O Papa condenou este domingo o uso da religião para justificar a violência, em referência aos atentados de sexta-feira em Paris, que fizeram mais de 130 mortos e centenas de feridos.
“É muito feio ter o coração fechado e hoje vemos isso, o drama. O meu irmão pastor [Jens Martin Kruise] falou de Paris. Corações fechados. Também o nome de Deus é usado para fechar os corações”, lamentou, durante a visita que realizou à Comunidade Luterana de Roma.
O encontro ecuménico recordou os “tempos difíceis” das relações entre as duas Igrejas, com “perseguições”, pessoas “queimadas vivas”, situações pelas quais é preciso “pedir perdão”.
Francisco foi recebido com uma salva de palmas no templo, que visitou como mensagem em “prol do diálogo e da unidade dos cristãos”, no contexto dos 500 anos da reforma protestante.
No início do encontro, antes da proclamação do Evangelho, houve um momento de diálogo espontâneo, na qual respondeu a uma questão sobre o acesso à Comunhão de luteranos casados com católicos.
O Papa recordou que existe “o mesmo Batismo” e que a Eucaristia é um “viático” que ajuda os cristãos a caminhar, para lá das “explicações e interpretações” teológicas.
“Não ousarei nunca dar permissão para fazer isso, porque não é competência minha. Um Batismo, um Senhor, uma fé: falai com o Senhor e ide em frente. Não ouso dizer nada mais”, acrescentou.
Francisco sublinhou a importância da “proximidade” aos que mais sofrem e aos pobres como elemento essencial do ecumenismo.
“Hoje rezamos juntos, rezar juntos pelos pobres, pelos necessitados, amar-nos juntos, com verdadeiro amor de irmãos. ‘Mas padre, somos diferentes, porque os nossos livros dogmáticos dizem uma coisa e os vossos dizem outra...’ Um grande de entre vós disse uma vez que existe a hora da diversidade reconciliada”, assinalou.
A Igreja Evangélica Luterana de Roma tinha sido visitada anteriormente por João Paulo II e Bento XVI.
Agência Ecclesia