Numa noite especial, a CEJ – Comunidade Evangélica de Joinville celebrou no dia 31 de outubro culto festivo para lembrar o início do Movimento da Reforma de 1517, quando o monge Martim Lutero divulgou em Wittemberg suas depois famosas 95 Teses sobre a necessidade de reformas na sua Igreja Católica. O culto reuniu mais de 350 pessoas de todas as Paróquias de Joinville que conformam a atual CEJ, com a presença da maioria de ministros e ministras que atuam nas comunidades e serviços que a CEJ presta ao povo da cidade. Ele foi conduzido pelo Pastor Oswald Doege, da Paróquia Cristo Redentor e colegas, além da presença do Pastor Sinodal Inácio Lemke. Foi pregador convidado o Pastor e Professor Roberto E. Zwetsch, da Escola Superior de Teologia – Faculdades EST, de São Leopoldo, RS, que baseou sua homilia no principal texto da Reforma, as palavras do apóstolo Paulo na Carta aos Romanos 1.16-17 e 3.21-28. O Pastor Zwetsch recordou que a mensagem da Reforma, a redescoberta do evangelho da graça e do perdão de Deus mediante a fé em Cristo, só se torna realidade hoje se conseguirmos viver da graça e do amor de Deus, do perdão e da compaixão de Deus, no dia a dia. Não basta o conhecimento desta mensagem de libertação, ela precisa tornar-se experiência viva e transformadora em nossas vidas e na sociedade tão desigual e injusta em que participamos. Afirmando que a fé cristã é um aprendizado diário que se vive de fé em fé, um processo dinâmico em que ¬– diariamente – aprendemos e ensinamos, caímos e levantamos, o pregador conclui sua mensagem com uma palavra desafiadora de Lutero: “A vida cristã não consiste em ser, mas em tornar-se, não na vitória, mas na luta, não na justiça, mas na justificação”. Para quem tiver interesse, a texto da pregação estará disponível no site do Sínodo Norte-Catarinense.
Leia a prédica do Culto, proferida pelo P. Roberto Ervino Zwetsch
Flor de Maio - Poemas
Na noite de 31 de outubro foi lançado o livro de poemas Flor de Maio, de autoria do P. Roberto Ervino Zwetsch, NhandutiEditora.
No site da Editora, lemos os comentários de Armindo Trevisan:
“...
Os poemas desta coletânea de Roberto Zwetsch não devem apenas ser lidos; devem, também, ser saboreados na sua polpa exterior, e na sua polpa interior. A simplicidade de vida do poeta, sua corajosa opção pelos indígenas, obrigou-o, em várias ocasiões, a ser mais orante do que falante. Que elogio mais discreto se poderia fazer a esse poeta?
A poesia de Zwetsch é comparável a uma criada anônima e elegante da Teologia. Ela se apresenta portadora de um vaso de alabastro, em cujo bojo se oculta o Mistério. Este mantém-se à espreita de cada palavra e, sobretudo, de cada silêncio, verdadeiramente vivenciados pelas pessoas, tanto em lábios puros como em lábios impuros.
Em determinados momentos, é visível e audível a expressão literária de seus versos. Por exemplo, Democracia: A palavra de outro / Escutada / Erguida como sinal; ou “Até Quando, Senhor” (no qual a corda do coração ferido do autor vibra, à semelhança de um violão a chorar num galpão onde à noite só dormem mendigos e cães...).
Sim, caro poeta: anima-nos encontrar em teu livro poemas de Esperança evangélica como “Páscoa, Travessia”! Desse poema realço em especial os magníficos versos: Como o voo esplêndido da garça branca / sob o céu azul da compaixão de Deus. É uma imagem tocante da ternura divina.
Se alguém desejar descobrir o ideal poético de Roberto Zwetsch, medite sobre os versos que ele se digna oferecer-nos (maçãs apanhadas num pomar nas quais ainda cintila o orvalho que as cobriu de madrugada):
Como alcançar o céu / ignorando o cheiro da terra?
Se se cala a Voz do Vento / o que se ouvirá na canção?
...”
Crédito das imagens do Culto: Luiz Hille