Jornal Evangélico Luterano

Ano 2019 | número 826

Quinta-feira, 21 de Novembro de 2024

Porto Alegre / RS - 09:03

Fé Luterana

Somos porta-vozes do Evangelho!

No Novo Testamento e na cultura da época, o Evangelho significava Boa Notícia. Hoje, talvez muitas pessoas não saibam mais o que é Evangelho e, por isso, o confundem com escândalos envolvendo os ‘evangélicos’.

O contexto evangélico brasileiro pouco tem a ver com o Evangelho de fato. Há muitas pregações sobre prosperidade ou autoajuda. Pesquisas realizadas nos Estados Unidos, em Igrejas Cristãs sérias, entre 2007 e 2008, apontam que apenas 6% dos Pastores apresentaram uma exposição clara, completa, lógica e sequencial do Evangelho.

Então, faz-se necessário proclamar o Evangelho de Jesus como os discípulos dele o fizeram, especialmente o apóstolo Paulo em muitas das suas cartas. Precisamos relembrar o que é o Evangelho. Na carta aos Romanos (1.16), Paulo afirma que o Evangelho é o poder de Deus e, na primeira carta aos Coríntios (15.1-4), ele diz que é a Boa Notícia de salvação para aquele que crê.

O Evangelho é, então, a Boa Notícia da Salvação, mas muitas pessoas não sabem que precisam ser salvas, por isso, antes de dar a Boa Notícia, é necessário apresentar a verdadeira situação do ser humano e a razão de tanta maldade no mundo, ou seja, a má notícia.

Antes de dar a Boa Notícia, é necessário apresentar a verdadeira situação do ser humano e a razão de tanta maldade no mundo, ou seja, a má notícia.

Então, lembramo-nos do Deus Criador, que tinha perfeito relacionamento com o ser humano, mas que não quis ser amado por ser uma única opção. Deus deu liberdade para o ser humano, colocando no jardim uma árvore da qual ordenou que o ser humano não comesse. Deus deixara claro que, se optasse por comer daquele fruto, o ser humano morreria. O ser humano cobiçou o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal e desobedeceu a Deus.

Imediatamente, ele percebeu a sua nudez e se escondeu de Deus. Como Deus é reto e justo, a morte (física, espiritual e eterna) entrou no mundo e o ser humano foi expulso do jardim, passando a viver em uma terra marcada pela sua desobediência. Longe de Deus, o ser humano tenta preencher o vazio da sua alma com coisas, boas obras, pessoas, mas nada consegue preencher o lugar que é de Deus.

Assim, o ser humano vive uma vida sem sentido em um mundo marcado pelo ódio e pela violência, mas Deus continua amando a sua criatura e, por isso, enviou o seu único Filho, Jesus, que nasceu sem pecado, porque foi concebido pelo Espírito Santo, mas que é ser humano, porque foi gerado em uma mulher.

Jesus foi tentado, à semelhança do primeiro ser humano, mas não sucumbiu à tentação. Cristo, sem pecado, morreu no lugar do ser humano pecador. Ele pagou pelo nosso pecado. Mais: Jesus venceu a morte, para que, pela fé, nele pudéssemos novamente ter vida – vida espiritual e vida eterna. Assim, somos salvos e salvas da ira de Deus e, pela fé em Jesus Cristo, temos paz com Deus. Deus faz de nós porta-vozes deste Evangelho para que mais pessoas se reconciliem com Ele e umas com as outras.

Para refletir, leia 2Coríntios 5.11-6.2

Pa. Lilian Grosskopf Patzlaff | Ministra na Paróquia de Ituporanga/SC

 

A paz brota da solidariedade no sofrimento humano

Paz! Palavra tão pequena, lembrada em tantos momentos. Quando recebemos felicitações, em geral, a palavra paz acompanha. Nos votos de um novo ano, desejamos paz.

O que essa palavrinha tem de especial? Em Latim, paz é definida como ausência de perturbações e agitações, estado de calma ou tranquilidade. Em Hebraico, Shalom significa harmonia, integridade, bem-estar, tranquilidade e prosperidade.

Afinal, qual é a paz que nós queremos? Vivemos em uma sociedade em que, a cada dia, aparecem situações que tiram a nossa paz. Violência nas ruas e dentro de casa, injustiças, guerras, jovens perdendo a vida por causa de drogas, falta de amor e respeito ao próximo, tragédias e tantas outras situações que tiram o nosso sossego. Não é de admirar que, muitas vezes, ouvimos alguém dizer: Eu só quero um pouco de paz!

Paz é estar envolvido e envolvida com o Reino de Deus, com a vida do próximo, com a justiça e o amor revelados em Jesus Cristo.

Falar em paz, depois de uma tragédia humana e ambiental, como aconteceu em Brumadinho/MG, em janeiro deste ano, não é fácil! Quem acompanhou, pessoalmente ou pelos noticiários, comoveu-se com o sofrimento de tantas pessoas que continuam chorando por seus entes queridos. Muitos não tiveram nem terão a oportunidades de sepultar dignamente muitas das vítimas que continuam desaparecidas.

Por outro lado, houve e ainda há muitas pessoas ‘arregaçando as mangas’, dispostas a ajudar. Em solidariedade, se doam, colocam-se ao lado de pessoas que estão sofrendo, fazendo a sua parte. Colaboram onde é necessário! A verdadeira paz é aquela que, mesmo nos momentos mais difíceis, permite-nos repousar, tranquilos e tranquilas, sabendo que estamos fazendo a nossa parte em relação ao próximo que sofre.

Também encontramos esses exemplos perto de nós, nas nossas Comunidades. Quando alguém passa por uma situação difícil, a Comunidade se comove, se une em oração e se coloca ao lado da pessoa ou família, ajudando no que for necessário.

O Lema bíblico da IECLB para 2019, Deixo com vocês a paz, a minha paz lhes dou (Jo 14.27), lembra-nos que Jesus refere-se não simplesmente à ausência de conflitos, mas ao sentimento de amor ao próximo, uma paz plena de justiça, amor e cuidado para com as outras pessoas, independente de quem são.

A paz da qual Cristo nos fala não pode ser confundida com a ausência de guerras e conflitos, mas uma paz de confiança no cuidado de Deus com cada um e cada uma de nós, como ensina o Salmo 4.8: Em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, só tu me fazes repousar seguro. Paz significa estar completo, completa, estar bem em todos os sentidos: paz com Deus, com o próximo e conosco mesmo.

A paz aqui vivenciada não nos isenta das dores e dos conflitos deste mundo, mas nos capacita a enfrentar e lidar com as dificuldades que aparecem no nosso dia a dia. Paz é estar envolvido e envolvida com o Reino de Deus, com a vida do próximo, com a justiça e o amor revelados em Jesus Cristo. Paz é sentir-se amado e amada por Deus e enxergar no rosto sofrido do próximo um irmão e uma irmã. Podemos concluir que, se a consciência está tranquila, conseguiremos manter a nossa paz e a nossa serenidade.

Para refletir, leia João 14. 27-29

Pa. Lenira Kloss Germi | Ministra na Paróquia de Paverama/RS 

Ultima edição

Edição impressa para folhear no computador


Baixar em PDF

Baixar em PDF


VEJA TODAS AS EDIÇÕES


Gestão Administrativa

Ser Igreja de Jesus Cristo em contexto de pandemia

Em perspectiva de balanço do ano que passou, compartilhamos, de forma adaptada e atualizada, partes da Carta Pastoral da Presidência, de Pastoras e Pastores Sinodais, publicada em agosto de 2020. A partir de março de 2020, passamos a conviver com a pandemia do Covid-19, (+)



Educação Cristã Contínua

Igreja que valoriza o Sacerdócio Geral (parte 3/3)

Desafios Com base nas atividades que estão sendo realizadas e considerando o cenário atual, a Coordenação de Educação Cristã (CEC) vislumbra os seguintes desafios para a efetivação da Meta Missionária 1 (Áreas de prioridade (+)

AÇÃO CONJUNTA
+
tema
vai_vem
pami
fe pecc
Meu filho, escute o que o seu pai ensina e preste atenção no que a sua mãe diz. Os ensinamentos deles vão aperfeiçoar o seu caráter.
Provérbios 1.8-9
© Copyright 2024 - Todos os Direitos Reservados - IECLB - Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil - Portal Luteranos - www.luteranos.com.br