O meu primeiro envio? Amei!!
Em 2009, eu concluía o Período Prático de Habilitação ao Ministério (PPHM) e, finalmente, estava apta a atuar como Pastora. Um sonho, a minha vocação! Manifestei que gostaria de um contexto urbano e não restringi local. Então, quando eu li, no Portal Luteranos, que o meu Primeiro Envio como Ministra da IECLB havia sido para Goiânia, no Sínodo Brasil Central, fui tomada pela decepção. O meu Mentor apontou várias possibilidades de crescimento, mas nada parecia me convencer.
Chegou o dia e eu mudei para o lugar que teria que viver pelos próximos três anos. Seriam longos três anos? Sim, mais do que isso! O início foi como eu previa: não é o meu lugar. Não sirvo para este contexto: Comunidade pequena, sem Secretária, espalhada por Goiás, casa pequena, transporte público... Realmente, parecia difícil passar três anos para estar ‘liberada’.
Entre os muitos sentimentos, o de impotência foi um dos mais fortes. Diante dele, identifiquei, pelo menos, duas possibilidades: esperar que o tempo passasse ou encontrar formas para que a minha presença não fosse indiferente. Então, percebi que os membros tinham um diferencial: eram famílias jovens e economicamente ativas, membros que queriam viver Igreja! Apesar das dificuldades financeiras, as pessoas contribuíam mais que nos ouros lugares que eu conhecera.
Era uma Comunidade por amor! Junto de pessoas apaixonadas pela Igreja, eu fui acolhida, envolvida e transformada por uma Comunidade viva, com os sonhos e a dedicação que despertaram em mim o desejo de ver o que seria possível fazer. Chegou o tempo de renovar e eu escolhi ficar! Renovamos para mais três anos. Completados os seis anos, renovamos para mais quatro... e eu saí de Goiânia este ano, faltando alguns dias para completar dez anos, para assumir a função de Pastora Sinodal.
O que aprendi com essa experiência? Que amor realmente é decisão! Quando aprendemos a amar as pessoas, o nosso servir fica mais leve, com sentido, e encontramos inspiração e criatividade para superar as barreiras que existem e as que nós construímos. Ainda há muito a ser feito, mas o resultado dessa relação de confiança e cuidado é que não somos mais as mesmas... nem eu nem a Comunidade.
Pa. Patrícia Bauer
Pastora Sinodal do Sínodo Brasil Central