A morte de Homero Severo Pinto, nosso pastor 1º Vice Presidente da IECLB, deixou rastros de tristeza e saudade. Restaram até sementes de frustração e derrota! Durante todo o seu caminho de sofrimento, aconteceu uma demonstração de confiança e de solidariedade. Quantas pessoas, comunidades na IECLB e fora dos seus limites se somaram ao mutirão de intercessão. Foi grande a expectativa do restabelecimento de uma pessoa especial. Vitimado por malária maligna e exposto à falência múltipla de órgãos, o colega e irmão na fé sucumbiu em 23 de abril. O Sínodo Norte Catarinense e toda a IECLB despediram-se do pastor Homero com sentimentos de tristeza e dor. Também transpareceu profunda gratidão por sua vida em humildade a serviço do Reino de Deus.
As semanas que antecederam a sua morte, transformaram-se em escola de oração. A gravidade da enfermidade não cedeu. As angústias e incertezas tomaram conta dos familiares e de todos que aguardavam sinais de recuperação. Após 40 dias de internação e cuidados médicos, Homero faleceu.
“Seja feita a tua vontade”, Jesus orava. Ele alertou e disse: vós orareis assim: “Pai nosso que estás nos céus”. À semelhança das crianças que se dirigem aos pais, somos livres para clamar confiantes, quando ameaçados pelo poder da solidão ou do medo ou diante daquela sensação de abandono e ausência de auxílio. No mutirão das intercessões em toda a IECLB, fomos animados a confiar a vida frágil de Homero nas mãos do Pai Nosso.
Vem à memória a história do filho que retorna ao lar sendo recebido de braços abertos. Apesar de não mais se achar digno da qualidade de filho, o pai garante que continua sendo acolhedor, para receber o filho que retorna de braços abertos. Nada nos separa da liberdade de nos achegarmos à casa onde os pais nos aguardam carinhosamente!
No exercício da oração, importa que tenhamos clareza e sensibilidade quanto ao tom inerente às nossas palavras e vontades. O Pai nosso nos céus em nada se assemelha a pessoa recebedora de ordens. “Seja feita a tua vontade”! A voz de comando contradiz a confiança, motivo de entrega do/a filho/a ao Pai nosso.
O perigo de impormos nossa vontade a Deus Pai: preciso disto ou impede aquela situação é tentação humana.
O testemunho que pastor Homero nos legou centrado na tarefa ministerial, indica o tamanho da humildade, da obediência e destaca a sua liberdade de agir. Fazer a vontade do Deus missionário foi para Homero um sinônimo de liberdade para servir, mesmo que a diaconia produzisse morte prematura.
A expressão de paz e serenidade estampada no rosto de morte de Homero era de entrega, em confiança, ao Bom Pastor. Obrigado, pastor Homero!
Fonte: Jornal O Caminho - jun/2010