Jornal Evangélico Luterano

Ano 2017 | número 810

Sábado, 21 de Dezembro de 2024

Porto Alegre / RS - 13:24

Gratidão

Liberdade para assumir compromisso

Pessoas que congregam na IECLB sabem que a contribuição financeira é parte da responsabilidade de quem é membro. Temos diversas formas de contribuição em dinheiro. Esse compromisso é lei ou oportunidade para a gratidão? Depende! Contribuição financeira na Igreja será recebida como lei ou gratidão se for entendida ou não a partir do Evangelho.

No contexto do recolhimento de ofertas para a construção do templo, Davi louva a Deus, dizendo: O meu povo e eu não podemos, de fato, te dar nada, pois tudo vem de ti e nós somente devolvemos o que já era teu (1Cr 29.14). Segundo essa compreensão, nada é meu. O que sou e o que disponho para viver, tudo é dádiva que recebi. É fruto da generosidade de Deus para comigo. Lutero traduziu isso de forma magistral ao explicar a 5ª petição do Pai-nosso: pão é tudo que se precisa na vida. Tudo! Esse tudo é presente de Deus.

O que significa compreender a oferta em dinheiro assim? Primeiro, significa que aquilo que eu oferto não é ‘coisa minha’, ‘propriedade minha’, mas devolução parcial de algo que, antes, recebi. Segundo, significa que a minha contribuição financeira na Igreja não é resultado de obrigação, mas gesto de compromisso por gratidão. Ao ofertar, eu respondo a um gesto que anteriormente me beneficiou: a generosidade de Deus para comigo. Ao ofertar seguindo o gesto de Deus para comigo, minha oferta é, de fato, oferta, gratidão.

Qual é a grande diferença para a vida em Comunidade e para a Missão da IECLB entre contribuir por obrigação e ofertar por gratidão? No primeiro caso, contribuição em dinheiro na Igreja é mais um imposto que sou obrigado a pagar, por isso não contribuo, mas pago. Se possível, tento pechinchar. Se houver oportunidade, vou sonegar... ‘Ora, já pago tanto imposto neste país!’.

No segundo caso, faz-se a experiência semelhante ao presente dado no Natal e no aniversário. O prazer do pai, da mãe, do vovô, da vovó, por exemplo, é ver o filho, a filha, o neto, a neta esboçarem aquele sorriso fabuloso diante do presente ‘Era o que eu tanto queria!’. O prazer de quem presenteia está em ver a alegria radiante da pessoa que é presenteada.

Há outros bons exemplos dessa alegria que brota da generosidade. Pensemos na visita do grupo da Comunidade à pessoa que está presa ao leito. Abre-se a janela daquele quarto com ar carregado e ocorrem cumprimentos, cantam-se hinos, medita-se, ora-se, toma-se uma taça de chá. Acontece diaconia! Por muito tempo, o grupo que visitou a pessoa carregará em seu coração essa hora como momento gratificante! Isso tudo terá sido fruto do quê? Fruto da generosidade e da doação abnegada! Esse é o espírito que quer nos mover toda vez que houver a oportunidade para tratar sobre dinheiro e Igreja.

Assim nós nos deparamos com o que pode ser o dado mais fantástico da oferta segundo a visão bíblica: dinheiro na Igreja é assunto diretamente ligado à convicção de fé. O que me move a ofertar como membro da IECLB (seja a contribuição regular para compor o orçamento da Comunidade, seja o apoio a uma Campanha, seja a participação em promoções) é que eu quero doar, devolvendo uma parte de tudo que recebi e continuo recebendo de Deus.

A minha oferta é, na realidade, atitude alegre de gratidão. Doo por gratidão. Oferto pela alegria de ver florescer a Missão de Deus. Sinto-me livre para ser pessoa generosa. Este é meu prazer. Esta é minha alegria. É a liberdade que me move a assumir esse compromisso!

P. Dr. Romeu Martini | Assessor Teológico da Presidência

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