Abraçamos de diversas formas. E para isso usamos o nosso corpo, abrindo-o em direção à outra pessoa e sua causa. No Antigo Testamento, no livro de Eclesiastes 3.5 encontramos: “Há tempo de abraçar.” Sobre este “tempo” está-se chamando à reflexão.
Tem o abraço mais espontâneo onde a ação , acontece naturalmente. Isto porque já se tem toda uma proximidade , história em comum, vidas compartilhadas, sonhos se construindo.
E há também o abraço mais difícil, mais exigente. Este abraço precisa de muito esforço e às vezes também a ajuda de outras pessoas e comunidade. Depende das experiências que cada um/a tem e da vontade de construir uma nova possibilidade. Isto, em nível de indivíduos, mas também de grupos. Não poucas vezes há pedras no caminho: desentendimentos, incompreensões, feridas abertas. E, justamente nestas situações que ele tem muito a ajudar. Neste caso, abraçar significa desejar uma mudança, buscar alívio, trabalhar e se esforçar para superação. Este é o abraço da reconciliação !
E acima destes nossos “abraços humanos” temos o abraço de Deus, que nos acalenta e dirige. A sinceridade na vida, principalmente diante de nossas forças e fraquezas nos aproxima do abraço de Deus. A sinceridade nos permite reconhecer limites, pedir desculpas e ver as coisas de formas diferentes. Assim pode-se experimentar passos novos, traçar novos paradigmas, novos horizontes.
É tempo de abraçar! É tempo de juntar as partes diferentes de um mesmo corpo de Cristo, que é a sua Igreja! Igreja que se torna visível na diaconia, no serviço ao próximo (Mateus 25.31 a 46). É tempo sim de permitir que a palavra / o verbo de Deus se torne realidade, possa ser visto, tocado, experimentado no encontro com o irmão e com a irmã. Isto faz com que brotem novas realidades, novas possibilidades, mais comunhão.
Nossa vida e a vida da Igreja de Jesus Cristo na terra vai sendo construída nesta dinâmica. O desafio é abraçar um projeto comum onde as pessoas sejam buscadas para fazer parte, se sintam honradas em poderem estar juntos/as. Para isto cada um/a é chamado no Batismo, e fortalecido no dia a dia.
É muito importante a consciência de pertencer ao corpo de Cristo na terra. E esta é a grande responsabilidade da Igreja e dos cristãos/ãs. A missão é local, independente do lugar e realidade, e as conseqüências desta ação são mundiais. Vamos abraçar o desafio de nosso tempo, porque este é sem dúvida: TEMPO DE ABRAÇAR!
Pa. Cristiane Érica Petry