Jornal Evangélico Luterano

Ano 2012 | número 757

Sábado, 21 de Dezembro de 2024

Porto Alegre / RS - 14:14

Gente Luterana

SÍMBOLOS DE NATAL

   A palavra ‘símbolo’ tem origem no grego symbolon, no sentido de ‘unido’. Há muitos signifi cados para a palavra símbolo, mas, na liturgia, símbolo é um sinal visível que nos permite perceber ou experimentar (ligar/unir) uma realidade invisível, transcendente, ou seja, a realidade de Deus.
   O símbolo cristão nos remete para uma realidade muito diferente da nossa. A realidade de Deus é tão profunda e inefável que não conseguimos exprimi-la apenas por palavras, por isso recorremos à linguagem dos sinais e dos símbolos.
   De todas as festas cristãs, o Natal é uma das festas mais bonitas, pois é carregada de cores, de luzes e de símbolos muito ricos em signifi cados. Os símbolos não querem dizer diretamente, mas querem apontar para algo que vai além do nosso horizonte de compreensão.
   Redescobrir e vivenciar a riqueza dos símbolos natalinos pode auxiliar a resignifi car o Natal para além do consumismo atual. Jesus tornou-se gente, porque sabe que, para nós, é difícil crer sem ver. O símbolo natalino aponta concretamente para o acontecimento central do Natal: o nascimento de Cristo para a nossa salvação.
   Portanto, no Natal, a Igreja celebra a vinda de Deus ao mundo com o nascimento de Jesus. A primeira menção à festa de Natal é feita em 354 d.C., em um documento romano que transformou o dia 25 de dezembro, data de uma festa não-cristã chamada Sol Invictus (sol invencível) em festa do aniversário de Jesus Cristo. Para os cristãos, Cristo era o verdadeiro sol invencível, o sol da graça, a luz do amor, da justiça o resplendor, como bem expressa o hino 92, do HPD da IECLB.
   O Natal comemora a vinda do Messias, o Salvador prometido, o justo, que veio redimir e salvar o povo de Deus das trevas do pecado, da injustiça e da morte. A cor litúrgica do Natal é o branco.
   Anjo: foi o mensageiro da grande novidade – Jesus nasceu! Até hoje, o anjo é o símbolo da paz que Jesus traz e do louvor daquele primeiro canto natalino: Glória a Deus nas alturas e paz na terra às pessoas de boa vontade.
   Ceia: a ceia de Natal expressa a vontade de Cristo de nos ver unidos como uma grande família. Ele também deseja saciar a nossa fome por amor, paz e justiça. Cristo deseja ser convidado a participar da ceia. Ele vem com alegria quando é convidado na nossa oração. O maior presente que podemos lhe dar no seu aniversário é vivermos fraternalmente como irmãos, filhos e filhas do mesmo Pai.
   Estrela: o evangelista Mateus escreve que os reis magos viram uma grande estrela no Oriente (Mt 2.2) e que a seguiram até o lugar onde Jesus tava em Belém. O tempo de Advento e a celebração do Natal são como aquela estrela, que quer nos levar novamente até o menino Jesus na manjedoura e aponta para a plenitude de vida que representa esta vinda de Deus ao mundo em Cristo.
   Papai Noel: duas figuras se uniram para formar a imagem do Papai Noel – São Nicolau, que gostava de presentear as crianças, e Deus Pai, como um velhinho bondoso de cabelos e barba branca. Entretanto, Papai Noel e os seus presentes não podem substituir o menino Jesus, o real aniversariante, sob pena de esvaziarmos o Natal e a sua mensagem.
   Pinheiro: tem a sua origem na Alemanha dos séculos XVI e XVII. Nos países do Norte, o pinheiro é uma das árvores que não perdem as folhas no inverno, por isso representa vida. Daí o costume de enfeitá-lo com luzes e cores, irradiando alegria. Deus afirma que Ele é como o cipreste que mantém suas folhas sempre verdes (Os 14.8). Mesmo diante da falta de esperança, da seca ou do inverno, Deus faz nascer o verde de uma nova esperança (Is 11.1, 53.2 e Jr 33.15).
  Presente: o presente mostra que o presenteado é alguém especial. O presente que Deus nos mandou, o seu filho, quer estar entre nós, ser lembrado e seguido. Jesus deseja presentear a todos! A ideia de trocar presentes no Natal está relacionada, entre outros motivos, aos magos que levaram presentes para o menino Jesus (Mt 2.11). O grande e imerecido presente mesmo é Deus que nos oferece em Cristo: uma vida abundante e repleta de alegria. O Natal perde o seu valor quando o ato de presentear se torna obrigação ou um gesto para acalmar a consciência perante os muitos que não podem dar nem receber presentes materiais. É bonito presentear um necessitado. Mais importante, porém, é lutar para que estas pessoas carentes possam participar da vida abundante que Deus quer para todos.
   Presépio: foi preparado pela primeira vez por São Francisco de Assis (1223) e, desde então, se tornou um costume popular. O presépio foi o berço rude de Jesus, o coxo dos animais no estábulo. O presépio nos lembra pobreza, simplicidade e nos faz refletir sobre o mistério e o sentido profundo da vontade de Deus.
   Sinos: a principal função do sino para a comunidade cristã é ‘chamar’, convocar a comunidade para o encontro com Deus, por meio da reunião comunitária e da oração. Ele é entendido como a ‘voz de Deus’. O sino é símbolo da ligação entre o céu e a terra. Os sinos do Natal nos lembram: Jesus nasceu!
   *A partir de ‘A linguagem dos símbolos no culto cristão (2012), ‘Há um clima de Natal’ (1993) e do Portal Luteranos.

   Coroa de Advento:  advento quer dizer tempo da chegada. O que era esperado se aproxima, está para acontecer, chegou a hora de se concretizar. É formada por um círculo com quatro velas e enfeitada com ramos verdes e laços vermelhos. A Coroa é colocada em lugar de destaque na Igreja no primeiro Domingo de Advento, quando se acende a primeira das velas, operação que é repetida nos três Domingos seguintes. A luz crescente indica a proximidade do Natal, quando a luz de Cristo, a luz da salvação, brilha para toda a humanidade. A Coroa, sem começo nem  fim, simboliza a eternidade e a salvação alcançada. Os ramos verdes são a vida que se renova.
   Vela: originalmente, as velas assumiram a função prática de iluminar. Os primeiros cristãos realizavam os seus cultos às escondidas, na escuridão da noite. Com o tempo, elas se constituíram em um elemento litúrgico, fazendo parte de cada celebração, mesmo em plena claridade do dia, adquirindo uma função simbólica. As velas remetem a Cristo, a luz do mundo (Is 9.1). Também os seguidores de Jesus são enviados a ser luz no mundo. Outros signi cados atribuídos à vela são, em especial, o sacrifício e a oração. A vela, pois, aponta para Jesus, o nosso Senhor, e simboliza a oração e a fé.

Ultima edição

Edição impressa para folhear no computador


Baixar em PDF

Baixar em PDF


VEJA TODAS AS EDIÇÕES


Gestão Administrativa

Ser Igreja de Jesus Cristo em contexto de pandemia

Em perspectiva de balanço do ano que passou, compartilhamos, de forma adaptada e atualizada, partes da Carta Pastoral da Presidência, de Pastoras e Pastores Sinodais, publicada em agosto de 2020. A partir de março de 2020, passamos a conviver com a pandemia do Covid-19, (+)



Educação Cristã Contínua

Igreja que valoriza o Sacerdócio Geral (parte 3/3)

Desafios Com base nas atividades que estão sendo realizadas e considerando o cenário atual, a Coordenação de Educação Cristã (CEC) vislumbra os seguintes desafios para a efetivação da Meta Missionária 1 (Áreas de prioridade (+)

AÇÃO CONJUNTA
+
tema
vai_vem
pami
fe pecc
Um pregador deve estar ciente que Deus fala pela sua boca. Caso contrário, é melhor silenciar. 
Martim Lutero
© Copyright 2024 - Todos os Direitos Reservados - IECLB - Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil - Portal Luteranos - www.luteranos.com.br