Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil e Ecumene



ID: 2676

Mensagem final da XVI Assembleia Geral do CONIC

11/04/2015

O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC) realizou, nos dias 9 a 11 de abril de 2015, sua XVI Assembleia no Centro Cultural de Brasília, SGNA 601-modulo B Asa Norte, Brasília, DF, com o tema ¨Deus nos Sonhou Plurais¨, e o Lema “Dá-nos um pouco de tua água” (Jo 4,7).

Dá-me um pouco da tua agua, é o pedido que Jesus fez à samaritana no poço de Jericó. Jesus optou passar por Samaria, uma região marcada por inúmeros conflitos entre Judeus e Samaritanos. Cruzar caminhos de conflitos foi necessário para que Jesus inaugurasse sua missão propondo uma nova perspectiva de convívio social, do diálogo, da convivência e da interação entre as diferenças no mundo plural. A Assembleia do CONIC também procurou compreender o lugar das Igrejas no mundo atual, em seus valores, desafios e oportunidades para o testemunho do Evangelho. Buscou compreender os caminhos de Deus em nossa sociedade e as interpelações para a missão, a qual engloba o anúncio do evangelho através de um processo de presença e testemunho, vivência espiritual e litúrgica; o diálogo com as igrejas e com as religiões; o serviço de promoção humana e defesa da integridade da criação.

Em seus 33 anos de história, o CONIC procura realizar a sua missão incentivando as igrejas membro a fortalecerem a sua missão de forma profética e ecumênica. Busca contribuir para que as Igrejas proclamem a Boa Nova a todas as pessoas sem distinção de gênero, orientação sexual, etnia, religião e classe social. Propõe que as Igrejas do CONIC se posicionem corajosa e profeticamente contra qualquer radicalismo estreito e desagregador que se contradiz com o projeto do Reino de Deus que é de comunhão, justiça, paz e solidariedade. Entre os sinais de anti-reino que urge eliminar do nosso meio, estão:

a) injustiça sócio econômica que provoca violência e morte atingindo, sobretudo, a população pobre e negra, as juventudes, os povos indígenas, mulheres, LGBTs e pessoas que vivem em situação de rua;
b) exploração irresponsável dos recursos da terra;
c) expressões do fundamentalismo religioso, intolerância e preconceito, proselitismo e violência principalmente em relação às religiões indígenas e de matrizes africanas;
d) instrumentalização politica da religião a favor de projetos que beneficiam elite sócio econômica no Brasil;
e) fragilização da democracia brasileira, ainda em difícil construção.

Frente a essas realidades, entre outras, que desafiam dificultam a vivência do Reino de Deus, o CONIC recomenda que as Igrejas privilegiem em suas agendas as seguintes ações:

1- a defesa dos Direitos Humanos para todas as pessoas;
2- a promoção de ações de economia solidária que diminuem o agravamento da desigualdade social;
3- a denúncia de todo o tipo de violência sócia cultural, econômica e religiosa;
4-a atuação em defesa de um Estado laico, contra qualquer tipo de teocracia;
5- o fortalecimento das iniciativas de dialogo ecumênico e inter-religioso;
6- o engajamento efetivo na Campanha da Reforma Politica;
7- a proposição de uma campanha para auditoria da Dívida Pública Brasileira;
8- a defesa da infância e da juventude em seus direitos abordados no ECA, opondo-se à proposta da redução da maioridade penal.

Manifestamos a nossa solidariedade para com as pessoas, organizações, igrejas e religiões, que busca construir uma cultura de paz, de diálogo e de cooperação entre as diferenças, celebrando em nosso meio o Reino da partilha e da comunhão, que realiza o plano de Deus para toda a humanidade.


Âmbito: IECLB
Área: Ecumene / Organismo: Conselho Nacional de Igrejas Cristãs - CONIC
Natureza do Texto: Manifestação
Perfil do Texto: Mensagem
ID: 32843

AÇÃO CONJUNTA
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É isto que significa reconhecer Deus de forma apropriada: apreendê-lo não pelo seu poder ou por sua sabedoria, mas pela bondade e pelo amor. Então, a fé e a confiança podem subsistir e, então, a pessoa é verdadeiramente renascida em Deus.
Martim Lutero
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Há algo muito vivo, atuante, efetivo e poderoso na fé, a ponto de não ser possível que ela cesse de praticar o bem. Ela também não pergunta se há boas ações a fazer e, sim, antes que surja a pergunta, ela já as realizou e sempre está a realizar.
Martim Lutero
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