O verbo se fez gente e se contextualizou entre nós: a Igreja na e pós-pandemia. Sob este tema, estiveram reunidos e reunidas em Atualização teológica virtual, Ministros e Ministras do Sínodo Nordeste Gaúcho, nos dias 31 de agosto e 1º de setembro de 2021. A assessoria foi prestada pelo Professor Doutor Moisés Sbardelotto, jornalista graduado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), mestre e doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e recentemente contratado para a docência do ensino superior na PUC de Minas Gerais.
Inicialmente pensada para ser presencial, um dos pontos interessantes desta atualização foi que ela aconteceu justamente em meio à pandemia, tempo que nos inquieta, mas que também aponta para uma série de mudanças no cenário civil e social, com profundas marcas antropológicas. Não se pode mais falar apenas de Emissor e Receptor na comunicação, pois os meios através dos quais acontece a comunicação mudaram. Além disso, emissor e receptor são conceitos abstratos, pois a tensão criativa torna todas as pessoas emissoras e receptoras de conteúdo todo o tempo. Comunicar o evangelho e viver o ministério nestes tempos requer pensar, refletir e inclusive deixar-se aprender novos conteúdos.
O assessor desafiou o grupo a pensar na centralidade do evangelho, ou seja, amar as pessoas. Pensar as redes como espaço de comunhão e aproximação, aproveitando os modismos da internet. A presença da Igreja nas redes sociais também pode ser evangelizadora quando aproveitamos a riqueza desse ambiente virtual.
Além do desafio do aprendizado, a Igreja, como imersa em um contexto social não está livre da cultura do ódio que ganha dimensões estratosféricas na era digital, quando robôs disseminam notícias, falsas e verdadeiras, mas que chegam aos celulares e mídias sociais em uma velocidade ímpar. Assim sendo, ser Igreja na pandemia já requereu adaptações e ser Igreja após esta pandemia, quando já seremos outras pessoas, requer nos perguntamos se queremos ou se conseguiremos voltar ao normal ou se o normal terá outros parâmetros ao comunicar Jesus Cristo. Contudo, mesmo em meio a mudanças, isto é fato: o verbo se fez gente e se contextualizou entre nós e cada vez se mostra mais ativo quer seja nas vidas on-line, off-line, no abraço ou no distanciamento.
