Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil e Ecumene



ID: 2676

Jovem da Suécia faz intercâmbio em paróquia do Sesb

Sueca conta sobre suas impressões e experiências no Brasil

27/11/2012

Amina Sankoh - intercambista sueca
Amina Sankoh - intercambista sueca
Envio no culto de despedida da Paróquia de Vitória
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Todos os anos a Igreja Luterana da Suécia, em parceria com a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – IECLB e outros três países, promove um intercâmbio de jovens. No início deste ano, quatro jovens brasileiros foram para lá, sendo que um deles, Eduardo Borchardt, é do Sínodo Espírito Santo a Belém – Sesb. Em setembro, foi a vez de quatro jovens suecas virem para o Brasil e uma delas, Amina Sankoh, ficou hospedada por cinco semanas na casa de uma família da Paróquia de Vitória, de 13 de outubro a 20 de novembro. O Sesb entrevistou Amina para conhecer mais sobre a sua história e a experiência do intercâmbio aqui no Brasil e, principalmente, no Espírito Santo.

Amina tem 19 anos e, em junho, se formou no ensino médio em ciências sociais. Antes de vir ao Brasil, ela trabalhava também como chefe de cozinha em restaurantes de um zoológico, para se manter estudando. Na cidade de Norrköping, Suécia, Amina mora com sua família: sua mãe, Diana; seus irmãos Colin e Deen, com 12 e 9 anos, respectivamente; e seu padrasto Patrik, que é como um pai para ela, pois começou a morar com sua mãe desde que tinha 3 anos. De vez em quando, a filha do casamento anterior de seu padrasto, Cornelia, também vive com eles. A família também tem um cachorro chamado Micran, que todos adoram.

Amina está no Brasil desde o dia 1º de setembro, tendo passado cinco semanas em Pelotas/RS antes de vir para Vitória/ES. Ao final da sua passagem por Vitória, acontece o seminário de avaliação do intercâmbio, nos dias 21 a 24 de novembro. Depois disso ela ainda passa três dias no Rio de Janeiro, para então retornar à Suécia no dia 27. Confira a entrevista:

1. O que te levou a se candidatar ao intercâmbio e deixar a Suécia em busca dessa experiência?
Eu comecei a frequentar a Igreja bem tarde, durante a minha confirmação. Depois da minha confirmação, eu comecei a trabalhar na Igreja como a líder jovem dos confirmandos. Todo ano, nós temos uma pessoa do programa de intercâmbio que vem até o nosso grupo e fala sobre o tempo que ficou fora. Na primeira vez, eu os ouvi falarem sobre a viagem para Filipinas e Tanzania. Eu queria me candidatar para o programa quando eu terminasse meus estudos do ensino médio. Eu queria ver o mundo, e queria ver algo diferente da Europa e meu ambiente seguro de casa. Em março, eu me candidatei para o programa e em abril eu descobri que eu fui aceita para ir para o Brasil!

2. O que você conhecia do Brasil antes?
Eu pensava que eu conhecia muito sobre o Brasil. Eu sabia que era grande, muito grande. Eu sabia que as pessoas falavam português, que tem carnaval em fevereiro e algumas outras coisas. Eu posso afirmar que depois de dois meses e duas semanas descobri que eu não sabia nada sobre o país. Eu sabia alguns fatos que eu aprendi pelo Google, mas eu não sabia nada sobre as pessoas e a cultura. Você não consegue ler isso no Google.

3. Você notou diferenças entre a cultura do Espírito Santo e a do Rio Grande do Sul? Conte para nós alguns exemplos.
A primeira coisa que vem a minha mente é o clima. Venho de um país bem pequeno, é fascinante para mim um país que tem tanta variedade de clima. Mas a Igreja também é bem diferente. Eu pensei que fosse porque eu estava em uma cidade do interior em Pelotas. Era mais adaptado para a vida de lá. As diferenças entre a grande cidade e a cidade do interior é também muito grande. A maneira como as pessoas enxergam a educação é diferente, por exemplo, no interior, às vezes, as pessoas pensam que é mais importante ajudar na roça do que ir para a escola. Tudo é mais ou menos diferente, a Igreja, o sotaque, a cultura e assim por diante.

4. O que você achou curioso ou diferente aqui no país, especialmente no Espírito Santo?
A primeira coisa que eu achei muito curiosa é a maneira de se cumprimentar aqui. Você beija e abraça. Na Suécia, nós apenas apertamos as mãos, a não ser que seja sua avó ou um amigo muito próximo, por exemplo. Aqui no Espírito Santo, uma coisa que é bem diferente da minha realidade na Suécia é que você tem que pensar quando você sai, o que você pode vestir, que língua você pode falar no ônibus, etc., porque pode ser perigoso fazer isso da maneira errada. Claro que pode ser perigoso sair sozinho no meio da noite em uma rua escura da Suécia também, mas parece muito mais perigoso aqui e, para mim, isso é muito difícil de se acostumar.

5. Qual foi a experiência que mais marcou até agora?
Quando eu estava em Pelotas, eu morei com o pastor de lá. Ele visita todos os membros das sete comunidades todo ano e nós o acompanhamos em algumas. Um dia ele foi visitar uma família que, segundo ele, vive em uma situação difícil. Quando nós chegamos lá, nós descobrimos que o pai da família havia sofrido um acidente e perdeu todos os movimentos do pescoço para baixo, ele estava paralisado, e ele tem uma filha de nove meses. O pai dele também sofreu um acidente alguns anos atrás, em que perdeu os dois olhos. Essa família vive no interior e, portanto, dependem da agricultura para sobreviver e agora eles não têm ninguém para trabalhar. A mãe tem que cuidar do bebê e a avó é uma senhora de idade avançada. O governo não pode ajuda-los porque havia algo errado com os documentos deles. Eles estão sozinhos nesse pesadelo, exceto pela Igreja. Então eu compreendi como a Igreja é importante para algumas pessoas no mundo, é muito mais que apenas cultos e estudos bíblicos. Para essas pessoas é tudo na vida.

6. Qual a impressão que você tem da cultura, comportamento, alimentação e das pessoas daqui?
Eu acho que é difícil dizer algo simples sobre a cultura, porque eu acredito que a cultura é diferente em cada lugar que você vai no Brasil. É um país tão grande, quase todo estado parece um país próprio. Mas uma coisa em comum em todos os lugares que eu estive no Brasil é a maneira de recepcionar as pessoas. As pessoas aqui são muito boas e têm boas maneiras de receber os visitantes e trata-los bem. A comida aqui não é muito diferente da Suécia. Nós comemos carne, peixe e frango, batatas, arroz e macarrão. A maior diferença é o arroz e feijão, nós quase nunca comemos isso na Suécia e aqui vocês comem todo dia. Os horários de comer aqui também são diferentes. Mas eu demorei mais ou menos uma semana para me acostumar com isso.

7. Qual a sua impressão sobre a igreja luterana no Brasil e quais as principais diferenças e semelhanças com a igreja luterana na Suécia?
A primeira coisa que eu notei foi que, comparada ao tamanho do país, a igreja luterana aqui é pequena. Isso gera muitas dificuldades para vocês, dificuldades que nós nunca tivemos na igreja luterana sueca, tendo em vista que somos a maior Igreja no país e também costumávamos ser a Igreja oficial da Suécia. Também tive a impressão que a Igreja é diferente pelo Brasil, os estados são diferentes de várias maneiras, o que faz a Igreja também ser diferente. É como o pastor presidente de vocês disse, o maior desafio da Igreja é ser uma igreja com os mesmos valores em todo o país. Uma coisa que eu achei muito similar entre a igreja daqui e da Suécia é a música! Vários hinos são os mesmos e para mim é muito bom poder reconhecer algo de casa aqui.

8. Quais são os seus planos para quando retornar para a Suécia?
Quando eu voltar, eu terei um seminário de avaliação em Sigtuna com todos os outros intercambistas [que estão nos outros países]. Depois disso, eu vou começar a trabalhar no meu Sínodo com o programa de intercâmbio. Eu vou viajar por diferentes comunidades e falar sobre a minha experiência com o programa, o Brasil e a igreja aqui. Eu vou trabalhar com isso durante seis meses e, então, eu quero viajar mais, antes de ingressar na universidade. No momento eu não sei o que eu vou estudar, mas se ano que vem eu ainda não souber, eu irei viajar e trabalhar por mais um ano.

9. O que você diria para alguém que planeja fazer esse programa de intercâmbio aqui no Brasil?
Não importa para onde você for no Brasil ou quem você seja, sua jornada será diferente, mas vibrante e cheia de vida! 


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