“Deixem que as crianças venham a mim e não as proíbam, porque o Reino do céu é dos que são como estas crianças”. Mateus 19.13
Era muito pequena quando recebi pela primeira vez, em meu nome uma correspondência, a assinatura de uma revista chamada “O Amigo das Crianças”. Me senti tão importante! Naquele tempo só as pessoas adultas recebiam correspondências ou cartas em seu nome. A cada história que eu lia nesta revista podia sentir que, também para Jesus, eu era importante e mais ainda, sentia que todas as pessoas tinham um lugar especial no coração de Deus. Mas percebi claramente que as crianças eram colocadas por Jesus como “exemplo” diante das pessoas adultas. Então, passei a gostar muito das coisas de Deus e, como Deus gostava das pessoas, passei a gostar das pessoas também.
Entrando para o mundo adulto e dedicando-me ao pastorado percebi que, apesar da insistência de Deus em colocar as crianças no centro do Reino, as pessoas adultas as deixam mais pelas beiradas. Na maior parte do tempo, não se preocupam em se colocar no lugar delas. Trabalham muito para darem coisas para elas, coisas que até de repente podemos questionar se são realmente necessárias. Perdemos tanto com isso!
Se pudéssemos, ao menos uma vez, prestar atenção no que Jesus diz: “Ser como as crianças”. Para ser como elas é preciso, no mínimo, tentar colocar-se no lugar delas. Façamos isso ao menos algumas vezes em nossas vidas. Isso não nos apequena, pelo contrário nos engrandece aos olhos da fé. Observe que pelo simples fato de nos colocarmos no lugar delas, ou lado delas, para ver o mundo, enxergamos coisas que há muito tempo deixamos de enxergar: as pintas das joaninhas, a roupa dos passarinhos, as bolhas de sabão flutuando, um cachorro abanando o rabinho, o gosto de um brigadeiro. Se as crianças não fazem mais isso, lembre-se da criança dentro de você que fazia isso e convide-a para experimentar das suas brincadeiras. As crianças são parceiras que nos conduzem a perceber coisas pequenas e valiosas, coisas das quais o Reino é feito e estão presentes neste mundo tão veloz e passageiro.
Finalizo com uma frase que não quer assustar, apenas alertar: “Não há tristeza na morte, o triste é que as pessoas não aproveitam a vida” – aproveite a sua! Feliz Dia das Crianças! Não esqueça que uma ainda pode estar dormindo dentro de você.
Pa. Cláudia P. S. Pacheco
Em nome da Coordenação Sinodal do Culto Infantil