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ID: 2676

Gratidão, penitência e esperança: chaves para comemoração ecumênica dos 500 anos da Reforma

06/05/2016

Gratidão, penitência e esperança, são as “três notas” com as quais luteranos e católicos querem comemorar os 500 anos da Reforma de Martinho Lutero (1517-2017). Esta foi a avaliação do Presidente do Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch, ao pronunciar-se na manhã desta sexta-feira, 6, na conclusão do Simpósio Ecumênico Internacional Católico-luterano, promovido pelo Pontifício Ateneu Santo Anselmo, com o título “Sinais de perdão. Caminhos de conversão e práticas de penitência. Uma Reforma que interpela a todos”.
Gratidão e reconhecimento das culpas

A primeira palavra-chave é gratidão. “Em 2017 – observou o Cardeal – recordaremos não somente os quinhentos anos da Reforma, mas também cinquenta anos de intenso diálogo entre católicos e luteranos, graças ao qual fomos capazes de descobrir o quanto temos em comum”. A segunda palavra-chave é “reconhecimento das culpas e penitência”. Infelizmente a Reforma “nos recorda também a divisão na Igreja e as guerras brutais de religião dos séculos XVI e XVII, sobretudo a Guerra dos Trinta Anos, que transformou a Europa de então em um mar de sangue”. Trata-se de “um fardo pesado que herdamos do tempo da Reforma.

Ato público de penitência

Católicos e protestantes – afirmou o Presidente do Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos – têm válidos motivos para lamentarem-se e para arrependerem-se dos mal-entendidos, das maldades e das feridas que provocamos uns aos outros durante os últimos 500 anos. Sem tal ato público de penitência, não pode existir uma verdadeira comemoração ecumênica da Reforma”.

Esperança

Mas a terceira palavra-chave é “esperança”: “Trata-se da esperança – explica o Cardeal Koch – de que uma comemoração comum da Reforma possa oferecer-nos a possibilidade de darmos ulteriores passos rumo à unidade tão desejada, sem ficarmos parados pelos resultados já conseguidos”.
Lutero queria renovação, não divisão
O augúrio final do Cardeal Koch é de que “no próximo ano, a comemoração da Reforma seja colocada sob uma boa estrela e ajude a dar ulteriores passos em direção àquela unidade pela qual Jesus rezou e a cujo serviço o próprio Lutero dedicou a sua obra, porque não a divisão, mas a renovação da Igreja era o que ele queria”. (JE)

Fonte: Rádio Vaticano


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