Isaías 25. 1-9: Exaltemos, jubilemos, pois Ele nos salva.
Salmo 82: Fazei justiça ao infeliz e ao indigente.
Filipenses 2. 1-4: Cada um não olhe só por si mesmo, mas também pelos outros.
Lucas 12. 13-21: Guardai-vos de toda ganância.
A tendência egoísta da pessoa está presente e atuante em muitos aspectos da convivência humana. E se torna irrefreável e insaciável, mórbida, individual e comunitariamente enquanto a atitude de conversão não chega ao coração. Essa nova perspectiva de vida começa no momento em que acolhemos a Deus como Pai. É ele que nos salva dos nossos apegos, ambições exageradas, e nos dá alegria de servir. Se, por um lado, entre nós, temos indivíduos e grupos voltados para si mesmos, por outro, numerosas organizações, ONGs, pastorais, movimentos, entidades, igrejas, nos mais diversos campos das carências e dores do nosso povo, atuam socorrendo, aliviando dores, levando esperança e vida nova.
Reflexão
A Sagrada Escritura nos mostra um Deus compassivo. Ele desce da sua altíssima dignidade divina ao encontro da pessoa necessitada. Em Jesus Cristo, ele assume as limitações e necessidades e um corpo humano como o nosso. Passou pelo mundo fazendo o bem. Isso significa que ele não pensou só em si, mas nas pessoas que encontrava ou vinham, às vezes de longe ao seu encontro. E mais: submeteu-se a morte vergonhosa na cruz para manifestar o imenso amor de Deus pela humanidade. Gestos extremos de altruísmo e amor! E, por fim, nos deu seu Espírito, através do qual continuaria presente e atuante nas pessoas e no mundo.
O estilo de vida pobre, no qual, solidário aos pobres, o Senhor viveu, torna-se exímio exemplo para seus discípulos, para todos os seres humanos. “Felizes os pobres em espírito porque deles é o Reino dos céus”- anunciou. Esta felicidade, esta alegria que é, ao mesmo tempo, terrestre e celeste, o Salvador deseja para todos. Denuncia, por outro lado, o acúmulo, a ganância, fonte de injustiças e desequilíbrios sociais que se multiplicam quase como líquido venenoso, espalhando-se e contaminando todo o recipiente da água límpida.
Talvez o maior desafio das nossas Igrejas, nos tempos de hoje, seja testemunhar o estilo de vida pobre de Jesus. Ganha campo cada vez mais, também no âmbito ecumênico, a perspectiva evangelizadora: igreja pobre para os pobres. Dessa forma, a nossa evangelização ganha a força do testemunho cristão genuíno. Incentivar e revitalizar as iniciativas que abrandem ou eliminem o abismo entre ricos e pobres, entre o capital e o trabalho, entre os meios de produção e a mão de obra, com certeza nossa Senhor e Salvador é o que pede aos seus seguidores e seguidoras hoje.
Oração
Deus todo-poderoso e Pai Amado, dá coragem e força à tua Igreja para continuamente proclamar a justiça e o direito em situações de dominação e opressão. Celebrando nossa unidade em Cristo, que o teu Espírito nos ajude a cuidar as necessidades dos outros. Pois a tua mão nos une e nos liberta! Amém!
A mão de Deus que nos une e liberta está atingindo nossa terra, pondo para fora a inveja, o ódio e a ambição; nosso egoísmo e luxúria, nosso orgulho e atos injustos são transformados pela mão de Deus.
FONTE: Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil. Caderno da SOUC 2018, pág. 36-37.