia entre vós!”.No verso 5 do mesmo hino escreve: “Faze-nos ser tão unidos como o Pai e o Filho o são. Não sejamos divididos por discórdia e desunião. Que nossa alma resplandeça só por tua excelsa luz, e que o mundo em nós conheça teus discípulos, Jesus!”
Meditemos de coração nesse compromisso que temos como Igreja e com alegria possamos fazer uma diferença saudável no contexto e no tempo em que vivemos.
