“O marco deste encontro é que ele ocorre depois de cinco anos de caminhada e às vésperas do Jubileu da Reforma, em 2017. Diante do mercado religioso em que vivemos, que é de polarização, considero um verdadeiro testemunho o fato de estarmos reunidos para estudar o documento ‘Do conflito à comunhão‘, nesta agenda comum entre a IECLB e a Igreja Católica”. As palavras foram proferidas pelo pastor presidente da IECLB, Nestor Friedrich, durante o Seminário Ecumênico Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) e Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR), realizado entre 18 e 20 de agosto, em São Leopoldo (RS).
O destaque do seminário foi a apresentação do Relatório da Comissão Luterana e Católico-Romana para a Unidade, sob o título 'Do conflito à comunhão - Comemoração conjunta Católico-Luterana da Reforma em 2017‘, organizado pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e pela Federação Luterana Mundial (FLM).
Publicado em formato de livro pela Edições CNBB e pela Editora Sinodal, o relatório explica que em 2017 cristãos luteranos e católicos vão comemorar juntos o quinto centenário do início da Reforma Luterana e que, hoje, se alegram com o crescimento da compreensão, da cooperação e do respeito mútuos.
A pastora Dra. Wanda Deifelt, professora de Religião no Luther College de Decorah, no estado de Iowa, EUA, relatou a caminhada da redação do material. É uma preparação para a comemoração do quinto centenário da Reforma, refazendo a memória dos acontecimentos de 1517, quando Lutero afixou as 95 teses em Wittenberg, na Alemanha. “Ao retomar a história, o contexto e o impacto da Reforma e fazê-lo em conjunto, como Igrejas Luterana e Católico-Romana, o documento dá testemunho que o diálogo ecumênico não só é possível, mas sumamente necessário no momento atual, com a crescente intolerância religiosa”.
Na avaliação da pastora sinodal do Sínodo Nordeste Gaúcho, Tânia Cristina Weimer, que integra a Comissão Bilateral de Diálogo Católico-Luterano, o relatório traz uma visão diferenciada em relação à caminhada ecumênica. “A partir deste documento, vamos conseguir trabalhar mais concretamente a aceitação do ecumenismo dentro das nossas comunidades. Esse encontro tem uma grande dimensão também quanto ao nosso compromisso, quando retornarmos às nossas comunidades e aos nossos sínodos, de fazer este material chegar aos ministros e às ministras da nossa Igreja, em vista dos 500 anos da Reforma, em 2017”.
Ainda, para a pastora sinodal, luteranos e católicos hoje se alegram com o crescimento da compreensão, da cooperação e do respeito mútuos. Reconhecem o fato de que o que une é mais do que o que separa: sobre tudo, a fé comum no Deus Triuno e a revelação em Jesus Cristo.
Paineis
O encontro foi marcado por diversas atividades, entre as quais o painel inicial, rememorando a caminhada ecumênica, apresentado pelo pastor Dr. Walter Altmann, ex-pastor presidente da IECLB e ex-moderador do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), pelo pastor Me. Ervino Schmidt, suplente na Comissão Bilateral de Diálogo Católico-Luterano, e pelo padre Geraldo Hackmann; um painel intitulado Que conflito foi aquele? Qual é a novidade a partir do Concílio Vaticano II?, por Dom Zeno Hastenteufel, Bispo de Novo Hamburgo (RS) e integrante da Comissão Bilateral de Diálogo; e um painel sobre alguns dos temas centrais do documento, apresentado pelo padre Dr. Érico Hammes; entre outras atividades.
Ao final do encontro foram enfatizadas perspectivas de caminhada conjunta e de celebrações com vistas a 2017, nos 500 anos da Reforma.
Texto: Portal Luteranos com a Comunicação do Sínodo Nordeste Gaúcho