Jornal Evangélico Luterano

Ano 2017 | número 805

Quinta-feira, 21 de Novembro de 2024

Porto Alegre / RS - 09:23

Gratidão

A Deus, o nosso agradecimento!

Exercer o Ministério Pastoral no contexto do Sínodo da Amazônia proporciona a oportunidade de conhecer sabores diferentes, belas paisagens, muitos quilômetros percorridos e a história de um povo cheio de coragem e fé, que lutou e trabalhou imensamente para ter uma vida melhor e que reconhece o quanto Deus tem auxiliado e protegido a sua caminhada.

Em uma das idas até a Comunidade mais distante da Paróquia, logo à frente, seguia um caminhão. No para-choque, uma frase que chamou a minha atenção: Obrigado, Deus!

Quando li a frase, confesso que subestimei o dono daquele caminhão e até ri comigo mesma, me perguntando: ‘O que esse cara está agradecendo? Nem sei se ele chega com esse caminhão até a próxima cidade’. O caminhão era muito velho, todo enferrujado, parecia que, a qualquer momento, as rodas se desprenderiam. Quando o ultrapassei, vi um senhor franzino com um sorriso no rosto. Parecia alegre, feliz e grato.

Quando penso em gratidão, não consigo deixar de mencionar a história do livro de Êxodo, história de um povo que sofria como escravo e que, liderado por Moisés, foi liberto por Deus e levado para a terra prometida, onde poderia viver em paz para sempre. Antes de chegar a Canaã, era preciso cruzar o deserto: calor durante o dia, frio durante a noite, falta de água e poucas formas de sobreviver.

Foram 40 anos peregrinando no deserto até poder entrar em Canaã! O povo reclamava, mas Deus nunca abandonou o seu povo. Ao dia, guiou o povo com uma coluna de nuvem e, à noite, com uma coluna de fogo. Abriu as águas do Mar Vermelho para que o povo pudesse atravessá-lo. Quando tiveram sede, Deus transformou água amarga em água potável. Quando tiveram fome, Deus fez chover pão do céu e codornizes para que se alimentassem. Por que ainda estavam reclamando se Deus não os havia abandonado em momento algum? Será que não estava na hora de demonstrar gratidão?

Nós somos muito parecidos com esse povo. Mantemos os nossos olhos fixos nas dificuldades ou naquilo que ainda não aconteceu e esquecemos de contemplar as bênçãos e tudo o que Deus fez e faz por nós. Nós temos o mau costume de reclamar de tudo, reclamar que nada está bom. Nunca estamos satisfeitos com aquilo que temos. Isso demonstra a nossa ingratidão. Às vezes, tenho a impressão que as pessoas precisam de coisas grandiosas em suas vidas para serem gratas. Esquecemos, na maioria das vezes, de agradecer a Deus pelo simples fato de estarmos vivos, de termos o que comer, de termos saúde, um trabalho ou ainda um ‘caminhão velho’.

Precisamos mudar a nossa maneira de enxergar as situações em nossas vidas. Disso depende o nosso bem-estar, a nossa alegria de viver e a nossa disposição de continuar servindo a Deus. Já dizia Lutero: Não existe nada de tão bom e nada de tão ruim que Deus não poderia usar para me fazer o bem, se eu nele confio.

A partir da fé, que, por Deus, nos é dada e fortalecida, reconhecemos os dons e as habilidades, o trabalho, os bens, a saúde, os amigos e as amigas, a família, enfim, tudo que favorece a vida, como sendo dádiva dele em nossa caminhada. A nossa confiança plena no doador e mantenedor da vida gera em nós ações de gratidão na sociedade e na Igreja.

Ser pessoa grata é uma resposta à graça de Deus e isso se faz de várias maneiras: colocando os nossos dons a serviço, dedicando o nosso tempo e ofertando! A graça e o amor de Deus nos motivam a agradecer – com alegria e com o coração leve. Servir, dedicar tempo e ofertar não deveriam ser resultado de uma lei imposta por alguém. Gratidão é a nossa resposta pelo que Deus fez por nós!

Pa. Anelise Knüppe | Ministra na Paróquia Princípio da Esperança, em Rolim de Moura/RO

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