O mundo, a sociedade e o ser humano estão doentes!
Não sabeis vós que sois o templo de Deus? (1Co 3.16)
Se dermos uma rápida olhada no Brasil nesse início de ano, veremos quanto os seres humanos estão precisando de ajuda. A cidade de Brumadinho/MG não será mais a mesma após o rompimento da barragem. A escola estadual em Suzano/SP não esquecerá as cicatrizes das mortes que ali aconteceram. Sem contar, em nível mundial, as 49 pessoas mortas na Nova Zelândia.
Em Brumadinho, temos uma clara concepção da doença que ataca o ser humano: o capitalismo que corrói a humanidade e faz com que as pessoas queiram ter dinheiro e poder nem que seja ceifando a vida de muitas outras pessoas. Relatórios apontavam, há muito tempo, que a barragem corria sério risco de rompimento. O que foi feito? Nada! Afinal, a vida das pessoas que ali estavam não tinha o mesmo valor que o lucro obtido pela mineradora. O ser humano vale menos que o dinheiro.
O que falar sobre as mortes na Nova Zelândia? Os assassinos chamaram os imigrantes de invasores... Vamos lembrar também de como o Presidente e grupos dos Estados Unidos se referem e atuam em relação aos estrangeiros. No Brasil, como temos visto e tratado os venezuelanos? Os haitianos? Os estrangeiros? Não são raras as vezes em que se escutam barbaridades do tipo ‘Vieram aqui roubar os nossos empregos’, ‘Estão emporcalhando as nossas cidades’, ‘São bandidos e prostitutas que vieram morar aqui’. Enfim, o que se escuta tanto em nível de Brasil como atitudes que ocorrem no mundo mostram a nossa intolerância com o ser humano, o seu local de origem, a sua religião.
Que triste o acontecimento em Suzano. Ficamos perplexos e perplexas. No texto de março, nesse mesmo espaço do Jorev, afirmei que a escola é uma pequena sociedade e que reflete os acontecimentos do seu contexto. Foi buyling? Foi ódio dos que ali estudavam e trabalhavam? Foi vingança pelo tratamento recebido onde moravam e trabalhavam?
O que há são especulações. O que se deve realmente levar em consideração é que são pessoas que, de alguma maneira, não se sentiam incluídas. Não se reconheciam como pertencentes àquele espaço. O ódio permeou e invadiu as suas vidas. O resultado foi desastroso.
Enfim, pessoas morrem porque se instalou o ódio contra o seu semelhante. Quer seja porque acredita que a sua ‘raça’ e o seu ‘povo sejam superiores, quer seja porque não vê e não sente a amorosidade no ser humano, quer seja pela ganância, que corrompe todos os princípios de humanidade.
O ser humano precisa se tratar. Precisa voltar a ver no seu semelhante um ser igual a si, cheio do espírito de Deus. Afinal, [...] o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio (Gl 5.22-23).