Vivemos um tempo difícil, não apenas em nosso país, mas em todo o mundo: aqui, corrupção, insanidade administrativa, ‘jeitinhos’ para lucrar até na crise. Lá fora, guerras e, por conta disso, uma leva de refugiados que não tem para onde ir!

Voltando-nos para os ‘nossos’ problemas, percebemos que a falta de ética na política é reflexo de uma sociedade do ‘jeitinho’, tanto na base como no topo. A corrupção desenfreada, tanto na esfera pública como privada, conduz o nosso país ao caos. No entanto, justamente em tempos de crise, é preciso manter a sobriedade, a clareza no discernir: combate a corrupção não pode significar negação da ordem constitucional e democrática, que tanto lutamos para conquistar. O preço que pagamos para reestabelecer a democracia nesse país, ou seja, as vidas que foram ceifadas pela violência da Ditadura Militar, não pode ser esquecido!

A ordem democrática não pode ser subvertida porque as instituições de comunicação, dominadas por pessoas que jamais pensaram no bem coletivo, não aceitam o voto democrático. Não concordar com a gestão do Governo não pode inviabilizar a governança. Jamais havíamos visto nesse país (e isso apenas é possível por conta de um Governo democrático) a corrupção ser combatida com as armas que o próprio Estado o equipou e que, hoje, são autônomas, por exemplo, o Ministério Público e a Polícia Federal!

Não nos enganemos: se a corrupção nem aparecia e tínhamos a impressão de perfeição, isso não significa a sua inexistência. Também não havíamos tido uma oposição descaradamente a favor da ruína do próprio Estado democrático de direito para garantir as suas regalias e os seus privilégios.

Diante disso, nós, pessoas luteranas, que nascemos em meio ao conflito com os poderes que querem destruir a vida humana, que pertence ao Criador, precisamos dar um basta à corrupção, às falcatruas, ‘aos jeitinhos’ – em todas as esferas, ao mesmo tempo em que dizemos um grande sim à ordem democrática e de direito estabelecida pelo povo por meio do processo democrático.

Com Jesus, oramos: perdoa-nos, pois não sabemos o que fazemos. Ajuda-nos a manter a tua vontade de justiça e de paz mesmo em tempos escuros. Brilhe a tua luz e nos dê discernimento. Amém.