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ID: 20

Carta Pastoral da Presidência, das Pastoras Sinodais e dos Pastores Sinodais da IECLB - Agosto 2020

11/08/2020

 

Carta Pastoral da Presidência, das Pastoras Sinodais e dos Pastores Sinodais da IECLB

Agosto – 2020

NOSSO COMPROMISSO É A VERDADE E A VIDA

Se vocês permanecerem na minha palavra, são verdadeiramente meus discípulos,
conhecerão a verdade, e a verdade os libertará”
(João 8.31b-32).

Em março de 2019, o Conselho e a Presidência da IECLB emitiram o Manifesto Nosso Compromisso é o Evangelho. O documento apresenta a visão bíblico-teológica que embasa a forma de pensar e agir da liderança da IECLB. O manifesto afirma que a Igreja de Jesus Cristo “tem a tarefa de ser sal e luz do mundo” (Mateus 5.13-16) e postula que ser sal e luz significa “propagar o Evangelho de Jesus Cristo; estimular a vivência evangélica pessoal, familiar e comunitária; promover a paz, a justiça e o amor na sociedade; participar do testemunho do Evangelho no País e no mundo” (Constituição da IECLB, Art. 3º).

Dezessete meses se passaram desde aquela manifestação e, infelizmente, constatamos pouca melhoria em relação ao que foi apontado como problemas. A partir de março de 2020, passamos a conviver com uma pandemia que tem revelado, ainda com mais nitidez, desigualdades e injustiças. A pandemia ampliou o abismo que separa pessoas ricas e pobres. Pessoas bilionárias ficaram ainda mais ricas e as pobres ficaram ainda mais empobrecidas. Não bastassem as injustiças e todo o sofrimento causado pela doença e morte, a pandemia de Covid-19 também trouxe medo, angústia, insegurança e falta de perspectiva. Neste momento, cresce a pergunta: de onde virá o socorro? (Salmo 121.1)

Com mais de 100 mil óbitos em decorrência da Covid-19 no Brasil, ocupamos a infeliz segunda posição no ranking mundial. Para piorar, sabe-se que há subnotificação. Nós oramos e nos solidarizamos com as famílias dessas cem mil pessoas. Quem faleceu tem nome, história, endereço, familiares. São pessoas de todas as idades e de todos os estados brasileiros, mas a Covid-19 é mais letal entre as pessoas idosas e empobrecidas. Diante disso, clamamos a Deus: Senhor, ouve a nossa oração, e chegue a ti o nosso clamor (Salmo 102.1).

É inaceitável que governantes e representantes eleitos para as três esferas públicas ignorem a gravidade da pandemia. Pior ainda quando se aproveitam dela para cortar direitos e reduzir o poder aquisitivo da população, beneficiando apenas grupos específicos. Quem tem coração corrupto aproveita a situação para práticas ilegais, como revelam denúncias de compras irregulares de equipamentos, medicamentos e construção de hospitais de campanha. Não podemos concordar que a bíblia e o nome de Deus sejam usados para justificar corrupção, injustiça e morte. Diante disso perguntamos: Por que o caminho dos ímpios prospera? (Jeremias 12.1).

Felizmente é possível testemunhar gestos de responsabilidade, solidariedade e compaixão. Muitas pessoas lutam incansavelmente para conter o avanço da pandemia, para acompanhar pessoas doentes e enlutadas e minimizar os efeitos do isolamento. Estas ações contribuem significativamente para que a pandemia não tenha efeitos ainda mais devastadores. Também há governantes que se empenham na busca por soluções. Aprendemos com governantes de outros países que o investimento e cuidado por parte de todas as pessoas que ocupam cargos públicos, num trabalho de sintonia, diminui o número de mortes.

Além do sofrimento de quem perdeu alguém para a doença, há a dor de quem está com a doença, ou sofre estigma da contaminação. Há sofrimento decorrente da solidão, da perda do emprego e da atividade econômica. Há sofrimento causado pela ansiedade, pela depressão. Há sofrimento causado pela violência dentro de casa contra mulheres, crianças e pessoas idosas.

Diante do acima exposto, nós propomos:

Vamos nos unir, como Comunidades da IECLB e sociedade brasileira, no combate ao novo coronavírus. Temos uma ameaça comum, mas não nos unimos no enfrentamento a ela. Quanto mais nos unirmos, mais vidas poderão ser preservadas. O socorro vem de Deus, mas a nossa união é indispensável.

Vamos continuar anunciando o Evangelho de Jesus Cristo (Mateus 28.18-20) neste mundo, onde ódio, violência e mentira parecem ser normais. A verdade liberta e cura. Vamos igualmente ajudar a sarar feridas do povo, tanto físicas quanto espirituais.

Vamos intensificar as ações diaconais (Mateus 25.31-46). A proclamação do Evangelho através das mídias sociais consola corações e mentes nas casas. A atividade diaconal cuida da vida nas ruas. Ela se faz mais necessária no distanciamento social, na morte e no luto, na crise sanitária e econômica.

Vamos continuar nossas orações por acolhida eterna das pessoas que faleceram, pelo sopro do Espírito Santo na vida das famílias enlutadas, pela descoberta de uma vacina e pela misericórdia de Deus com a humanidade.

Ao recomendar a suspensão de atividades presenciais em 17 de março de 2020, a IECLB agiu com a intenção de defender e preservar a vida. A decisão não significou parada nas atividades. A oração, a pregação, o consolo e o estudo acontecem agora de outra forma. Vamos continuar neste caminho com perseverança e compromisso com a vida.

A pandemia do novo coronavírus é uma grave crise sanitária e econômica de proporções globais. Mas ela também é uma oportunidade para reconstruir. Há mudanças em curso, que afetarão significativamente a forma como a humanidade se organiza. Porque confiamos que Deus ouve o nosso clamor (Êxodo 3.7) e vem em nosso socorro (Salmo 121.2), temos forças para propor e participar desta reconstrução.

Pa. Sílvia Beatrice Genz – Pastora Presidente da IECLB
P. Odair Airton Braun – Pastor 1º Vice-Presidente da IECLB e P. Sinodal do Sínodo Paranapanema
P. Dr. Mauro Batista de Souza – Pastor 2º Vice-Presidente da IECLB
P. Sinodal Afonso Adolfo Weimer (Sínodo Rio Paraná)
P. Sinodal Carlos Eduardo Müller Bock (Sínodo Rio dos Sinos)
P. Sinodal Dr. Claudir Burmann (Sínodo Norte Catarinense)
P. Sinodal Décio Weber (Sínodo Centro-Campanha-Sul)
P. Sinodal Elisandro Rheinheimer (Sínodo Mato Grosso)
P. Sinodal Gilciney Tetzner (Sínodo Vale do Taquari)
P. Sinodal Guilherme Lieven (Sínodo Vale do Itajaí)
P. Sinodal Ismar Schiefelbein (Sínodo Espírito Santo a Belém)
P. Sinodal Jair Luiz Holzschuh (Sínodo Uruguai)
P. Sinodal Joel Schlemper (Sínodo Centro-Sul Catarinense)
P. Sinodal Me. Marcos Jair Ebeling (Sínodo Sudeste)
Pa. Sinodal Patrícia Bauer (Sínodo Brasil Central)
P. Sinodal Ricardo Cassen (Sínodo Planalto Rio-Grandense)
Pa. Sinodal Roili Borchardt (Sínodo Sul-Rio-Grandense)
Pa. Sinodal Ma. Tânia Cristina Weimer (Sínodo Nordeste Gaúcho)
Pa. Sinodal Vera Lúcia Engelhardt (Sínodo da Amazônia)
P. Sinodal Vilson Emilio Thielke (Sínodo Noroeste Riograndense)


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Portanto, a fé é assim: se não vier acompanhada de ações, é coisa morta.
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