Devemos buscar a unidade confessional sem ferir os ensinamentos de Cristo e a Constituição da IECLB
A vida cristã não consiste em sermos piedosos, mas em nos tornarmos piedosos. Não em sermos saudáveis, mas em sermos curados. Não importa o ser, mas o tornar-se. A vida cristã não é descanso, mas é um constante exercitar-se. Ainda não somos o que devemos ser, mas em tal seremos transformados. Nem tudo já aconteceu e nem tudo já foi feito, mas está em andamento. A vida cristã não é o fim, mas o caminho (Martim Lutero). Com as palavras do Reformador, a Presidente do Conselho da Igreja (CI), Ema Marta Dunck Cintra, iniciou a apresentação do Relatório do Conselho ao XXX Concílio da IECLB.
A Presidente do CI lembrou o que determina o Art. 31 da Constituição da IECLB: o Conselho da Igreja atua em caráter supletivo ao Concílio, composto por um representante de cada Sínodo. “O CI se ocupa e se preocupa com o todo da IECLB. Afinal, somos uma Igreja sinodal (syn-hodos – juntos no caminho). Nós, como Igreja Sinodal, atentamo-nos para que as Comunidades, as Paróquias e os Sínodos estejam vinculados uns aos outros no que diz respeito à identidade confessional e aos objetivos comuns, caminhando juntos, enfim, formando a Igreja Nacional, a IECLB”, destacou Ema.
Conselheira da Igreja pelo Sínodo Mato Grosso, a Presidente do CI afirmou que devemos buscar a unidade confessional sem ferir os ensinamentos de Cristo e a Constituição da IECLB. “Nos momentos de reflexão e decisão, cada Conselheiro, cada Conselheira partilha os mesmos sonhos, as mesmas esperanças e, para isso, vale-se das mesmas palavras de carinho e cuidado com a Igreja de cada um, cada uma e de todos e todas nós”, frisou.
Para Ema, o foco deve ser uma retroalimentação que procura ser a mais equitativa e fraterna possível em busca da unidade da IECLB e questionou ‘A respeito de que unidade estamos falando?’, respondendo ‘A respeito daquela que emerge da confessionalidade evangélica luterana, necessariamente a serviço de Cristo, da propagação do Evangelho e da Missão’, concluindo “Isso não significa ausência de conflitos e inseguranças em relação às decisões, mas, acima de tudo, há confiança e esperança!”.
Igreja que não pensa apenas em si mesma, mas que caminha junto com Comunidades, Paróquias e Sínodos, vai ao encontro dos que necessitam, compartilhando alegrias e também dificuldades, procurando ajudar-se mutuamente, argumentou, reafirmando a nossa identidade confessional: “Segundo o que diz a nossa Constituição, somos Igreja missionária (Art. 3º) e ecumênica (Art. 5º) e queremos fazer isso em obediência ao mandamento do Senhor”.
A graça de Deus que nos alcança propõe uma transformação de dentro para fora. Ela nos instiga a desenvolvermos valores que sejam contraponto na sociedade em que vivemos, enfatizou Ema: “Cabe afirmar, a todo o momento, que as pessoas são mais importantes que as coisas. Cabe afirmar que a vida não está à venda. Nesse caminho de unidade e identidade da IECLB, precisamos importar-nos com cada Comunidade e Paróquia, com cada membro e cada pessoa da nossa IECLB, nos mais diferentes espaços e regiões do país”.
Ao terminar a sua apresentação, a Presidente do Conselho da Igreja compartilhou o seu desejo que, cada vez mais, possamos, ao andar pelo Brasil, nos reconhecer como pessoas cristãs e membros da IECLB, Igreja de todos nós e pediu: “Que Deus nos abençoe nessa caminhada!”.