Mostre-me Sua Identidade! Recebi esta ordem quando saí a primeira vez do Brasil. Meu amigo e eu atravessamos o Rio Uruguai numa balsa e adentramos as fronteiras argentinas na pequena cidade de Alba Posse. Enquanto fotografávamos na praça, fomos logo reconhecidos como estrangeiros por um policial. Ele se aproximou e ordenou “Mostre-me Sua Identidade”. Para viver em uma sociedade é preciso haver um mínimo de identificação. Este documento quer dar um conhecimento básico para a identificação de uma pessoa perante as autoridades. Mas uma pessoa é muito mais do que mostra uma carteira de identidade. Sempre precisamos e queremos saber: “Quem é fulana? Quem é sicrano? Quem sou eu?” Necessitamos identificar o estranho. Assim também, quando encontramos a pessoa de Jesus de Nazaré perguntamos: “Quem és tu?” Mesmo que eu já tenha identificado esta pessoa com o nome próprio “Jesus” e a designação de sua cidade de origem “Nazaré”, quero te convidar a descobrir comigo como o Evangelho de João responde a pergunta pela identidade desta pessoa.
O Evangelho de João narra a vida e a obra de Jesus de Nazaré. Em João ressalta a primeira vista que é Jesus mesmo quem se apresenta. Ele nos entrega nas mãos a sua identidade. João apenas se preocupa em ressaltar a autoapresentação de Jesus. Autoapresentação que não é só através de palavras. João também registrou exemplos concretos do relacionamento de Jesus com as pessoas, como por exemplo, com Nicodêmos (Jo 3), com a mulher samaritana (Jo 4) e com o cego de nascença (Jo 9) e muitos outros.
João é o único autor bíblico que registra esta “entrega da identidade” que Jesus fez através de sete declarações “Eu sou”. O leitor do Evangelho de João encontra a pessoa de Jesus declarar sua identidade abertamente, assim como Deus fez ao povo de Israel, ao dizer “Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão” (Êx 20.2). Quando afirma “Eu sou o pão da vida” (Jo 6.35) ele quer expressar que, assim como o pão, Jesus sustenta a vida daqueles que vem a Ele, vida até a morte e para além da morte, na eternidade. Com “Eu sou a luz do mundo” (Jo 12.8) Jesus mostra que somente Ele pode livrar o mundo das trevas do pecado. Que são as luzes e brilhos que o mundo pode produzir diante daquele que é A luz? Jesus se apresenta como saída em meio a turbulência e insegurança ao declarar “Eu sou a porta” (Jo 10.7,9). Através dele há acesso ao abrigo e à proteção. Dizendo “Eu sou o bom pastor” (Jo 10.10.14) Jesus assegura ao rebanho dos seus seguidores o compromisso de autodoação em conduzi-los e cuidá-los. Jesus não quer permanecer estranho a você! Ele tem todo o poder sobre a vida e sobre a morte, mesmo com o mistério que as cercam, pois Jesus disse “Eu sou a ressurreição e a vida” (Jo 11.25). Quando afirma “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14.6), Jesus mostra que no seguir os seus passos se encontra a verdade, pois ele é o caminho que leva ao alvo que dá sentido à vida. Jesus usa a imagem da videira, quando declara “Eu sou a videira verdadeira”, exemplificando que dele procedem a vitalidade, a criatividade e a produtividade dos crentes, pois assim como os galhos estão naturalmente ligados ao tronco também os filhos de Deus permanecem unidos em fé a pessoas de Jesus.
Nas declarações “Eu sou”, Jesus entrega para você a sua identidade. Ele não quer mais ser um estranho pra você. Ele não dá apenas informações de caráter legal, como faz a nossa carteira de identidade. Jesus se apresenta pessoalmente, cara a cara, abre o seu coração. Em sua autoapresentação, Jesus oferece um relacionamento de amizade verdadeira e fiel. Suas declarações convidam a confiar nele, crendo que ele é capaz de realizar tudo o que oferece. Ele quer te conhecer também e não tem medo em fazê-lo. Ele não terá vergonha de te conhecer de verdade. Aliás, Jesus quer te ajudar a vencer teus medos e quer tomar o que te causa vergonha. Conheça Jesus e verás que ele não é apenas o homem de Nazaré, mas que ele é o Cristo, o Filho do Deus vivo.
