Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil e Ecumene



ID: 2676

Onde estamos?

Artigo

01/12/2006

Por ocasião da formatura dos alunos da Escola de Ecumenismo, em Joinville, participei de uma mesa redonda. Compartilho neste espaço algumas considerações feitas a título de posicionamento, conforme a ótica da IECLB. Destaco que a IECLB, nos seus documentos normativos declara a sua natureza ecumênica. O Evangelho de Jesus Cristo motiva as comunidades, em particular, e a Igreja como Instituição, a serviço da missão de Deus, em busca do fortalecimento da unidade. O movimento ecumênico conduz à prática do arrependimento. Ele nos auxilia a confissão dos pecados, em razão das separações que marcam o cristianismo.

É sabido que a Igreja-Instituição, inserida no mundo, precisa para sua sobrevivência e para a execução dos propósitos missionários, formativos e das ações diaconais de recursos materiais. A Igreja enquanto estrutura organizada necessita de dinheiro para sobreviver e expandir os seus trabalhos. O desafio da ecumene não serve à sobrevivência material da Igreja. A postura ecumênica, por sua vez, é fundamental ao ser-Igreja. O espírito ecumênico é essencial à identidade eclesial e fortalece a razão de ser da Igreja. Na qualidade de Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, nosso parceiro maior, na concretização do diálogo ecumênico é, sem dúvida, a Igreja Católica Romana (ICAR). A promoção do diálogo ecumênico entre as nossas Igrejas é irreversível e soma décadas.

O fortalecimento das relações ecumênicas entre a IECLB e a ICAR e demais Igrejas cristãs acontece sob o princípio da diversidade reconciliada. Inspirados pelo ministério da reconciliação, fruto da ação salvadora de Jesus Cristo, Senhor da Igreja, e motivados como membros diferentes do Corpo-Igreja, integrados sob a mesma cabeça, estamos empenhados na caminhada ecumênica. É caminhada que exige fôlego, perseverança e espírito de humildade.

Penso que deveríamos avançar mais no diálogo ecumênico, levando em consideração temas centrais e conceitos, onde persistem diferenças doutrinárias marcantes. Continuam sendo temas abertos e pertinentes à realidade ecumênica assuntos relativos à Eclesiologia, à Ordenação sacerdotal, à Eucaristia, ao Ministério. O diálogo em questões doutrinárias divergentes serve, também, ao fortalecimento da comunhão e da prática ecumênica nas bases.

O exercício prático da espiritualidade, mediante a leitura do Evangelho e a prática da oração comum são atitudes fundamentais às ações no caminho ecumênico. Existem vivências muito significativas e geradoras de confiança mútua, tanto na área do serviço comum, assim como as experiências no contexto das celebrações ecumênicas e das práticas litúrgicas.

Nossa caminhada conjunta acontece nas pegadas de Abraão e de Sara. Estamos a caminho para sermos fonte de bênção. Seguimos juntos sob a promessa de que nosso Deus segue conosco, nos ampara, corrige e fortalece

Manfredo Siegle
pastor sinodal do Sínodo Norte-catarinense
da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB)
em Joinville - SC

Diocese Informa - 12/2006


AÇÃO CONJUNTA
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Há algo muito vivo, atuante, efetivo e poderoso na fé, a ponto de não ser possível que ela cesse de praticar o bem. Ela também não pergunta se há boas ações a fazer e, sim, antes que surja a pergunta, ela já as realizou e sempre está a realizar.
Martim Lutero
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Tu és o meu Senhor. Outro bem não possuo, senão a ti somente.
Salmo 16.2
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