A partir de sua eleição para moderador do Conselho Mundial de Igrejas, o pastor presidente de nossa Igreja, Walter Altmann, escreveu uma carta aos luteranos e luteranas que integram a nossa IECLB. Este comunicado está transcrito à seguir:
Estimadas irmãs, estimados irmãos em Cristo:
Encerrou-se no dia de ontem, em Porto Alegre, com um emocionante culto, a 9.a Assembléia do Conselho Mundial de Igrejas (CMI). Foi, no seu todo, um evento extraordinário e marcante. Em correspondência à parte estaremos encaminhando a mensagem da 9a Assembléia do CMI, que nos convoca à oração, podendo ser usada em nossos cultos.
Um grande número de membros da IECLB participou ativamente, de muitas formas do evento ecumênico. O coordenador do comitê local, que trabalhou dois anos na preparação dessa assembléia, foi o Pastor Rui Bernhard, da IECLB. Mas é impossível nomear todos os membros da IECLB que se envolveram profundamente na preparação e na participação, com tarefas específicas ou como voluntários/as de apoio. Tivemos presença marcante também nos cultos, na música, na comunicação, nos mutirões (atividades múltiplas que se realizaram paralelamente às sessões de trabalho da Assembléia). Jovens, mulheres e homens, cantores, pessoas com deficiências, projetos como o CAPA e COMIN, a Comunidade Evangélica de Porto Alegre e suas paróquias. E muito mais. Catorze comunidades do âmbito do Sínodo Rio dos Sinos organizaram-se para receber delegados/as e representantes de igrejas do mundo nos cultos de 19 de fevereiro. E muitas outras receberam e estão recebendo visitantes espontaneamente, antes e depois da assembléia. Um Congresso Ecumênico Latino-Americano, com participantes de todos os continentes, foi realizado na Escola Superior de Teologia (EST), com grande êxito. Muitos membros e obreiros/as vieram acompanhar a Assembléia, integral ou parcialmente. Bem, impossível mencionar todas as participações. Recebi incontáveis elogios e agradecimentos à IECLB.
A delegação da IECLB, com direito à participação na tomada de decisões, foi composta pela Sra. Ana Maria Brackmann, presidenta do Sínodo Paranapanema, pela jovem Regina da Silva Ferreira, de Cuiabá, de minha pessoa como Pastor Presidente e do Dr. Carlos Gilberto Bock, como assessor ecumênico à delegação.
Os frutos dessa assembléia para a vida da IECLB, em termos de compromisso ecumênico de nossa igreja e em termos de relações com outras igrejas do mundo, serão duradouros. Podemos dizer que, simbolicamente, a realização da Assembléia do CMI em Porto Alegre, cidade sede da IECLB, caracteriza a chegada à maturidade do compromisso ecumênico de nossa igreja.
Quero ainda abordar uma questão específica. Entrementes, já devem ter recebido a notícia de que na noite de ontem, o Comitê Central do CMI, eleito durante a Assembléia, por sua vez elegeu seu Comitê Executivo e seu moderador e vice-moderadores, tendo escolhido meu nome como moderador do CMI. Nessa capacidade, assistido pelo vice-moderador Metropolita Gennadios de Sassima, do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla (Turquia), e pela vice-moderadora Rev. Dra. Margaretha Hendriks-Ririmasse, da Igreja Protestante das Molucas (Indonésia), deverei dirigir as sessões do Comitê Central e seu Comitê Executivo, bem como acompanhar a atividade do Conselho Mundial de Igrejas, exercida, no dia-a-dia, sob responsabilidade do Secretário Geral Samuel Kobia, do Quênia.
Há algum tempo atrás, algumas igrejas-irmãs me consultaram e pediram que colocasse meu nome à disposição para essa importante tarefa. Minha primeira reação foi negativa, considerando as responsabilidades primeiras que tenho como Pastor Presidente da IECLB, e, secundárias, em funções na Federação Luterana Mundial (FLM). Diante da insistência, passei por um cuidadoso período de reflexão, diálogo e oração, chegando finalmente à conclusão de que deveria deixar a questão nas mãos do Comitê Central a ser eleito, para aceitar o resultado de sua deliberação como vontade de Deus. Peço que a IECLB o encare da mesma forma.
Em minha reflexão prévia, dialoguei com os Pastores Vice-presidentes e a equipe de trabalho da Presidência e da Secretaria Geral. Menciono ainda a Diretoria do Conselho da Igreja. Em todas as instâncias houve preocupação com o volume de trabalho que a eventual nova função poderia acarretar e suas repercussões para o exercício da Presidência. Em todas, porém, também houve reconhecimento de que se trata de uma oportunidade e uma responsabilidade únicas para a própria IECLB, na sua relação com as igrejas do mundo.
Continuarei mantendo como minha responsabilidade prioritária a de ser Pastor-Presidente da IECLB. Para a responsabilidade ecumênica assumida deverei contar com uma assessoria específica. A sua viabilização é objeto de conversações. Também deverei entregar responsabilidades que tenho atualmente na Federação Luterana Mundial. Da FLM recebi a confirmação de que a IECLB poderá designar outra pessoa para ter assento no Conselho da FLM em meu lugar. Assim, estaremos mantendo nossa representação na FLM e ampliando nosso espaço no CMI.
O compromisso ecumênico está ancorado na Constituição da IECLB e participar ativamente em todos os níveis dos órgãos ecumênicos em que somos membros faz parte dessa responsabilidade. A IECLB estará dando uma contribuição de peso e, simultaneamente, será enriquecida através das relações com outras igrejas do mundo. É assim que se torna atual a comunhão no corpo de Cristo.
Peço que as comunidades e os membros da IECLB me assistam no desempenho das novas funções com seu apoio, seja em participações ou com sugestões, mas sempre através das orações.
Saúdo a todos/as com a senha neotestamentária para o dia de hoje, bem consciente de suas implicações: “Somos feitura dele, criados em Jesus Cristo para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas. “(Efésios 2.10)
Fraternalmente,
Walter Altmann, Pastor Presidente da IECLB