Estamos no período do ano em que respiramos o ar de virar a página. O ano eclesiástico está finalizando mais um período litúrgico e o novo se faz anunciar: É tempo de fazer balanço e de olhar para frente. Nesse momento é importante saber que temos uma promessa especial de Cristo: Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim. (Ap 22.13). É o Início e o Fim, que perpassa todos os tempos. Com Ele podemos avaliar o passado e pensar o vindouro.
Creio que é propício lembrar que não foram meus os anos que já passaram e me tomaram o tempo. Assim também não são meus os anos vindouros. Mas convém que eu viva bem cada momento desse tempo; pois o tempo me é confiado por Aquele que criou o ano e a eternidade. Vivendo com responsabilidade na criação, com amor e temor ao Criador, sabedor que faço dessa obra.
Enquanto escrevo, muitas lideranças comunitárias estão empenhadas em avaliações retrospectivas do ano que finda, sonhando e planejando as atividades para os próximos tempos. Voltando o olhar para o ano que está por findar, podemos nos alegrar por termos vivido muitos momentos especiais, em que novas lideranças foram descobertas, enquanto lideranças antigas puderam abrir espaço e repartir experiências.
Também experimentamos momentos de sofrimento, onde fomos desafiados à solidariedade; momentos de unir mãos e esforços, superando crenças e diferenças. É bonito e animador saber que temos princípios básicos de fé comprometidos com a vida. Isso é Evangelho encarnado no dia-a-dia da vida, que perpassa a linha do tempo.
O momento do tempo é único, para realizar o bem ou deixá-lo passar. Ainda há muito desafio para ser assumido, para transformar este mundo, neste lugar onde vivo. O enfoque abordado através do tema Paz na Criação de Deus - Esperança e Compromisso, com certeza nos fez refletir sobre o modo de vida que estamos construindo. Muitas pessoas se confrontaram com seu jeito consumista, estão cientes que é preciso diminuir o ritmo de crescimento e consumo, para o bem comum e da criação. Esse raciocínio também deve continuar e fazer parte da nossa agenda de planejamento, para sermos agentes de transformação é construtores de esperança e paz. Isso é um desafio para muita gente, é um desafio ecumênico, para todas as pessoas de boa vontade. Esse desafio de recuperar e sarar as feridas que causamos à natureza, entre povos e seres humanos, são necessárias muitas mãos. São necessárias mãos e mentes conduzidas com muita sabedoria, protegidas na luz de Deus.