Viena, Áustria. Nos dias 10-13 de maio tive a oportunidade de estar em Viena, por ocasião da cúpula alternativa Enlazando Alternativas 2, representando o Kirchlicher Entwicklungsdienst da Baviera. Esta cúpula aconteceu paralelamente à cúpula oficial de diálogo entre os chefes de Estado e de governo de países da União Européia e da América Latina, também realizada em Viena. Enlazando Alternativas 2 (EA2) foi, por assim dizer, um contraponto em relação aos encaminhamentos oficiais de acordos e tratados entre o Mercado Comum Europeu (e dos interesses hegemônicos de seus conglomerados industriais) e os países latino-americanos.
Ainda no contexto de EA2 foi instalado o Tribunal Permanente dos Povos.
Diante deste tribunal integrado por representantes de diferentes países e organizações sociais foram apresentados vários casos de empresas multinacionais que exploram impiedosamente recursos naturais e que violam direitos humanos na América Latina. Estes casos serão analisados e posteriormente poderão ser devidamente denunciados perante a opinião pública. É uma forma de dar voz a quem não encontra eco aos seus clamores.
Entre os casos apresentados estava também a situação de índios Tupiniquim e Guarani do Espírito Santo e sua luta pela recuperação de suas terras, contra conglomerados exploradores de celulose. Em relação a este tema realizou-se um seminário coordenado em conjunto com o grupo KoBra (Kooperation Brasilien - aqui da Alemanha - http://www.kobra.wdss.de/).
Inúmeras vozes se fizeram ouvir, num clamor intenso para que o capital transnacional cesse seus investimentos danosos nos mais variados rincões latino-americanos. O resultado positivo derivado dos Tratados de Livre Comércio oficiais e legais, é neutralizado e transformado em prejuízo redobrado nos efeitos colaterais que se manifestam regularmente na ilegalidade: esgotamento de recursos naturais (água), danos ao meio-ambiente (erosão dos solos, assoreamento), exploração humana em condições de trabalho indignas (baixos salários, cargas horárias extremas).
O tema da Assembléia do Conselho Mundial de Igrejas e da nossa IECLB bem que caberia aqui: Deus, em tua graça, transforma o mundo! Clamor dirigido aos céus e ao povo de Deus: transformações se fazem necessárias na forma de organização social, política e econômica da sociedade globalizada em que vivemos, sob pena de inviabilidade da vida para a maioria das pessoas, iniciando pelos mais pobres e fragilizados. Que sejamos capazes de tecer alternativas, pois um outro mundo é possível (slogan do evento)!
Fonte: Pastor Mauro Alberto Schwalm, atuando na Igreja da Baviera