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ID: 20

A PESSOA IDOSA E A FAMÍLIA.

01/02/2016

Um homem, viúvo e idoso, vivia sozinho. Mesmo tendo trabalhado muito durante sua vida, agora já não podia trabalhar mais e o dinheiro estava no fim. Tinha três filhos homens, mas, já casados, estavam ocupados demais com suas famílias e quase não tinham tempo para visitá-lo. Sentia-se cada vez mais fraco e as visitas dos filhos eram cada vez mais espaçadas.

“Eles não querem que eu me converta num peso para eles” - pensava.

Certa noite, preocupado pelo seu futuro, teve uma ideia. Na manhã seguinte chamou um amigo carpinteiro, e pediu-lhe que lhe fizesse um baú imitando os antigos baús de tesouro, com uma fechadura também de estilo antigo. Depois foi visitar outro velho amigo que era vidreiro e lhe pediu todos os pedaços de vidro que não lhe servissem. O ancião quebrou mais ainda os pedaços de vidro, encheu o baú com eles, fechou-o e o colocou no fundo do armário da cozinha onde guardava pratos, talheres, etc...

Um dia, em que seus filhos vieram jantar com ele, quando o ajudavam a pôr a mesa, descobriram o baú e lhe perguntaram:

- O que há neste baú?

- Nada - respondeu. - Apenas umas coisinhas que andei economizando...

Depois da janta, ao ajudarem o pai a recolher a mesa, perceberam que o baú era muito pesado e que ao mexer com ele se ouvia um barulhinho como de moedas.

- Deve estar cheio de moedas que foi economizando durante muitos anos - murmuraram entre si.

Decidiram, então, que deveriam vigiar aquele baú e para isso se organizaram para que cada semana um dos irmãos fosse viver com o pai, dessa maneira também poderiam cuidar dele. Na primeira semana ficou com ele o filho mais novo, na semana seguinte foi a vez do filho do meio e assim por diante, continuando assim por bastante tempo.

Finalmente, o pai adoeceu gravemente e morreu. Os filhos organizaram um belo enterro, pois sabiam que os esperava uma fortuna no baú do armário da cozinha, que compensaria todo aquele gasto.

Depois do enterro, os três irmãos procuram por toda a casa, a chave do baú e quando a acharam, abriram-no e descobriram que estava cheio de cacos de vidro.

- Que trapaça tão feia! - exclamou o filho mais velho.

- Eu não diria que foi tão feia assim, mas, ao contrário, uma bela trapaça - corrigiu o segundo filho. - Francamente, se não tivesse feito isso, não teríamos cuidado dele até o fim de sua vida, como fizemos...

O filho mais novo sentia-se muito triste:

- Estou envergonhado - disse. - Obrigamos nosso pai a fazer essa trapaça, porque não o tratamos como ele nos ensinou quando ainda éramos crianças...

Então,o filho mais velho esvaziou o baú no chão, para ter certeza de que não continha nenhum objeto de valor. Mas, no fundo do baú havia um bilhete com a seguinte anotação: “Quarto mandamento: honre o seu pai e sua mãe”

(Adaptado do conto “O Baú” de William J. Bennet)

Quando o pai deixou a mensagem “honre o seu pai e sua mãe” que recado deixou para os seu filhos? Que tipo de filhos e filhas somos nós? Somos filhos e filhas que respeitam e honram seus pais, dando amor, carinho e cuidado, ou somos filhos e filhas calculistas e interesseiros que valorizam os pais somente na distribuição dos bens materiais ou até mesmo dando valor depois que eles partiram?

Lembre-se que o real valor da vida não está em ter ou obter o máximo, com manobras e estratégias que acabam, muitas vezes, ferindo a outras pessoas, para satisfazer interesses pessoais, mas, em como você vive no relacionamento com as pessoas ao seu redor.

O reformador Martim Lutero, sobre o quarto mandamento “Honre o seu pai e a sua mãe para que você viva muito tempo na terra”, explica o que isso significa: “Devemos temer e amar a Deus e, por isso, não desprezar nem irritar nossos pais e as pessoas que têm autoridade sobre nós; mas devemos honrá-los, servir e obedecer-lhes, amar e querê-los bem”.

Que o amor incondicional de Deus por nós possa nos orientar na construção de um bom relacionamento familiar, onde todos possam se sentir incluídos e amados, pois como afirma 1 Timóteo 5.8: “Porém aquele que não cuida dos seus parentes, especialmente dos da sua própria família, negou a fé e é pior do que os que não crêem”.


Autor(a): Pa. Vivian Raquel Gehrke
Âmbito: IECLB / Sinodo: Uruguai
Área: Missão / Nível: Missão com Pessoas Idosas
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 36680

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