“Naquela região havia pastores que estavam passando a noite nos campos, tomando conta dos rebanhos de ovelhas. Então um anjo do Senhor apareceu, e a luz gloriosa do Senhor brilhou por cima dos pastores.
Eles ficaram com muito medo, mas o anjo disse:
— Não tenham medo! Estou aqui a fim de trazer uma boa notícia para vocês, e ela será motivo de grande alegria também para todo o povo! Hoje mesmo, na cidade de Davi, nasceu o Salvador de vocês — o Messias, o Senhor! Esta será a prova: vocês encontrarão uma criancinha enrolada em panos e deitada numa manjedoura.” (Lucas 2.8-12)
Era noite e os pastores cuidavam das ovelhas no campo. Os pastores eram trabalhadores simples, humildes, por parte da sociedade daquela época e eram até desprezados. Mas o anúncio do nascimento de Jesus justamente chega para estas pessoas. Sinal do amor de Deus que não despreza, mas acolhe. Sinal do amor de Deus que vai ao encontro dos humildes e reconhece a sua dignidade.
A eles os anjos trazem a boa notícia do nascimento do salvador. Uma boa notícia alegra a vida, aquece o coração, renova a esperança.
O salvador nasce na pequena vila de Belém. Um lugar que marca a história do povo de Israel, pois ali nasceu o rei Davi, este importante rei na história de Israel. A figura do rei Davi continuava povoando o imaginário do povo, tanto que eles esperavam que quando viesse o Salvador, ele seria descendente do rei Davi. Ao nascer em Belém, como descendente do rei Davi, a criança na manjedoura une a sua história a toda caminhada do povo de Deus. Esta criança vem dar continuidade a esta presença de Deus na história.
O Messias, o escolhido por Deus, é enrolado em panos e deitado numa manjedoura. O Messias nasce de forma humilde e pobre, distante da riqueza e do luxo. Deus escolhe o caminho da simplicidade e chega até nós na fragilidade de uma criança. Sem força, sem poder, sem glória, sem sucesso, Deus vem ao nosso encontro e se revela em meio aos conflitos, aos preconceitos, às desigualdades que nós criamos como humanidade.
No Natal nós somos convidados, convidadas a nos juntar à multidão de anjos que cantam: - Glória a Deus nas maiores alturas do céu! E paz na terra para as pessoas a quem ele quer bem! (Lucas 2.14)
Cantamos glória ao nosso Deus, porque Deus revela o seu poder abrindo mão de todo poder. Deus revela a sua grandeza abrindo mão da riqueza e da glória. Deus não busca por privilégios, mas se torna presente entre nós se esvaziando e revelando a partir da pobreza, da simplicidade o poder e a grandeza do seu amor por nós, para que a sua paz se torne presente na terra.
Cantemos a boa notícia que encantou os pastores, que os colocou em movimento. Fez com que fossem à procura da criança em Belém. Cantemos esta boa notícia levando alegria e esperança para os humildes, para os desesperançosos, colocando as pessoas em movimento a caminho da esperança.
Cantem a boa notícia que transforma vidas. Traz alegria e dignidade. Promove a paz na terra.
É uma boa notícia que nos faz viver uma nova vida. É uma boa notícia que vence as trevas deste mundo e nos conduz por um caminho de vida e esperança. Não tenham medo. Cantem esta boa notícia.
Oração: Deus da graça e da paz, te agradecemos pela tua palavra que gera vida e se fez vida entre nós. Que o teu amor desperte em nós admiração para permanecermos atentos a tudo que tu revelas para nós. Dá-nos a alegria da tua presença por Cristo Jesus. Vence o nosso medo e nos fortalece na fé para cantarmos anunciando a tua presença e a tua paz. Amém.
P. Me. Eduardo Paulo Stauder
Pastor Sinodal do Sínodo Nordeste Gaúcho