Nestes últimos dias, para não dizer meses, uma tarefa tem me ocupado bastante. Foram horas e mais horas dedicadas para compor o calendário de atividades da Paróquia para o ano de 2015. É em momentos como estes que a gente se dá conta de como o tempo tem passado rápido. Tenho a impressão que existe um acelerador contínuo do tempo. Você também tem esta impressão? Parece que a cada dia que passa, menos tempo temos para as coisas que consideramos importantes, mas que não estão na nossa lista de prioridades. Nem na nossa lista de atividades. O dever nos chama a cada manhã. E quando o dia chega ao seu final a impressão que fica é que não conseguimos dar conta de tudo que deveríamos ter feito.
Todos os anos nesta época, quando olho para o agendamento de atividades para o ano seguinte, bate uma ansiedade enorme acompanhada de um temor de não conseguir dar conta de tudo o que está sendo colocado no calendário. A quantidade de atividades distribuídas em doze folhas mensais parece um emaranhado de letras e números. São centenas e centenas de atividades. Algumas destas atividades são rotineiras, outras atividades serão novidades. O que fica escondido por trás de cada detalhe é que cada uma destas atividades traz consigo o seu desafio e requer o seu tempo de dedicação para estudo, preparo, deslocamento e encontro. Além destes pontos em comum se somam características como o desejo de acompanhar, orientar, admoestar, instruir, reunir pessoas em torno da palavra de Deus, Sacramentos, perdão e oração.
Um dos objetivos ao colocar as atividades no calendário é organizar os encontros pensando nas pessoas que poderão vir a participar delas. A dúvida que prevalece é a quantidade de pessoas que se sentirão motivadas a participar. Quantas pessoas tirarão, em meio à correria diária, um pouco do seu tempo para dedicar-se à leitura bíblica, às celebrações e encontros e buscar orientação para alimentar a sua fé e vivência comunitária? Muitas pessoas, ao justificar a sua não-participação das atividades comunitárias de sua igreja, se manifestam no sentido de não terem tempo para este tipo de atividade. Em outras palavras, não sobra tempo. Mas existe tempo de sobra?
O livro bíblico de Eclesiastes 3.1 nos ensina que “Tudo neste mundo tem o seu tempo; cada coisa tem a sua ocasião.”
Sinceramente acredito que quando organizamos o nosso tempo, sempre poderemos destinar um pouco dele para as celebrações propostas e para a convivência comunitária. Para isso precisamos nos perguntar até que ponto priorizamos nossa fé e vivência cristã.
Em Provérbios 16.1-3 e 9 lemos: “As pessoas podem fazer seus planos, porém é o SENHOR Deus quem dá a última palavra. Você pode pensar que tudo o que faz é certo, mas o SENHOR julga as suas intenções. Peça a Deus que abençoe os seus planos, e eles darão certo. A pessoa faz os seus planos, mas quem dirige a sua vida é Deus, o SENHOR.”
Organizar as atividades do ano seguinte requer muita dedicação e planejamento. É esforço humano empenhado. Mas não podemos esquecer de que a última palavra é sempre de Deus. Portanto, somos chamados a colocar em nossas orações as atividades propostas para que o Senhor da Igreja as abençoe desde já.
