Estância Velha, 01 de julho de 2020.
A Ministros e Ministras que atuam no Sínodo Nordeste Gaúcho
Presidentes de Paróquias do Sínodo Nordeste Gaúcho
Presbíteros, lideranças e membros
“Que ninguém procure somente os seus próprios interesses, mas também os dos outros” (Filipenses 2.4).
Ao nos dirigirmos a vocês, lembramos de palavras fortes que foram expressas e que questionam a Igreja que queremos ser. Vamos nos importar mais com o comentário dos outros ou com o Evangelho? Como queremos ser vistos e reconhecidos? Como Igreja que cuida e zela pela vida ou como igreja que sede a pressões exteriores? Manter a autenticidade do Evangelho que pregamos é ser fiel aos ensinamentos de nosso Senhor Jesus Cristo. Sacrificar-se, doar de si em favor da outra pessoa é fruto natural da fé cristã.
Temos saudades de nossos cultos presenciais, encontros, reuniões, estudos bíblicos, das boas conversas e reflexões acerca de nossas preocupações e encaminhamentos administrativos sempre dados em conjunto. Saudades do abraço, do aperto de mão, dos cafés, almoços e jantas.
Mas não podemos fugir do Evangelho, não podemos apenas pensar em nós mesmos. Temos testemunhos lindos de comunidades e membros que afirmam:
“Só vamos voltar quando todos puderem voltar”. “Agora o mais importante é olhar para todos”. “Nesse momento a solidariedade é o passo mais importante”. Já falamos, na carta anterior, sobre o sentimento como corpo de Cristo: quando uma parte sofre, todo corpo sofre; quando uma parte se alegra todo corpo se alegra. Agora todo corpo sofre.
Mesmo que atividades presenciais não estão acontecendo, cultos, mensagens e materiais de reflexão diversos foram e estão sendo produzidos e distribuídos para alimentar a fé das pessoas.
O trabalho não parou. Ministros/as têm acompanhado pessoas enfermas, enlutadas, em depressão e que, passam por algum momento de angústia e aflição. Santa Ceia para pessoas enfermas e sepultamentos são realizados, no propósito de levar conforto e fortalecimento às pessoas fragilizadas.
Não podemos ver o vírus nem saber quem o transmite. Pessoas infectadas podem estar assintomáticas e infectar outras. Boa parcela dos membros da IECLB faz parte de grupos de risco. Se retomarmos atividades presenciais, essas pessoas estarão mais expostas ao contágio. Mas também quem não faz parte de grupos de risco pode adoecer e vir a óbito em decorrência do vírus.
Na reunião com os presidentes de paróquias, na noite de 30 de junho, ouvimos as diversas opiniões e constatamos a preocupação da grande maioria quanto a falta de segurança para retomar os cultos diante do aumento de casos e em respeito pela vida das pessoas ainda é melhor aguardar por mais um período.
Considerando que o número de casos continua crescendo, que a maioria de nossas comunidades tem casos de covid-19 e muitas tem seus primeiros casos registrados nos últimos dias, que a capacidade de testagem é limitada, que há subnotificação de casos e mortes por Covid-19, que a nossa estrutura hospitalar é frágil e não há tratamento 100% eficaz, a alternativa mais prudente e responsável no momento é manter a suspensão por mais um período, ou seja, pelo menos até 13 de julho.
Na próxima semana a Comissão Sinodal de Reflexão e Apoio COVID-19 se reunirá novamente com a Diretoria do Conselho Sinodal e encaminhará novas decisões que serão alicerçadas na análise do avanço ou controle de novos casos e ponderações das lideranças da IECLB e autoridades na área da saúde.
Caso alguma paróquia tenha dúvidas sobre o entendimento desta Nota do Sínodo, pedimos que façam contato pessoal, antes de qualquer encaminhamento contrário.
Fraternalmente,
Comissão Sinodal de Reflexão e Apoio COVID-19:
Tarcísio Hamilton Drescher – Comunidade de Montenegro
Vilson Paiva – Paróquia de Portão
Mara Pilger – Paróquia Linha Pinheiro Machado
P. Leomar Fenner – Paróquia de Dois Irmãos
Wagner Petry Moraes – Vice Presidente do Conselho Sinodal
Alécio Patzlaff - Presidente do Conselho Sinodal
P. Charles Werlich – Pastor Vice Sinodal
Pa. Ma. Tânia Cristina Weimer – Pastora Sinodal
