Jornal Evangélico Luterano

Ano 2017 | número 812

Quinta-feira, 21 de Novembro de 2024

Porto Alegre / RS - 09:00

Gratidão

Alegres, jubilai: vamos contribuir com alegria?

Na juventude, fui Tesoureiro na minha Comunidade de origem. A minha primeira tarefa foi realizar uma pesquisa junto ao fichário de membros, onde descobri que apenas 30% das famílias estavam contribuindo regularmente. Durante quatro anos, realizei, em conjunto com o Presbitério, um trabalho de visitação e conscientização das famílias para o maior comprometimento com a causa do Reino de Deus.

Houve uma pequena revolução naquela Comunidade, que, em pouco tempo, se tornou independente financeiramente da Paróquia e, logo em seguida, investiu na contratação de um Ministro para pastorear aquele rebanho. Também experimentei uma transformação ao me sentir chamado a estudar Teologia e servir a Deus. Após duas décadas e meia, continuo acreditando que o dinheiro é dádiva de Deus para servir ao próximo e para edificar a Comunidade.

É bem verdade que, olhando pelo retrovisor, recordo que falar sobre esse assunto nunca foi tarefa fácil. Muitas vezes, despertei a ira de pessoas que se sentiam atingidas em uma área muito sensível. Muitas entendiam a contribuição financeira como um mero pagamento à Igreja. Descobri também que existe certo entendimento que assuntos relacionados a dinheiro não são ‘tão espirituais’ e não devem ser tratados no Culto. Muitas parecem ignorar que a Bíblia contém uma infinidade de textos que abordam a temática relacionada a dinheiro. Para mim, o assunto contribuição financeira sempre foi e será expressão de fé e demonstração de amor a uma causa. Quando nos sentimos comprometidos e comprometidas com a Missão de Deus, nos empenhamos e investimos: aprendemos a abrir a carteira e contribuir com generosidade.

Olhando para as primeiras Comunidades Cristãs, percebemos que cada pessoa ofertava de forma livre e espontânea, seguindo a recomendação apostólica: Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria (2Co 9.7). Paulo incentivava os irmãos a contribuir conforme as suas condições. Quem tinha mais, contribuía com mais e, quem tinha menos, contribuía com menos. A gratidão era o motivo básico da contribuição e a oferta era espontânea, generosa, regular e dada com alegria.

Neste ano em que celebramos, com júbilo, os 500 anos da Reforma, lembramos a grande descoberta de Lutero da salvação por graça mediante a fé. Lutero atacou duramente a venda de indulgências, pois não se pode comprar o perdão de Deus. Também escreveu, pregou e posicionouse claramente contra a exploração praticada pelos banqueiros e comerciantes do seu tempo e a idolatria ao dinheiro. Como herdeiros e herdeiras da Reforma, precisamos também questionar a maneira como lidamos com o dinheiro. Qual é o lugar que ele ocupa na nossa vida? Experimentamos alegria em contribuir financeiramente para a nossa Comunidade?

O legado da Reforma nos move à gratidão a Deus e também nos compromete com a mensagem da liberdade cristã e do serviço de amor ao próximo. Ser luterano, luterana é ser livre sobre todas as coisas e viver a liberdade que Cristo conquistou, mas também é servir a todos e estar sujeito a todos por amor a Deus. Isso inclui a nossa contribuição financeira, pois, quando o nosso bolso se converte a Deus, finalmente decidimos quem é o nosso Deus e onde está o nosso tesouro.

Contribuir com generosidade e alegria é um dom que vem de Deus. É uma oportunidade de colocar aquilo que temos e que nos foi confiado a serviço da Missão de Deus. Quando contribuímos de acordo com o sentimento que está no nosso coração, transformamos a nossa contribuição em bênção não apenas para a obra de Deus, mas para todas as pessoas, inclusive nós mesmos. Pense nisso e contribua com alegria!

P. Jorge Batista Dietrich de Oliveira | Ministro na Comunidade do Salvador, em Porto Alegre/RS

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