Direitos humanos para que(m)?
Ana Voges
São Leopoldo/RS
Tradicionalmente, os direitos humanos são fundamentados a partir da matriz teórica racionalista-individualista da modernidade e refletem a realidade do sujeito que os produziu: homem, europeu, branco, letrado, proprietário. Sendo assim, grande parte das pessoas não encontra amparo nesses discursos que, infelizmente, são excludentes por essência e, via de consequência, contribuem para a marginalização e a opressão de todos e todas que não se encaixam nesse parâmetro de ‘humano direito’ do discurso tradicional dos direitos humanos.
Trata-se de adotar novas fundamentações para estes direitos. Fundamentações essas que são inclusivas e pluriversais, que têm como sujeitos destes direitos os homens, as mulheres, os idosos, as idosas, as pessoas jovens, as crianças, os negros, as negras, povos e comunidades tradicionais, população LGBTT, pessoas cristãs, judias, muçulmanas, enfim, todo e qualquer ser humano.
Direitos humanos pra quê? Para que tenhamos os nossos direitos garantidos e nenhum a menos. Para que sejamos pessoas tratadas com a dignidade que nos é inerente. Para que não sejamos à margem da sociedade (e para que ninguém seja). Para nos livrarmos da suposta superioridade de uns em relação aos outros e às outras. Para tentarmos, ao menos, diminuir as dores deste mundo.
Defender direitos humanos não significa defender ou simpatizar com uma ou outra ideologia política. Acredito se tratar de um modo de viver e pregar o Evangelho de Jesus Cristo, uma maneira de amar o próximo, a próxima, bem como de não aceitar as injustiças deste mundo.
Pelas dores deste mundo, ó Senhor, imploramos piedade. [...] Teus ouvidos se inclinem ao clamor desta gente oprimida. Apressa-te com a tua salvação! A tua paz, bendita e irmanada com a justiça, abrace o mundo inteiro. Tem compaixão! [...] Kyrie eleison!