Mentoria: forma de amar a vida
O exercício da Mentoria no Período Prático de Habilitação ao Ministério (PPHM) é como dispor-se a ‘plantar uma macieira antes que o mundo acabe’. Como Mentores e Mentoras, não plantamos pessoas, Deus é quem as planta no nosso Ministério. Nós apenas cuidamos delas ‘esperançando’ frutos. Esperançar é um verbo inventado, que implica não só ‘esperar’, mas ‘fazer acontecer’. Um Candidato, uma Candidata no PPHM sempre faz algo novo acontecer. A Comunidade espera mudanças, um plano é traçado e as pessoas colaboram valiosamente. Contudo, a Mentoria contribui e desfruta de experiências especiais.
O campo de atividade ministerial ganha mais vida. A Mentoria não serve e não se sente sozinha, tudo partilha e dialoga, aprimora a habilidade de se relacionar com alguém diferente, na perspectiva de uma parceria ministerial, e aproxima-se da trajetória de vida da pessoa candidata, das suas origens, da sua história, da sua família, das suas alegrias e das suas tristezas.
A Mentoria desfruta das experiências de formação de outro Teólogo, outra Teóloga, toma ciência dos seus limites e das suas potencialidades. Na missão de cuidar, coloca-se ao lado para encontrar formas de superar dificuldades, preencher lacunas, encorajar atitudes e refletir sobre a prática com vistas ao Ministério, auxiliando no crescimento do Candidato, da Candidata.
No ato de cuidar, a Mentoria também se redescobre ao compartilhar da sua trajetória, do seu fazer teológico, das suas práticas, reconhece os seus limites e renova a sua fé. A Mentoria consolida o seu Ministério e a sua vocação e abre-se ao novo que vem com a pessoa candidata, seja este ‘novo’ algo que identifica ou conflita, que complementa ou desafia. Descortinam-se oportunidades de mobilizar potenciais diferentes, mas em parceria, aventuram-se no mesmo caminho do discipulado com a convicção e o desejo de exercer bem e com alegria um bom e vocacionado Ministério com Ordenação na IECLB e a partir dela.
‘Plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro, três coisas que cada pessoa deve fazer durante sua vida’, disse José Martí. Para quem dedica a sua vida ao Ministério, recomendo a grata aventura de também fazer a Mentoria de um PPHM. É uma forma de colocar amor naquilo que se faz, ou seja, no seu Ministério.
Pa. Cláudia Patrícia Pacheco | Ministra na Paróquia de Dois Irmãos/RS