Que Igreja queremos ser na nossa cidade?
Existe uma frase repetida exaustivamente na sociedade ‘Para o barco que não tem rumo, qualquer vento serve’. No País das Maravilhas, Alice pergunta: ‘O senhor sabe me dizer como posso sair daqui?’. O gato responde: ‘Isso depende muito de onde você quer ir’. Ela diz: ‘Não me importa muito para onde’, ao que o gato responde: ‘Então, não importa o caminho que você escolher’.
Mais um ano está findando e novamente uma pergunta chega a todos nós: Que Igreja queremos ser na nossa cidade? Temos clareza do que desejamos ser como Comunidade? Caso contrário, ‘qualquer caminho serve’.
A Bíblia traz passagens para auxiliar nessa reflexão. Em Atos 2.42, está posto: Eles eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações. Aqui se vê as quatro principais características de uma Igreja Cristã e essas deveriam constituir em um modelo a ser observado.
Ouvir os ensinamentos de Cristo, aprofundar-se na Palavra de Deus e evangelizar. Praticar a comunhão fraterna, estar junto de todas as pessoas e ouvi-las, ocupar-se e preocupar-se com as pessoas da sua convivência comunitária. Além disso, repartir o pão, agradecer a Deus, que o dá diariamente, e dividir essas graças com as pessoas mais necessitadas.
Também se faz necessário buscar ânimo, por isso a prática da oração deve ser fortalecida. Esse diálogo com o Pai dá que se tenha coragem para enfrentar as adversidades, agindo em favor de todas as criaturas injustiçadas.
É importante que esses quatro pilares que sustentavam as primeiras Comunidades cristãs também os sejam na vida de cada Comunidade no presente. Eles ainda são fundamentos preciosos que deveriam orientar os planejamentos, pois são o alicerce sobre o qual se deve buscar a unidade manifesta da Igreja. Se, sobre eles, se planejam as ações, praticando o que Cristo ensinou e, especialmente, levando-se em consideração o contexto regional, isso termina se espalhando e as pessoas podem reconhecer ali uma verdadeira Comunidade Cristã.
Essa vida comunitária exemplificada em Atos é o que se deve buscar. É, para nós, a promessa de alguma coisa que ainda não se materializou na atualidade, mas que produz efeitos bem positivos a partir da nossa ação. Que tal, então, agir comunitariamente, espelhando-se no exemplo das primeiras Comunidades Cristãs?
Que o Espírito Santo nos anime para que não deixemos o nosso barco ser levado pelos ventos. É preciso que, como Comunidade, tomemos o controle das nossas velas. Pelo que vimos, é só seguir os passos que Ele nos ensinou por meio do testemunho dos seus discípulos e das primeiras Comunidades Cristãs.