Em uma realização da Comissão de Diálogo Bilateral Católico-Luterano, da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e Diálogo Inter-Religioso da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Núcleo Ecumênico e Inter-religioso e Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), aconteceu, nos dias 1º, 2 e 3 de setembro de 2017, em Curitiba/PR, um Simpósio Ecumênico Mariológico, que reuniu Bispos, Padres, Pastores, Leigos e estudantes de Teologia de diversas partes do Brasil. Duas datas motivaram a realização do evento: os 500 anos da Reforma e os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida, nas águas do rio Paraíba do Sul.
O tema principal que fundamentou as Conferências do Simpósio foi o comentário de Lutero sobre o Magnificat. Segundo Dom Francisco Biasin, Bispo de Volta Redonda/RJ e Presidente da Comissão Episcopal para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso, foi possível “encontrar pontos em comum muito bonitos e fundamentados, sobretudo, na Bíblia, que podem nos ajudar a crescer na unidade entre as duas Igrejas”.
O primeiro dia do Simpósio aconteceu no auditório Thomas Morus, da PUC-PR, e teve duas Conferências: “Apresentação da Documento: Do Conflito à Comunhão”, assessorado pelo P. Leandro Hofstatter (IECLB) e pelo Pe. Erico Hammes, e “Há 500 anos da Reforma, o que Lutero tem a nos dizer, hoje?”, assessorado pelo Pe. alemão Hubertus Blaumeiser, vindo da Europa especialmente para o Simpósio. A palestra de Blaumeiser foi muito apreciada, pois, vindo de Roma, católico, perito em Lutero e fazendo parte do Movimento dos Focolares, que, no mundo inteiro, promove a unidade entre os cristãos, expôs, de maneira clara e atraente, pontos do pensamento de Lutero que são atuais e renovadores, além de ter feito uma síntese sobre o ponto atual do diálogo entre católicos e luteranos, evidenciando o maravilhoso caminho que tem se desenvolvido ultimamente.
No sábado, o evento aconteceu no Instituto Salete e teve mais três Conferências: “A Espiritualidade Luterana da Cruz”, “A Teologia de Lutero sobre Maria a partir do seu Comentário ao Magnificat”, na abordagem luterana e na abordagem católica.
No domingo, foi o momento de católicos e luteranos celebrarem juntos a sua fé em Cristo e concluírem, pensando em ações ecumênicas para o futuro. Para o P. Yedo Brandenburg (IECLB), a credibilidade da Igreja depende de cada um de nós: “Depende do nosso testemunho, do nosso caminhar de mãos dadas, do respeito à alteridade e isso está ocorrendo. Claro que não buscamos uma unidade institucional, mas sim uma diversidade reconciliada a partir da Cruz de Cristo”.
No clima de fraternidade e unidade, luteranos reconhecem Maria como a Mãe de Deus, segundo a ótica bíblica e a amam. Da mesma forma, católicos reconhecem que precisam mudar o seu olhar em relação a Lutero, o Reformador. O enfoque de ambas as partes se dá naquilo que os une e não naquilo que os divide.
A Presidência da IECLB foi representada no evento pelo P. Inácio Lemke, Pastor 2º Vice-Presidente da Igreja e Pastor Sinodal do Sínodo Norte Catarinense.
*Fonte: nota original publicada no site da CNBB - Regional Sul/PR