Mais de 20 líderes religiosos, docentes, representes de organizações sociais e comunidade acadêmica, estiveram reunidos em São Leopoldo, RS, para o Fórum de Teologia O direito à vida plena, dias 28 e 29 de junho, proclamando o respeito à dignidade da pessoa como pressuposto básico para a defesa dos direitos humanos.
Encarregado de dissertar sobre os direitos humanos a partir de uma perspectiva bíblico-teológica, o pastor luterano Ervino Schmidt destacou que a sociedade está desafiada a zelar pela vida. Radicalizamos a noção de direitos humanos a partir da confissão de que o ser humano foi criado à imagem de Deus, anotou.
Schmidt argumentou que o conceito de dignidade humana abrange não só os direitos individuais, mas culturais, sociais e ambientais. O pastor enalteceu a realização das Campanhas da Fraternidade Ecumênica 2000/2005 como esforços decisivos das igrejas na promoção dos direitos humanos e da cultura da paz.
Representante do Centro de Estudos Bíblicos (CEBI), Edmilson Schinelo definiu a militância pelos direitos humanos como um ato de coragem e considerou imprescindível a superação do medo no que diz respeito à efetivação de denúncias públicas. Quem viola os direitos humanos não mede o que faz, frisou.
O advogado Jacques Alfonsin disse, no Fórum, que o respeito à dignidade humana é conteúdo essencial para a garantia dos direitos humanos fundamentais como saúde, alimentação, moradia e educação. A dignidade é afirmada a partir do momento em que os direitos fundamentais são respeitados e constitui elemento nuclear do Estado Social, pontuou.
Mestre em Direito, Alfonsin argumentou que a legislação brasileira não reconhece na pobreza dos grupos sociais minoritários uma violação aos direitos humanos. Vemos exércitos defendendo a propriedade privada, mas não vemos ninguém lutando pela dignidade dos invasores, criticou.
Ao debaterem experiências de ações solidárias em favor da justiça e da paz, a representante do Centro Ecumênico de Evangelização, Capacitação e Assessoria (CECA), pastora luterana Romi Márcia Bencke, expôs no Fórum algumas linhas de ação da entidade. Nossa linha de ação número um objetiva estimular e despertar a consciência crítica para a intervenção social, e contribuir para o fortalecimento da organização popular, frisou.
A pastora da Igreja Presbiteriana Unida, Sônia Gomes Mota, falou do trabalho do CECA no fortalecimento e ampliação das articulações sócio-transformadoras, buscando uma rede que possibilite o apoio e a promoção de atividades conjuntas em torno dos temas ecumenismo, gênero e direitos humanos.
O encontro de São Leopoldo foi coordenado pelo professor da Escola Superior de Teologia (EST), pastor Roberto Zwetsch, e integra um conjunto de seminários preparatórios à Assembléia Geral do Conselho Latino-Americano de Igrejas (CLAI), agendado para fevereiro de 2007, em Buenos Aires, Argentina.
Fonte: ALC Notícias