Olá, a Palavra de Deus fala com você nesse tempo da Campanha da Fraternidade Ecumênica. Eu sou Ramona Weisheimer, pastora da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil e trabalho na Paróquia de Rolândia, no Paraná. O tema da nossa reflexão de hoje é: “Amor que cuida” e o texto bíblico que nos orienta está em Jo 19.26-27 : “Quando Jesus viu a sua mãe e perto dela o discípulo que ele amava, disse a ela: Este é o seu filho. Em seguida disse a ele: Esta é a sua mãe. E este discípulo levou a mãe de Jesus para morar dali em diante na casa dele.”
Maria, Maria esteve lá no início, nas bodas de Caná. “Façam tudo o que ele disser.” (Jo 2.5) E está ali, no fim, no pé da cruz. Imagino com quanto medo e quantas lágrimas, mas está ali. E o “discípulo amado” é chamado a cuidar dela. Ele que nunca é nomeado. João o coloca sempre presente, como que com uma missão especial. Pode ser qualquer um, também um de nós.
Depois de dura caminhada, lá está Jesus, na cruz dos condenados. A cena ao redor é de brutalidade e falta de senso: Jesus está pregado na cruz, ladeado por outros dois homens, e a preocupação dos chefes dos sacerdotes é que a acusação escrita na tabuleta diz “Jesus de Nazaré, Rei dos judeus”, e isto os ofende. Querem que mude o letreiro para “este homem disse: eu sou o rei dos judeus”. Recebem desprezo de Pilatos. Outros dividem as roupas, como algo costumeiro. Apenas sorteiam a túnica, cumprindo sem saber as palavras do Salmo 22. E em meio a tanto desprezo pela vida, que torna a dor do outro algo corriqueiro, quase parte da paisagem, é o amor, o cuidado pela vida que leva o Senhor, lá da cruz, a olhar pela mãe, pela sua mãe, ali está, no pé daquela cruz.
Jesus está na situação extrema. Está consumado. Mas ainda tem olhos para ver quem está ali, teimosamente perto da cruz. E os recomenda um ao outro este é teu filho... está é tua mãe. Para cuidar e amar.
Quando se ama alguém se quer ver esta pessoa bem. Pai, mãe – incluídos os de coração – muitas vezes esquecem as próprias dores e temores para cuidar de quem amam. Porque cuidar é preciso, e cuidar de quem cuidou é necessário. Nós vivemos um tempo atribulado em que a morte de tantos parece algo tão distante, corriqueiro. Sentimos a dor quando chega perto. Então Quaresma é bem vinda, como tempo oportuno de revisar a caminhada, pedir perdão sincero, para poder recomeçar. E olhar o mundo com os olhos de Cristo, que mesmo na hora final, em meio à sua angústia e dor, foi capaz de enxergar a dor de quem fica, e recomendar o amor e o cuidado.
Este é teu filho, cuida dele, orienta, incentiva, ouve as alegrias e os lamentos; esta é tua mãe, cuida dela, lembra que é querida, ouve suas histórias, sua sabedoria, suas esperanças. Quando é por amor, nunca é em vão. Jesus deu sua vida por nós numa cruz por nós. Por amor. Não foi em vão.
Oremos: Senhor amado, o tempo dói ao nosso lado e nos sentimos tão carentes de tudo. Não permite que a angústia embote nossos olhos e torne surdos nossos ouvidos, fazendo-nos incapazes de perceber a dor do outro. Recomenda-nos, como teu Filho fez mesmo na cruz! Envia-nos a cuidar, como somos por Ti cuidados e cuidadas.
A Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021 foi organizada pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs – CONIC com o tema Fraternidade e diálogo: compromisso de amor e o lema Cristo é a nossa paz: do que era dividido fez uma unidade.