O tempo passa e estamos um ano no Ministério de Pastor Sinodal. Tempo importante de ouvir, refletir, avaliar e planejar adiante. Na última Conferência Ministerial fizemos esta parada para ouvir as vozes das e dos colegas de ministério. Não queremos entrar aqui em detalhes e comentários. As manifestações foram acolhidas em sintonia com o que sentimos pela igreja à qual nos dedicamos. O sentimento do amor em princípio é bem maior do que qualquer outra coisa manifesta. Ele nos une e faz-nos assumir compromissos na igreja e na sociedade, muitas vezes bem além das nossas capacidades.
Foram muitas as vozes, que também se manifestaram a respeito da sobrecarga no ministério. A atual conjuntura eclesial sobrecarrega os Ministros, Ministras e suas famílias. Conseqüentemente temos colegas cansados e em casos extremos famílias desestruturadas. Esta situação é preocupante para todos nós que amamos esta igreja. O desafio dado é nosso, Ministros, Ministras, lideranças em todas as instâncias eclesiais. Juntos precisamos relatar e avaliar nossas atividades nesta igreja, pois a amamos.
A Igreja ordena Ministros e Ministras de ministérios específicos e os envia para anunciar a Boa Nova e denunciar as injustiças. Toda boa obra em princípio acontece em colaboração com muitas pessoas, em conjunto com presbitérios e lideranças. Todas as pessoas somando com seus dons, dons preciosos, cuidando uns dos outros, construindo uma comunidade do cuidado. Onde todos são libertos para servir, não como escravos, mas colaboradores, filhos e filhas e herdeiros de Deus (Gl.4.7).
É muito importante parar e ouvir as vozes das pessoas que caminham conosco. Jesus fazia isso muitas vezes com seus colaborados. Certa ocasião os discípulos voltam de uma missão bem sucedida. Jesus os havia enviado para pregar o arrependimento de pecados, expelirem demônios, curar muitos enfermos ungindo-os com óleo e eles voltaram eufóricos (Mc. 6.12s). Eles voltam fazem um relato do que haviam feito e ensinado (Mc. 6.30s). E Jesus os escuta – é preciso parar para relatar e avaliar. Ele é sensível e percebe que seu grupo está esgotado, cansado espiritualmente e corporalmente. Então ele convida: vinde repousar, à parte num lugar deserto. Todo ativismo exagerado não é bom nem inteligente. Há momento para agir e há momento para repousar e meditar na presença de Jesus. Quem sabe, assim nesta metodologia de convivência, poderemos construir Sínodos bem mais cuidadosos com todos os Ministros, Ministras, lideranças e presbitérios. Continuando na metodologia de Jesus, às vezes é necessário se retirar, se afastar do fervo dos acontecimentos para ver melhor. Para entender este mundo agitado, interpretá-lo com mais clareza na força do espírito de Cristo. Às vezes uma parada para uma boa confraternização, pode animar mais do que cobranças e ativismos estressantes.
publicada no Jornal O Caminho, edição jan-fev/2012
