Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil e Ecumene



ID: 2676

Da gestão de estados aos campos de ação

22/10/2015

Da gestão de estados aos campos de ação

1. A aporia de estudos empíricos

Vocês se lembram da abundância dos estudos empíricos que ontem nós tomamos em conhecimento...

Esse é o resultado quando pesquisas a respeito de culto são realizadas, ou seja, quando se procede empiricamente: muito se comprova do que já se sabia de antemão. P. ex.: as pessoas querem ouvir uma boa pregação. Até que enfim temos isso preto no branco. Outras coisas talvez surpreendam: as pessoas querem ser mais frequentemente sacudidas e não constantemente consoladas! Algumas coisas assustam: Muitas pessoas já não sabem o que fazer com o tema „Perdão“. Contradições também são reveladas: alguns querem uma prédica com pretensões acadêmicas, outros não querem exatamente isto. Algumas vezes precisa também ficar em aberto o que as pessoas no fundo entenderam sob uma certa resposta: o que elas entenderam como uma “boa pregação”?

Pesquisas empíricas provocam duas reações: fascinação e frustração. A fascinação advém da força sugestiva das imagens. O que aparece ali sobre a lâmina tem a aparência de fatos. Lá está, afinal. Mas esses pretensos fatos são apenas um extrato da realidade. É necessário que se olhe de forma mais exata quem foi perguntado, onde, quando e como. É necessário que se interprete os dados e dever-se-ia fazê-lo com muito cuidado. Assim também a outra reação não é uma solução: a frustração, que avalia as contradições como prova da inutilidade da empiria em geral e proclama: eu creio apenas na pesquisa que eu mesmo falsifiquei.

As pesquisas empíricas produzem antes de tudo um grande panorama das expectativas. Eu acho, no entanto, que somente isto já é alguma coisa. As pessoas tem muitas e altas expectativas a respeito do culto. Nem sempre as mesmas, mas o culto também não lhes é indiferente. Como devemos proceder com a abundância? Oferecer cultos para grupos alvo, dirigir-se a diversos públicos? Celebrar de forma variada? Assim apresenta-se a pergunta a respeito de como essa diversidade então se relacionará com o ideal teológico-eclesiológico, já que reza a regra: o culto é o centro da comunidade. É verdade que nem tanto o centro que se deixa comprovar em números, mas o centro da identidade da comunidade, assim como o livro de culto diz. Para a realização desse ideal não é necessário que sempre de novo haja cultos onde todos os grupos alvo imagináveis se reúnam: jovens e velhos, homens e mulheres, “superculturais” e “móveis”?

2. Gestão de estado

Todas as pesquisas empíricas tem uma coisa em comum. Elas perguntam pela pessoa individual e suas marcas, suas noções de valor, suas preferências estéticas ou hábitos. Ou seja, assim parecido com o que você conhece dos testes de celebridades nos jornais. Que tipo de veranista eu sou? O tipo sol-praia-mar, o faminto por cultura, o que deixa a alma bambolear, etc. Ou talvez mais sério: o tipo de personalidade segundo Fritz Riemann: o obsessivo, o histérico, o esquizoide e o depressivo.

Tipologias soam sempre de alguma forma plausíveis e com frequência a gente se reconhece a si mesmo nestas divisões. Mas ao mesmo tempo a gente percebe: isso na verdade sou eu, mas não somente. Eu vou também além. Eu também posso ser totalmente diferente. Eu não estou assim imobilizado. Eu não caibo em uma gaveta.

Por que eu também posso ser totalmente diferente? Por que eu gostaria de ser hoje isso e amanhã talvez de preferência aquilo? Entre outras coisas por que eu estou no âmbito de influência de muitas ações que me envolvem e às quais eu reajo de forma flexível. P. ex. Influências de pessoas. Vocês conhecem isso. Diante do membro X eu me sinto como um conselheiro paterno, enquanto meu amigo de cartas Y ativa em mim minhas capacidades humorísticas de forma maravilhosa. E como pode que o colega Z sempre consegue me fazer sentir como um menino bobo? – Quem sou eu, e em caso afirmativo, quantos?
Mas também situações „fazem algo conosco“. Para o meu falar, sentir e agir faz uma grande diferença se eu estou em um churrasco, fazendo compras ou no mercado de pulgas. E naturalmente também o que eu anteriormente experimentei (uma briga, um acontecimento feliz) e o que me espera imediatamente (uma prova, um reencontro). Em frases como: no jogo você mostra sua verdadeira face, eu não confio mais. O que é a minha verdadeira face? Eu tenho uma face verdadeira? Ou não é realmente uma verdade a meu respeito que eu tenho mais faces? A pergunta para nós com respeito ao culto é: seremos justos com as pessoas com muitas faces se nos achegarmos a elas apenas a partir de pesquisas padrão baseadas em psicologia de personalidade? Seremos justos com o culto se nós o modelarmos sob medida como um negativo para a suposta verdadeira face da pessoa.

No marketing existe curiosamente há alguns anos uma corrente que questiona exatamente isso. Claro que não para cultos, mas sim para produtos e serviços em geral. Essa corrente constatou uma mudança fundamental da realidade social que também tem influência sobre o pesar e agir humanos e sobre suas concepções. Também aqui é trabalhado fortemente com psicologia, com entrevistas psicológicas em profundidade. Os pesquisadores descobriram que produtos e serviços não se deixam equiparar diretamente com certos grupos de pessoas. Calças homens, vestido mulher – isso foi ontem, ou melhor, já foi antes de ontem. Hoje já se usa até mesmo barba com vestido longo. Isso se torna problema para a propaganda, que até agora falava de grupos alvo e procurava servi-los.

Um exemplo da indústria de chocolate. Por muito tempo se dividia os consumidores de chocolate nas pesquisas de mercado em dois grupos: “lambedores” e “mastigadores”. Isso tinha um certo valor de entretenimento, mas os “lambedores” foram progressivamente descobertos mastigando e os “mastigadores” lambendo. Evidentemente havia e há cada vez mais pessoas que dependendo do estado interior por vezes lambe o chocolate e por outras mastiga. E esses fenômenos se deixam observar em todos os lugares: “De repente também pessoas de alta renda procuram as má vistas lojas de desconto, pessoas mais velhas compram produtos para as mais novas, mulheres também produtos masculinos.” Breve: Que a vó dirige moto no galinheiro é hoje uma realidade que através da clássica orientação por grupos alvo somente pode ser ainda compreendida de forma limitada. Pois essa se orienta por idade, classe social, ambiente de convívio, formação, sexo, todas essas típicas marcas de personalidade que a pessoa moderna transcende de forma crescente. Todos nós estamos nos tornando cada vez mais forte em múltiplas personalidade que por vezes agem e decidem assim e por vezes diferente, que com gosto também por vezes saem de seu papel e fazem coisas surpreendentes.

Nós agimos assim como nos agrada. Diz respeito ao nosso estado interior. Novas estratégias de mercado falam por isso da assim chamada gestão de estado. Aqui justamente não está no foco a suposta individualidade constante da pessoas, mas sim sua disposição é considerada. O que o toca quando? Como um produto ou um serviço pode captar uma mudança de disposição dessas? P. ex. quando produtos não mais são perfilados para diferentes grupos alvo, mas sim para diferentes estados. Dois exemplos da indústria de chocolate: Milka satisfaz um outro estado do que Ritter Sport. Milka está para um estado de prazer narcisista (a tentação suave…) e preferencialmente para o consumo no lar, enquanto Ritter se dirige a um estado que está relacionado antes com ação e energia. Por isso „Sport“ no acréscimo do nome. Com esse chocolate se associa mais o consumo fora de casa (quadrado, prático, bom). Orientação pelo estado em vez de orientação por grupos alvo.

“Marketing de estado investe portanto na disposição, na situação ou nas condições às quais compradores e usuários se dirigem quando entram em contato com certos produtos. Novo nisso é que não mais a espécie do respectivo grupo alvo é determinante para a ação, mas sim que eu investigue e observe exatamente o que a categoria do produto, na qual eu ofereço meu produto, ‘faz’ com as pessoas, ou seja, em qual ‘estado’ esta se desloca. Ou seja, nós consideramos um mercado como um campo de forças psíquico.” (de uma notícia do Rheingold-Institut, 2011).

A dissolução do modo de pensar a partir dos clássicos grupos alvo pode ser demonstrado no ideal de família. Aqui se podia identificar antigamente desejos uniformes e comumente válidos com papéis claros: pai, mãe, filho com suas respectivas funções. A isso se podia recorrer na propaganda. Hoje os papéis dentro da família precisam ser sempre de novo negociados. Quem fica em casa se uma criança nasce, quem cuida da casa se ambos trabalham fora de casa, etc? Exatamente nos jovens é possível deixar claro as mudanças: eles „se adaptam aos respectivos campos tão consequente que perfis individuais constantes malmente são constituídos.” Esse processo de adaptação e de desindividualisierung marca hoje a cultura cotidiana dos jovens: se elementos constantes ainda podem ser percebidos nos jovens, eles não são pessoais e individuais, mas sim apessoais e relacionados ao contexto. Decisivo para o seu comportamento e assim para os produtos e mídias que serão utilizados é a moldura na qual eles se encontram: escola, vertentes, festas do anos 70, bailes de formatura, compras de final de semana, sociedade de esportes.” – O rheingold-Institut descobriu nas mulheres um estado que se chama “delírio virtual da criação”. O diagnóstico para homens se chama (F): “difusão de imagem”: estipulações a respeito de um padrão masculino provocam imediatamente contradições. A partir de tudo isso, as deduções para todos os sexos é: o foco da propaganda não deve estar sobre qualquer que seja o típico (típico de homem, típico de mulher, típico de criança), mas sim sobre a marca mesmo e suas situações de uso.

Dito resumidamente (F7): “consumidores querem ser tudo ao mesmo tempo: novos/velhos, familiares/livres, ricos/famosos, simples/normal. Eles querem no mínimo por opção não deixar nada de fora e poder se transformar a qualquer hora. Por isso também é inútil e sem sentido procurar por padrões de comportamento de grupos ou de pessoas, assim como os modelos de grupo alvo majoritariamente fazem.”

3. Campos de ação do culto

Se levarmos a sério os conhecimentos do marketing de estado, o que isso poderia significar para o culto? Quais seriam os estados aos quais o culto pode nos transplantar? Quais dos nossos sentimentos ele pode acolher? Para se poder responder a essas perguntas nós não realizamos nenhuma entrevista psicológica em profundidade, assim como o rheingold-Institut costuma fazer. Nós trabalhamos os conhecimentos – também contraditórios – dos nossos conhecidos estudos empíricos em uma espécie de meta-estudo, comparamos com isso as visões teológicas fundamentais a respeito de culto e naturalmente também deixamos afluir as próprias variedades de experiências de culto dos grupos de trabalho. Daí surgiu o seguinte modelo de campos de ação do culto:

O culto tem o potencial para as seguintes efeitos (F):

Nele (K1-3) acontece significação de sentido no campo de tensão entre auto-determinação e (na mediação de) “verdade eterna”. Decisivo nele (K4-6) é a experiência existencial na vivência dialética entre alegria de vida e seriedade de vida. O culto realiza (K7-9) orientação de ações entre os polos do cuidado consigo mesmo e o amor ao próximo. Ele promove em quarto lugar (K10-12) o relacionamento entre campos de tensão entre proximidade e distância.

Duas coisas chamam atenção neste modelo. Não é a uma ação ou a um estado ao qual o culto atende, mas sim a muitos. Mas isso não contradiz o princípio da gestão de estado, pois também lá são atendidos mais estados quando se diz respeito a produtos complexos, assim como um carro e certamente em serviços complexos, assim como uma visita ao teatro.

A segunda particularidade refere-se às polaridades que no modelo aparecem de forma tão decidida: alegria de vida/ seriedade de vida, proximidade/ distância e assim por diante. Também essas particularidade nós não as imaginamos. Elas são partes essenciais da psicologia das ações que aqui nos serve de base e que remetem ao psicólogo Wilhelm Salber e que foram acolhidas pelo Rheingold-Institut. Depois mora uma ambivalência em cada produto e serviço, uma dualidade, assim como Salber pode dizer, que se expressa em qualidade e contra-qualidade. Assim o fumar cigarro é conotado para os consumidores com um valor como liberdade, o estar à vontade e aventura. O mesmo tempo nós sabemos também que cigarros podem significar exatamente o contrário: dependência, comportamento vicioso, estar preso.

Enquanto o marketing procura fortalecer, promover e oferecer principalmente as qualidades que agradam às pessoas e querem deixar as contra-qualidades desaparecer, as quais iriam destacar também o potencial crítico do produto, no culto não se busca exatamente isso, ou seja, jogar um polo contra o outro, mas sim entender e realizar ambos como legítimas expressões do campo de ação. Nós voltaremos a isso, nos perguntando como isso pode acontecer. Primeiramente fica claro através das polaridades que tipo de acontecimento abrangente o culto é, inclusive na situação de poder acolher contradições.

Experiência existencial (F)

Eu soletro os campos de atuação a partir de um culto dominical. O culto media experiências existenciais através da vivência de (K) alegria de vida que, no entanto, não permanece na superficialidade, mas que simultaneamente (K) quer tocar em temas decisivos como sentido de vida, sofrimento e morte. Alegria e seriedade – e todas as emoções imagináveis entre elas – serão apenas vivenciáveis se o acontecimento toca no mais profundo da sua existência. A KMU fala do desejo de muitos por esperança. Assim como mostra o estudo bávaro, as pessoas procuram em rituais tanto possibilidades de expressão de sua alegria de vida quanto também possibilidades de trabalharem situações críticas de vida. Um estudo de Regina Sommer a respeito das expectativas de pais que irão batizar seus filhos mostrou que o batismo, mesmo sendo assim entendido pelos participantes da igreja estatal entre os ofícios alegres, tem a necessidade de tematizar as preocupações diante de ameaças, a indisponibilidade da vida e o medo da morte. O humor pode desempenhar certamente um papel no culto. Mas não na forma de um culto sem exceção moderado serenamente, assim como também se pode vivenciá-lo. Busca-se por profundidade, cerimônia, momentos de silêncio podem aprofundar especialmente as experiências existenciais. Esse campo de ação pode ser preservado de unilateralidades quando um pastor evita se portar apenas como um dignatário ou como apresentador de um show, entre o peso da teologia da cruz e o sorriso de páscoa permanente. O campo de ação desperta a ateção ao mesmo tempo para o fato de que o acontecimento do culto deve ser relevante para as pessoas para que elas sejam realmente tocadas existencialmente. Isso diz respeito a mim e minha existência, esse sentimento pode estar presente de forma especial e marcante no culto.

Significação de sentido (F)

O campo de ação chamado significação de sentido movimenta-se no culto entre os polos (2K) da autodeterminação e determinação alheia. Por um lado é a palavra de Deus com sua pretensão sobre a verdade, a palavra externa (verbum externum), a palavra que não se pode dizer a si mesmo. Por outro lado está a pessoas com o seu desejo de autonomia que também é agraciado por poder fazer algo, por poder dar uma direção à sua vida. Como ambos podem ser acolhidos de forma apropriada no culto?

Na minha avaliação, o culto dominical normal tem um ponto forte claramente no polo “mediação da verdade eterna”. As prédicas geralmente permanecem próximas ao texto bíblico, esclarecem muito, oferecem relações históricas, formam, apresentam saber o que Deus diz, quer e exige. Isso encontra a pessoa auto-determinada. Esse desempenha no culto um papel mais na forma de contraste negativo, com satisfação nas partes iniciais como confissão de pecados e kyrie. Aí é nomeado, confessado e condenado o ilimitado ímpeto de liberdade do ser humano, seu egoísmo, seu desejo de tomar a vida em suas próprias mãos. Com frequência nós somos cumprimentados no culto a partir do seguinte lema: você é uma pessoa má, que bom que você está aqui.

Mas a auto-determinação não pode ser sempre equiparada com a auto-salvação e o esquecimento de Deus. O polo deste campo de ação pode nos ensinar a observar até que ponto o potencial humano de auto-construção, força de criação, liberdade de decisão e alegria nas próprias forças também podem ser acolhidos no culto cristão de forma positiva. Deus não criou o ser humano como parceiro de aliança, que se decide livre por ele, que não precisa se anular totalmente na sua relação com Deus, que vivencia seu potencial criativo, seu gracejo, sua dedicação para vencer? A palavra de Deus não se deixa tecer mais forte com essa vontade de auto-determinação do ser humano e somente se colocar lá um limite salutar onde essa vontade se torna incondicional e o ser humano é colocado no lugar e Deus?

Orientação de ações (F)

As pessoas visitam o culto também para encontrar orientações éticas e cultos apresentam no seu anúncio de lei e evangelho orientação de ações. Os polos que este campo de ação descreve são (K) a necessidade de auto-cuidado e (K) a inclinação para o próximo, classicamente expresso no mandamento do amor: amarás o teu próximo como a ti mesmo.

Perguntas típicas de orientação para esse campo de ação são: o culto me estimulou a repensar meu próprio comportamento? Ele me levou a me sentir mais bem preparado para uma certa tarefa? Ele me ajudou a encontrar uma orientação diante de uma situação que exigiu uma decisão? Nós sabemos que pessoas procuram os cultos exatamente quando se encontram em uma situação difícil, quando estão experimentando uma crise ou estão procurando orientação.

Este campo de ação serve bem para observar se há nos cultos algo para esse tipo de pessoas. A polaridade sensibiliza para possíveis unilateralidades: eu exijo talvez muito frequentemente que se deva se empenhar por outras pessoas, se sacrificar ou que se deva colocar em segundo plano as próprias necessidades? O culto ainda tem muito frequentemente esta fama. Naturalmente também já cresce o outro lado nos cultos: o considerar importante das próprias necessidades, a advertência contra exigências e estafas, o desejo que participantes do culto se sintam bem. Um grupo crítico já se incomoda com isso e adverte contra os cultos de bem-estar.

Eu vivencio ambos: “Eu quero permanecer assim como eu sou” – cultos do tipo “você pode” e cultos que obrigatoriamente por conseguinte exigem e moralizam mudanças. Essa seria a obra de arte, qual seja, anunciar lei e evangelho de tal forma que tanto o peso da justificação me fosse tirado quanto alegria e encorajamento fossem estimulados para que eu aja para mudar, para tomar uma decisão.

Relacionamento (F)

Um momento vivencial importante do culto é a experiência de comunhão. Entre (2K) proximidade e distância transcorre o que as pessoas procuram no campo de ação do relacionamento e o que o culto pode oferecer aqui. – Culto significa também comunhão. Mas a necessidade dela é acentuada de forma diferenciada. Para um nunca está suficiente a forma como ele é saudado e percebido, gostaria de estender a mão ao seu vizinho durante a Ceia do Senhor, ama o culto que se celebra sentado em círculo e precisa encerrar com o café depois do culto tanto quanto do culto em si. O outro chega propositalmente atrasado depois dos sinos tocarem, quando o comitê de saudação já se foi, senta-se na última fileira, não gostaria de ser olhado e muito menos de ser tocado e deixa a igreja novamente antes da Ceia do Senhor. O culto permite ambos. Ele é um dos poucos eventos nos quais comunhão também é possível sem comunicação interativa, a saber, através do canto comunitário, através do estar sentado voltado para a frente (para Deus), através do falar ao mesmo tempo as mesmas palavras. Responsáveis pelo culto tem grande influência sobre fazer a proximidade ou distância mais forte. Ou eles treinam na arte de possibilitar ambas. A polaridade do campo de ação sugere que não se idealize ou demonize unilateralmente uma ou outra.

Nesta consideração das ações nem mesmo foi contemplado primeiramente através do que essa ação é provocada. Você não encontra neste modelo nenhuma palavra sobre música, pelo que muitos músicos eclesiásticos já se decepcionaram. Você também não encontra nehuma palavra sobre a prédica, nenhuma sobre linguagem de oração, estética ou presença litúrgica. É indiscutível que os elementos mencionados possuem um potencial de ação. É necessário que se diferencie os campos de ação do culto dos seus fatores de ação. Música, prédica e presença seriam esses fatores, acústica, iluminação, personalidade da pregadora, opções de acento, situação do órgão e do organista, etc. Os campos de ação amarram às quatro dimensões mencionadas os efeitos que podem advir de todos os imagináveis fatores. Eu vejo um ponto forte deste modelo no fato de que não se fica perdido em detalhes do culto. Os campos de ação conduzem o olhar para o que é essencial. Quantas entrevistas sobre o culto já existiram, nas quais já se foi perguntado pela quantidade de músicas conhecidas, pela duração da pregação e pela limpeza da área do altar ou também pelo grau de perfeição em presença litúrgica. Se tudo isso estava certo, então era isso um bom culto? O que realmente importa, se as pessoas puderam levar algo para a significação da sua vida e ação, se elas foram tocadas ou se seguiram adiante mudadas e fortalecidas raramente é perguntado. Os campos de ação direcionam a atenção exatamente para isso.

Já que os campos de ação foram inspirados pela gestão de estados do marketing surge a pergunta sobre até que ponto eles podem ser uma resposta para a aporia da orientação a partir de grupos alvo no culto e podem superar ou ao menos aliviar o empenho em se buscar cultos cada vez mais exatos e para cada vez mais grupos refinados e diferenciados de pessoas. Exatamente as polarizações mostram o coração largo do culto. É possível preparar cultos nos quais ações contraditórias e potencialidades permaneçam de forma consciente lado a lado e que não sejam suprimidas?

O modelo dos campos de ação do culto não quer ser apenas um construção teórica. Primeiramente ele é isso e parece bem familiar a muitos. Mas ele pode tornar-se em vários níveis um instrumento do desenvolvimento da qualidade do culto. Três deles sejam por fim mencionados

• Com os campos de ação é possível olhar em retrospectiva para os cultos: Qual campo de ação estava forte? Quais polos malmente estiveram representados? Quais campos de ação ou polos eu teria desejado mais fortes ou mais fracos?

• Pode ser um instrumento da reflexão geral: quais campos de ação são para mim como responsável pelo culto os meus favoritos em segredo? Onde ficam meus pontos cegos? Quais campos de ação ou polos são sugeridos para o próprio do domingo?

• Com os campos de ação se pode dar uma direção para o preparo do culto: o que eu quero de forma proposital colocar como mais forte neste culto? Como se pode desenvolver um campo de ação e seu polo através de encenação, através de formulação de texto, através da música, através da participação?
 


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