Há tradições que são como necessidades das pessoas para o Natal: reunir a família, enfeitar a casa e a árvore, preparar presentes e refeições. Essas coisas estão gravadas na nossa mente e concluímos não ser possível celebrar o Natal sem esses ritos.
Fiquei admirada e curiosa quando na reunião da OASE da semana passada alguém comentouque a sobremesa do almoço de Natal da sua família já está pronta no freezer. Nos últimos anos em nossas comunidades temos tido a apresentação de teatros e poemas nas celebrações de Advento e Natal perguntando se o mais importante do Natal são os enfeites, as comidas, os presentes. Teatros, poemas e mensagens querem convidar as comunidades à reflexão de que Natal é uma criança nascendo bem no meio da injustiça do mundo.
Também eu tenho a tradição que recebi de minha mãe. Advento acontece quando começo a confeccionar as estrelas de oito pontas: origami de Natal. Como aestrela da palavra bíblica: “No caminho viram a estrela. Ela foi adiante deles e parou acima do lugar onde o menino estava.” Mateus 2.9. Devo ter feito bem mais de 500 estrelas se forem contadas as de Natais passados. Assim só pelo gosto de presenteá-las. Esta semana três dezenas foram colocadas em caixas de correio para desejar Feliz Advento a pessoas amigas. Nossa filha Monica ao ver a mesa cheia de estrelas propôs: A gente podia dar destas estrelas pra todas as pessoas! Eu acolhi a proposta: Nas semanas de Advento oferecer estrelas de origami às pessoas que encontrar no caminho e aí quem sabe ir conversando pelo caminho! Talvez assim venha a recriar a tradição em minha própria vida: dar menor importância aos enfeites, aos pratos natalinos e os presentes obrigatórios. E fazer da busca pelo outro e a outra uma prática natalina.
E se você me encontrar em janeiro, pergunte como foi a minha experiência de oferecer estrelas pelas ruas de Icaraí em Niterói no tempo de Natal.