Somos porta-vozes do Evangelho!
No Novo Testamento e na cultura da época, o Evangelho significava Boa Notícia. Hoje, talvez muitas pessoas não saibam mais o que é Evangelho e, por isso, o confundem com escândalos envolvendo os ‘evangélicos’.
O contexto evangélico brasileiro pouco tem a ver com o Evangelho de fato. Há muitas pregações sobre prosperidade ou autoajuda. Pesquisas realizadas nos Estados Unidos, em Igrejas Cristãs sérias, entre 2007 e 2008, apontam que apenas 6% dos Pastores apresentaram uma exposição clara, completa, lógica e sequencial do Evangelho.
Então, faz-se necessário proclamar o Evangelho de Jesus como os discípulos dele o fizeram, especialmente o apóstolo Paulo em muitas das suas cartas. Precisamos relembrar o que é o Evangelho. Na carta aos Romanos (1.16), Paulo afirma que o Evangelho é o poder de Deus e, na primeira carta aos Coríntios (15.1-4), ele diz que é a Boa Notícia de salvação para aquele que crê.
O Evangelho é, então, a Boa Notícia da Salvação, mas muitas pessoas não sabem que precisam ser salvas, por isso, antes de dar a Boa Notícia, é necessário apresentar a verdadeira situação do ser humano e a razão de tanta maldade no mundo, ou seja, a má notícia.
Antes de dar a Boa Notícia, é necessário apresentar a verdadeira situação do ser humano e a razão de tanta maldade no mundo, ou seja, a má notícia. |
Então, lembramo-nos do Deus Criador, que tinha perfeito relacionamento com o ser humano, mas que não quis ser amado por ser uma única opção. Deus deu liberdade para o ser humano, colocando no jardim uma árvore da qual ordenou que o ser humano não comesse. Deus deixara claro que, se optasse por comer daquele fruto, o ser humano morreria. O ser humano cobiçou o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal e desobedeceu a Deus.
Imediatamente, ele percebeu a sua nudez e se escondeu de Deus. Como Deus é reto e justo, a morte (física, espiritual e eterna) entrou no mundo e o ser humano foi expulso do jardim, passando a viver em uma terra marcada pela sua desobediência. Longe de Deus, o ser humano tenta preencher o vazio da sua alma com coisas, boas obras, pessoas, mas nada consegue preencher o lugar que é de Deus.
Assim, o ser humano vive uma vida sem sentido em um mundo marcado pelo ódio e pela violência, mas Deus continua amando a sua criatura e, por isso, enviou o seu único Filho, Jesus, que nasceu sem pecado, porque foi concebido pelo Espírito Santo, mas que é ser humano, porque foi gerado em uma mulher.
Jesus foi tentado, à semelhança do primeiro ser humano, mas não sucumbiu à tentação. Cristo, sem pecado, morreu no lugar do ser humano pecador. Ele pagou pelo nosso pecado. Mais: Jesus venceu a morte, para que, pela fé, nele pudéssemos novamente ter vida – vida espiritual e vida eterna. Assim, somos salvos e salvas da ira de Deus e, pela fé em Jesus Cristo, temos paz com Deus. Deus faz de nós porta-vozes deste Evangelho para que mais pessoas se reconciliem com Ele e umas com as outras.
Para refletir, leia 2Coríntios 5.11-6.2
Pa. Lilian Grosskopf Patzlaff | Ministra na Paróquia de Ituporanga/SC
A paz brota da solidariedade no sofrimento humano
Paz! Palavra tão pequena, lembrada em tantos momentos. Quando recebemos felicitações, em geral, a palavra paz acompanha. Nos votos de um novo ano, desejamos paz.
O que essa palavrinha tem de especial? Em Latim, paz é definida como ausência de perturbações e agitações, estado de calma ou tranquilidade. Em Hebraico, Shalom significa harmonia, integridade, bem-estar, tranquilidade e prosperidade.
Afinal, qual é a paz que nós queremos? Vivemos em uma sociedade em que, a cada dia, aparecem situações que tiram a nossa paz. Violência nas ruas e dentro de casa, injustiças, guerras, jovens perdendo a vida por causa de drogas, falta de amor e respeito ao próximo, tragédias e tantas outras situações que tiram o nosso sossego. Não é de admirar que, muitas vezes, ouvimos alguém dizer: Eu só quero um pouco de paz!
Paz é estar envolvido e envolvida com o Reino de Deus, com a vida do próximo, com a justiça e o amor revelados em Jesus Cristo. |
Falar em paz, depois de uma tragédia humana e ambiental, como aconteceu em Brumadinho/MG, em janeiro deste ano, não é fácil! Quem acompanhou, pessoalmente ou pelos noticiários, comoveu-se com o sofrimento de tantas pessoas que continuam chorando por seus entes queridos. Muitos não tiveram nem terão a oportunidades de sepultar dignamente muitas das vítimas que continuam desaparecidas.
Por outro lado, houve e ainda há muitas pessoas ‘arregaçando as mangas’, dispostas a ajudar. Em solidariedade, se doam, colocam-se ao lado de pessoas que estão sofrendo, fazendo a sua parte. Colaboram onde é necessário! A verdadeira paz é aquela que, mesmo nos momentos mais difíceis, permite-nos repousar, tranquilos e tranquilas, sabendo que estamos fazendo a nossa parte em relação ao próximo que sofre.
Também encontramos esses exemplos perto de nós, nas nossas Comunidades. Quando alguém passa por uma situação difícil, a Comunidade se comove, se une em oração e se coloca ao lado da pessoa ou família, ajudando no que for necessário.
O Lema bíblico da IECLB para 2019, Deixo com vocês a paz, a minha paz lhes dou (Jo 14.27), lembra-nos que Jesus refere-se não simplesmente à ausência de conflitos, mas ao sentimento de amor ao próximo, uma paz plena de justiça, amor e cuidado para com as outras pessoas, independente de quem são.
A paz da qual Cristo nos fala não pode ser confundida com a ausência de guerras e conflitos, mas uma paz de confiança no cuidado de Deus com cada um e cada uma de nós, como ensina o Salmo 4.8: Em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, só tu me fazes repousar seguro. Paz significa estar completo, completa, estar bem em todos os sentidos: paz com Deus, com o próximo e conosco mesmo.
A paz aqui vivenciada não nos isenta das dores e dos conflitos deste mundo, mas nos capacita a enfrentar e lidar com as dificuldades que aparecem no nosso dia a dia. Paz é estar envolvido e envolvida com o Reino de Deus, com a vida do próximo, com a justiça e o amor revelados em Jesus Cristo. Paz é sentir-se amado e amada por Deus e enxergar no rosto sofrido do próximo um irmão e uma irmã. Podemos concluir que, se a consciência está tranquila, conseguiremos manter a nossa paz e a nossa serenidade.
Para refletir, leia João 14. 27-29
Pa. Lenira Kloss Germi | Ministra na Paróquia de Paverama/RS