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ID: 2676

Líderes de igrejas buscam avanços nos esforços pela paz na península coreana

20/06/2014

Em seu primeiro encontro desde a nomeação, em 2013, do novo líder da Federação Cristã Coreana (FCC), da Coreia do Norte, um grupo de líderes de igrejas de 34 países, incluindo representantes das Coreias do Norte e do Sul, reuniu-se perto de Genebra, Suíça, para buscar formas mais efetivas de alcançar reconciliação e paz na península coreana.

A “Consulta Internacional sobre Justiça, Paz e Reconciliação na Península Coreana” aconteceu entre 17 e 19 de junho no Instituto Ecumênico de Bossey. Além de um culto com celebração eucarística conjunta, o encontro teve devocionais diárias, palestras e discussões em torno de questões relacionadas à divisão dos dois países.

Ao final da reunião, o grupo emitiu um comunicado no qual aponta novas iniciativas para promover a paz, como, por exemplo, o aumento das visitas entre as igrejas do Norte e do Sul, o convite a jovens ao redor do mundo para que se envolvam nos esforços de paz e o chamado a um dia anual de oração pela paz na península coreana.

O grupo também recomendou a promoção de reuniões e consultas ecumênicas anuais envolvendo cristãos dos dois países. O encontro foi promovido pelo Conselho Mundial de Igrejas (CMI) e contou com a expressiva participação de líderes da FCC e do Conselho Nacional de Igrejas da Coreia (CNIC), da Coreia do Sul, além de representantes de igrejas de mais de 30 países.

A reunião em Bossey deu continuidade às discussões realizadas entre igrejas da Coreia do Norte e da Coreia do Sul, em 1984, encontro conhecido como a Consulta de Tozanso, e à declaração emitida pela 10ª Assembleia do CMI, realizada em Busan, Coreia do Sul, entre outubro e novembro de 2013, que pediu renovado engajamento ecumênico na busca por paz e reconciliação na península coreana.

A tragédia da divisão da península coreana exige novas ações e nossa comunhão espiritual e humana, afirmou o secretário geral do CMI, Rev. Dr. Olav Fykse Tveit. Esta cosulta revelou que nossa comunhão de Igrejas pode proporcionar isso”, acrescentou. “Estamos prontos para dar seguimento ao mandato da 10ª Assembléia e trabalhar em conjunto globalmente pela paz e reconciliação, concluiu Tveit.

Para Thomas Hyeono Kang (foto), da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) e membro do Comitê Executivo do CMI, a despeito do problema da divisão da península coreana parecer distante das realidades latino-americanas, o encontro mostrou a importância do tema, “principalmente para milhares de famílias coreanas separadas, que sequer se comunicam há quase 70 anos”. Nascido no Brasil, Thomas é filho de coreanos. Seu pai não consegue ver os próprios pais e irmãos desde 1948. “As igrejas podem ser uma importante porta de diálogo, mostrando à comunidade internacional como essa separação gerou cicatrizes na vida de milhares de coreanos”, acrescentou. “É animador ver cristãos coreanos do Norte e do Sul, bem como de outros países, em busca de uma solução pacífica e justa”, concluiu.

O Rev. Kang Myong Chol, presidente da FCC, afirmou que a consulta foi a manifestação do forte desejo de conjugar esforços e contribuir ativamente para a causa da paz e reunificação na península. O Deus Emmanuel estará sempre conosco e nos conduzirá ao caminho da justiça e da paz. A causa ecumênica certamente será alcançada sob a proteção divina e pela graça de nosso Senhor, afirmou o líder cristão norte-coreano.

Uma consulta ecumênica internacional ainda mais ampla será organizada em 2015, marcando o 70º aniversário da divisão da Península Coreana.

O comunicado oficial da consulta ainda remete ao CMI a responsabilidade de exortar suas mais de 340 igrejas-membro ao redor do mundo a observar, já a partir de 2014, o domingo antes do dia 15 de agosto de cada ano como o Domingo de Oração pela Reunificação Pacífica da Península Coreana.

Um dos testemunhos mais marcantes da cosulta foi o de Gil Won-Ok, vítima sobrevivente de abusos sexuais promovidos por militares japoneses durante a Segunda Guerra Mundial. Won-OK lembrou o grupo sobre a importância de reconhecer e afirmar o papel das mulheres como participantes ativas do processo de paz. “Elas são as que mais sofrem durante as guerras”, afirmou. “A verdadeira paz não pode ser alcançada sem sua participação e contribuição, concluiu Won-Ok. 


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