Cooperação: cuidado com as diferenças! (parte 2/2)
Expressar diferença de opinião é difícil. Fomos educados e educadas para buscar a harmonia e evitar os confrontos. Isso tornou-se um ideal e uma máxima que regula as relações.
Perdemos, assim, a possibilidade de articular e entender as diferenças como contribuições legítimas e necessárias para criar os consensos que dão sustentabilidade à vida em sociedade.
É necessário esclarecer que acolher diferenças não significa identificar-se com elas, mas reconhecer que, para outrem, elas têm legitimidade.
Entretanto, não acolher diferenças pode gerar uma agressividade tão intensa que é possível perder a empatia, a objetividade e o interesse pela busca de uma solução conjunta. No conflito que se instala, já não importa apenas a imposição da própria perspectiva, mas agredir o ou a ‘oponente’.
O primeiro ataque visa à destruição da sua imagem, pela desmoralização pessoal. Não havendo contenção, um conflito e o ódio podem escalar até o ponto que exigem a destruição do ou da oponente, não importando mais as consequências, mesmo a própria destruição: Juntos para o abismo…
Freud definiu essa energia destrutiva como pulsão de morte e a contrapôs à energia construtiva, agregadora, como pulsão de vida. Ambas constituem uma pessoa e atuam em grupos e sociedades. Elas são dinâmicas e podem ser influenciadas. Com um pouco de observação e autocrítica, é possível identificá-las.
Lideranças têm aqui um espaço e um papel fundamental: incluir e contemplar diferenças como algo positivo é um bom recurso.
P. Dr. Victor Linn | Pastor, Psicanalista e Coach