Vida em Comunidade
Diante do convite para um encontro, dizemos que vamos participar. Quando o convite é para o Culto, há quem diga: ‘Vou assistir ao Culto’. Convém revisar essa resposta. Por quê? Culto é encontro. Deus encontra-se com a Comunidade. Ao reunir-me com Deus, encontro-me com outras pessoas. No Culto, não está uma soma de indivíduos. No Culto, está a Comunidade.
Culto é e cria comunhão. O Culto realiza comum-união entre Deus e pessoas. Em Deus, somos um e, onde há comunhão, é impossível apenas assistir! Comunhão pressupõe presença ativa. Comunhão requer participação (participar da ação!).
Como em qualquer encontro, a participação no Culto é distinta e se dá em diferentes níveis. A Equipe de Liturgia responde pela moldagem (o preparo) do Culto. Outra equipe coordena a Música. Há elementos da Liturgia que são de responsabilidade do Ministro, da Ministra. O Coral entoa os hinos a quatro vozes. Assim, outras importantes tarefas são realizadas para que ocorra Culto.
Mesmo havendo quem assuma esse conjunto de tarefas no Culto, haverá uma maioria expressiva que fará o quê? Vai participar também! Essa maioria que, aparentemente, apenas assiste, participa toda vez que ela responder Amém. Ao dizer Amém, a Comunidade subscreve: Que assim seja! Quem assina não assiste, mas participa.
participação ativa da Comunidade continua. Ela ouve, canta, fala, fica em pé, senta, estende a mão, abraça, leva a mão no bolso para pegar o dinheiro da oferta, abre o hinário, procura o texto bíblico, etc. Há marcante participação invisível.
No encontro com Deus e na companhia de irmãs e irmãos, a pessoa sente, repensa a vida, se emociona, chora, ri, se irrita, se arrepende e toma a decisão silenciosa de mudar de rumo.
É claro que a participação da Comunidade dependerá e muito da organização do Culto. Participação precisa ser planejada, motivada, permitida, querida.
O certo é que Culto não se assiste. No Culto, se participa. Ainda bem!
P. Dr. Romeu Martini | Assessor Teológico da Presidência da IECLB