Na noite desta quinta-feira, dia 31 de outubro, em que comemoramos os 502 anos da Reforma, também foram celebrados os 20 anos da Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação (DCDJ), assinada entre a igreja luterana e a igreja católica.
Na Comunidade Martin Luther, em Curitiba, reuniram-se luteranos e católicos , em culto ecumênico conduzido pelo Pastor Alfredo Jorge Hagsma. A liturgia foi toda pensada na DCDJ e o ecumenismo estava presente em cada detalhe: o louvor teve a participação conjunta do Coral Martin Luther e do Coral Arquidiocesano Luz dos Pinhais; o histórico sobre a Declaração foi lido pela Pastora Vera Maria Immich e pelo Padre Volnei Carlos de Campos; a oração de intercessão foi lida por pastores e padres; e o púlpito foi dividido pelo Pastor Sinodal Odair Airton Braun, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) e pelo Arcebispo de Curitiba, Dom José Antônio Peruzzo, da Igreja Católica.
Aqui vale um destaque ao que cada um dos religiosos falou e a afinidade revelada em cada frase, em cada palavra. Inspirados nos textos de Romanos 3. 21-28 e de João 17.20-26, o Pastor Odair e o Arcebispo Dom José Peruzzo falaram do amor incondicional de Deus por nós; da justiça de Deus, que é diferente da justiça dos homens; da união que a fé em Cristo provoca, apesar das nossas diferenças; da fraternidade que deve existir entre todos os que, verdadeiramente, seguem o Evangelho; da real possibilidade de caminharmos juntos, baseados no respeito e no diálogo; e da capacidade que o amor entre nós tem para fazer do mundo um lugar mais justo e melhor.
Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas; isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença. (Rm 3.21-22)
Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. (Jo 17:21)
O culto, que contou com a presença do Sr. Fernando Klinger, representando o prefeito Rafael Greca, ainda foi marcado pela leitura de trechos da Declaração Conjunta e pela oração de intercessão, conduzidas por padres e ministros.
Para um encontro em que a teologia cristã e o amor do Pai foram colocados acima das diferenças de religiões ou igrejas, os presentes confessaram a sua fé em uma única voz e de olhos bem abertos para Deus e para o próximo. Em seguida, e em consonância ao compromisso expresso na DCDJ, que poderia ter sido assumido bem antes de 1999, todos cantaram “Somos gente da esperança!” (hino da Campanha Ecumênica da Fraternidade de 2000)